Hoje passei a manhã e uma parte da tarde em arrumações no quarto da Clarinha. Já tinha reparado que havia coisas e caixas que precisavam de organização, mas gosto cada vez menos de ser demasiado intrometida. Ainda bem que a minha filha me falou do assunto.
Mãe, como ficas ainda algum tempo, não queres dar ordem a esta desordem do quarto?
Claro, filha, já tinha visto que era preciso.
Depois, já sozinha no quarto, porque estas coisas gosto de as pensar em sossego e em silêncio, olhei as caixas, voltei a olhar e ia-me interrogando como podia separar e ordenar legos, loucinhas de brincar, lápis de colorir, bonecas, peluches, desenhos, travessões do cabelo, contas para colares... para reduzir espaço ou ganhar mais espaço.
Antes de começar, tirei fotografias para registar o antes e o depois, tipo querido mudei a casa!
Ao fim da tarde, veio a reação da dona do quarto. Foi boa e fiquei contente. E também quando aspirei o chão e recoloquei os caixotes, podendo circular-se melhor, sentir-se mais organização e até descobrir ou ter à mão coisas que há muito não se encontravam.
Foi então o momento de tirar, toda ufana, a foto do depois. Só que,
ao contrário do querido mudei a casa, não tive de recorrer ao Ikea nem ao Leroy
Merlin - ficando as casas intervencionadas, na minha opinião, todas brancas e muito parecidas umas com as outras, mas isso é outro assunto.
Depois do depois da arrumação, ouvi, sentindo o olhar claro e meigo (quando não há pressa nem a pressão do trabalho):
Mãe, tenho estes 2 caixotes ainda por abrir, desde que mudámos de casa há dois anos…
Nem a deixei terminar e logo lhe respondi:
Sim, querida, essa será a próxima etapa. Também já tinha reparado nestes caixotes.
E acrescentei: do meu vagar - como sempre diz a avó.