sexta-feira, 22 de julho de 2022

Dias de Londres - Dia do Pai

 

Celebrava- se o Dia do Pai em Londres. A minha neta fez, rapidamente, dois postais com 2 folhas a4 e pô-los sobre a mesa da cozinha, no lugar que é sempre ocupado pelo pai. Quando pressentiu que ele vinha tomar o pequeno almoço, logo correu - habitualmente corre ou saltita - e ficou, curiosa e com o seu olhar azul, a ver a reação do pai.

São felizes estes momentos simples e bons.

Daí a pouco, saímos. Voltei ao metro londrino, mais de dois anos depois. Quase ninguém usava máscara. Apenas nós e mais três ou quatro pessoas. E os casos de covid não estão a baixar.

Depois do almoço de comida mexicana, numa esplanada em rua bonita e sem carros, depois de um café num café grego, depois de passar no local de trabalho da minha filha, eis-nos a entrar no museu da cidade de Londres, para ficarmos a saber mais sobre as invasões romanas e vestígios visíveis ainda hoje, como os do exterior do museu. 

 

E também no museu tivemos informação bem apelativa sobre o grande incêndio de Londres de 1666, que começou numa padaria e que logo se propagou a outras casas - todas muito próximas e de madeira. 

A minha neta tinha dado o assunto na escola - anda no segundo ano - e deixou as suas impressões no caderno de visitantes. Recordou-nos que a professora, nessa aula sobre o incêndio, de vestira de Samuel  Pepys (Londres 1633-1703) que testemunhou e descreveu o incêndio no seu diário.

Por isso, e graças ao seu relato escrito, mais se sabe sobre essa tragédia que causou mortes e roubou a casa a milhares de pessoas que viviam na cidade.

O valor da palavra que fixa o que vai acontecendo.

O passeio terminou em Barbican.

Um belo e polivalente espaço no meio dos imensos prédios da larga construção dos anos 60 do séc. XX, de cujas varandas se erguem ou pendem viçosas e abundantes flores.

 


Sentámo-nos um pouco naquele espaço largo e aberto que à noite se destina apenas a residentes.

Pessoas de todas as nacionalidades ali tinham também convergido. Como se o mundo fosse uma varanda feliz que desse para naturais e repousantes convergências.

 


quarta-feira, 20 de julho de 2022

Dias de Londres - Novo dia

 

Não fui buscar a Clarinha à escola por causa do calor, já que as idas e vindas são feitas a pé e o percurso é um pouco longo. Fiquei em casa e como gostei de ficar, vendo a loiça lavada e arrumada e árvores pela janela.

Peguei no telemóvel e, depois de ter escrito esta página, logo comecei  a ler Clarabóia de José Saramago, ciente de que era um privilégio esperar pela minha neta em casa, onde estava mais fresco e, sobretudo, ter tempo para mim.

Num dos andares de cima, há um bebé que chora indefinidamente.

Imagino o que seja estar com um bebé sempre a chorar. Pelo que sei, desde que nasceu é assim por alguns problemas da saúde.

Como acontece com muita frequência aqui em Londres, muitos casais vieram doutros países, não têm família cá nem podem pagar a uma Nani que trate das crianças durante o dia. Há empregos que concedem um tempo mais estendido, tornando até possível conciliar as licenças materna e paterna, mas julgo que não serão frequentes. Muito cedo os meninos têm de ir para o infantário. Se houver problemas de saúde, então os pais passam a ter a vida muito complicada pela falta de apoio familiar.

No caso da mãe do bebé que chora muito, a família mora em Hong Kong, logo não serão fáceis as deslocações.

Apesar de Portugal ser bem mais perto, venho poucas vezes e às vezes digo:  Filha, és uma heroína.

Ela sorri com o jeito brando de menina que já não é, mas que sempre vejo nela.

Entretanto, neste momento deixei de ouvir o bebé chorar. Talvez tenha adormecido. Quem o acompanha poderá descansar um pouco. Os heróis e heroínas também precisam.

 

terça-feira, 19 de julho de 2022

Dias de Londres - no dia seguinte

O calor de ontem mantém-se. Cheguei a pensar vir de táxi de Gatwick até aqui, mas era viagem para duas horas, ficava muito caro e gosto de  comboios, do movimento das estações e de ver as pessoas em viagem.

