Sobre o tema do título, posso dizer que cada vez gosto menos de comprar roupa. Falta-me paciência. Se é pela net, muitas vezes, o tamanho não coincide com o meu; se é na loja, fico cansada e cheia de calor nos provadores.
Por outro lado, abro o meu guarda-fatos e concluo que tenho a roupa de que preciso durante bastante tempo e para diferentes ocasiões. Para quê então acumular mais, gastar mais dinheiro, ocupar mais espaço em casa?
Seja como for, de tempos a tempos, as arrumações vão separando roupas que já não se quer. Fui juntando assim algumas num saco que hoje meti na mala do carro para depositar num contentor. Logo que via algum, parava o carro, tirava o saco e lá tentava rodar o dispositivo para o introduzir, mas nada, porque estava cheio. Ao quarto contentor por onde passei, nem parei o carro porque muitas peças de roupa saíam, avulsas, pelo contentor fora, sem qualquer cuidado ou arrumação.
Moral da história: o saco ficou na mala do carro, à espera de contentor com espaço para o receber e a roupa poder seguir um bom caminho.
Ah, ainda não disse, mas tentei dar essa roupa; agradeceram-me muito, mas a instituição já não tinha espaço para tanta roupa recebida.
Há uns anos, fiz voluntariado numa instituição de pessoas sem abrigo, que recebia todo o tipo de objetos para serem vendidos e, assim, ajudar pessoas em situação de muita necessidade básica. Pois bem, dado o seu volume, muita roupa era vendida ao desbarato e uma grande parte - a que tivesse alguma mazela - voltava para os sacos e ia para reciclar.
Por isso, o excesso de roupa é um problema cada vez maior e mais sério. Doada ou depositada nos contentores próprios, pode ser muito útil para muitas pessoas ou instituições, mas, pelas notícias conhecidas, muita roupa vai parar a países muito pobres, aumentando ainda mais o horror da poluição.
Quando há moderação nas compras, sabe melhor comprar uma roupa nova, como o vestido para casamento que comprei e que já está na cruzeta - no cabide, como se diz mais para o sul do país.