Quando saí do comboio, tinha a minha filha à minha espera. Mulher adulta, corajosa, serena, que emigrou aos 24 anos para Londres. Sem conhecer ninguém, apenas a senhora portuguesa que lhe tinha alugado o quarto, mas onde esteve pouco tempo, sobretudo porque era muito longe da Universidade que iria frequentar.

A meio da tarde, fomos buscar a Clarinha à escola. Dei comigo a esconder-me atrás de uma árvore da rua para a surpreender e logo abraçar. Da escola primária pública que ela frequenta, iam saindo meninos e meninas, acompanhados, na maior parte, pelas mães, muito jovens apenas com as mãos e o rosto a descoberto. As crianças, de vários tons de pele, iam dizendo, sorridentes, bye uns aos outros e eu ia pensando para quando o final das desigualdades sociais e de tanta discriminação, sobretudo em idade adulta. Ou será que o tempo irá dando lugar à esperança de ser possível banir o que só prejudica e entristece a humanidade?

 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Dias de Londres - primeiro dia

 

No dia anterior a vir para Londres, houve uma forte trovoada. Assustada, acabei de fazer a mala e a minha insegurança duplicou. Como estaria o tempo no dia seguinte, quando o avião subisse com velocidade e se prolongasse nos céus?

 Imaginava forte turbulência nos ares do dia seguinte quando ouvi o rebentar do trovão mais forte. Uma espécie de remate ou de anúncio de possível regresso.

A noite passou intranquila. 

Porém, à hora mais ou menos prevista, aterrei em Gatwick, depois de uma viagem bastante serena, sem cenários mais inseguros como tinha imaginado.

Já na estação, apanhei o comboio com destino a Bedford. Já lá dentro, oiço falar português. Por um telefonema, apercebo-me que um elemento do casal tem um filho também a trabalhar em Londres. Ouve-se a conversa. Do lado de cá, alguém que chegou e não conhece a cidade. Do outro lado, ouve-se uma voz impaciente a dizer que não tem tempo para ir ao hotel. 

Deste lado, o interlocutor tenta amenizar, dizendo que compreende e que em breve podem falar melhor. Do outro lado, ouve-se a voz ainda mais impaciente dizendo que tem a vida dele como eles têm a sua.

Deste lado, a despedida com ar de enfadada desesperança.

Eu volto a cabeça para a paisagem, fingindo desatenção para não aumentar o embaraço do casal. E fico a pensar que, muitas vezes, as boas-vindas nem sequer chegam a pressentir-se nos encontros que se julgavam redentores, embora a ilusão persista quando se está em tão poderosa e bela cidade.

Em breve, na pequena estação já minha conhecida de outras chegadas e partidas, saio e quase logo abraço a minha filha. Sempre o mesmo sorriso bonito e doce. Sempre o cabelo forte um pouco despenteado, agora com uns fiozinhos brancos e reluzentes. 

Não têm carro porque acham desnecessário numa cidade com tão bons transportes públicos. Vamos a pé até casa. Está calor, bem mais do que o costume, tanto como em Portugal. Vamos caminhando e conversando e entremeando o diálogo com recordações e coisas novas que vou descobrindo.

Chegámos. 

Filha, que bom.

Mãe, daqui a pouco são horas de ir buscar a Clarinha à escola. Eu vou, mãe, estás muito afogueada.

Bebi água.

Vou contigo, filha. Quando conhecer melhor o caminho, vais mais depressa e vêm depois ao meu encontro.

Estava feliz por ter vindo ao encontro de uma parte tão boa de mim. E de uma cidade onde não me importava de viver e onde conto ficar três semanas.

 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Desculpem ter fechado esta janela durante um mês!

 

Vi agora que o último post foi há precisamente um mês e peço-vos desculpa de nem sequer ter anunciado que ia fechar a janela por algum tempo, mas, talvez seja o meu lado pessimista a entrar em ação, prefiro dizê-lo depois!

Estive em Londres mais de três semanas para estar com a outra parte de mim que lá vive e que já me deu uma neta, agora com 6 anos. Assim, ela pôde dizer avó muitas vezes e eu pude estar mais presente, sem ser apenas imagem e som de Whatsapp ou facetime. 

Não levei computador, que substituí pelo ipad, mas, como o uso pouco, revelou falhas que eu não fui capaz de resolver, mesmo com a ajuda lá em casa.

Porém, fui escrevendo pequenos textos no meu telemóvel quase todos os dias. Foi nascendo uma espécie de diário que em breve começarei a partilhar, apesar de terem sido uns dias dentro do comum. 

Quando podia, sentava-me no sofá e, de forma simples e à minha maneira, era como se entrasse neste espaço de boa comunicação de que gosto muito e que me faz falta. De tal maneira que me leva a agradecer-vos por podermos interagir um bocadinho através das palavras. Obrigada e também é bom estar de volta.


quarta-feira, 15 de junho de 2022

O baloiço de Mirene

 


Quando se conta a outrem um segredo este
desmaia: a palavra
torna-se pele
sem leão lá dentro.

Júlio Pomar

 

Eu não conhecia a instalação com baloiços numa das entradas da Tate Modern, em Londres. Quando os vi, num fim de semana prolongado de outubro, fiquei fascinada com aquele espaço de descontração e de interação num museu com obras tão sérias e representativas da evolução do mundo.

Estando na fila do museu para comprar o bilhete, vi, com surpresa, o vaivém de Mirene, num dos baloiços. Olhei mais uma vez para confirmar. Sim, era ela, sem dúvida, a Mirene, a minha aluna do 12º ano.

Quando já tinha o bilhete para visitar a exposição de Modigliani, parei um bom bocado para ver se ela me via, mas sem sucesso da minha parte, e não pude sequer acenar-lhe. Continuava a baloiçar-se, parecendo muito feliz.

A Mirene era uma aluna que sempre considerei diferente de muitos outros jovens da turma, se bem que cada ser humano tem as suas naturais especificidades. Ela participava assiduamente em atividades escolares ligadas à arte, fossem de que tipo fossem. Na escola, eu integrava uma oficina de escrita e Mirene escrevia pelo menos um conto todos os anos para um concurso do qual resultava a publicação de uma coletânea.

Embora a equipa organizadora convidasse todos os participantes a ilustrar a narrativa, quase ninguém o fazia. Alguns alunos procuravam apenas uma imagem da net e colavam-na no texto de forma displicente. Porém, Mirene fazia acompanhar a sua história de um desenho original que remetia eficazmente para o conteúdo da narrativa, sendo o trabalho dela sempre reconhecido e publicado. Todavia, raramente estava presente na festa do lançamento da coletânea e da entrega dos prémios. Dizia que morava longe. Que não tinha transporte. Que tinha de ficar com a irmã mais nova... De facto, quando não tinha aulas, poucas vezes era vista na escola. E não falava muito de si, como muitos outros alunos, sobretudo raparigas, a não ser de que gostava, um dia, de emigrar para conhecer novas realidades geográficas e culturais. Parecia guardar segredos que não contava porque eram uma parte de si que queria conservar intacta.

Quando, nas aulas de Português, abordávamos temas ligados à arte, ficava muito concentrada e, mesmo que algum colega lhe dirigisse a palavra à sorrelfa, nem o ouvia, atenta que estava às imagens e ao que poderiam significar. Um dia, falou-me do museu d’Orsay que já tinha visitado para aprender mais sobre a pintura impressionista. Acrescentou que tinha ficado a conhecer apenas alguns pintores e algumas obras, porque é impossível ir a um museu e, durante um ou dois dias, apreciar todo o seu acervo. Concordei com ela e passei a dar-lhe mais valor ainda por esta convicção que considerei adulta e esclarecida.

Nessa altura falou com muito pormenor de algumas obras, sobretudo do pintor Toulouse-Lautrec. Estranhei tanta observação e tanto conhecimento adquirido em tão pouco tempo. Claro que a internet permite múltiplas visitas, mas via-se que a entrada no museu tinha sido real e não apenas virtual. Não lhe fiz perguntas sobre outros lugares aonde ela já tinha ido nem indaguei sobre as circunstâncias, porque pareceu-me que não mostrava vontade de partilhar esses assuntos naquele dia.

Voltando à minha visita à Tate Modern, depois de comprar o bilhete, ainda esperei algum tempo que Mirene olhasse e me visse enquanto se baloiçava, mas estava tão concentrada como nas aulas que mais lhe agradavam. E, curioso, apesar de ser uma rapariga discreta, dava impulso ao baloiço e elevava-se mais do que todas as outras pessoas que os utilizavam, na grande maioria jovens.

Vi-a depois levantar a perna esquerda, no prazer estonteante de baloiçar. Estranhei a amplitude do movimento porque sempre conheci Mirene como uma rapariga discreta. Naquele dia, ela vestia uma saia comprida e com folhos. Reparei que tinha umas sabrinas que lhe adelgaçavam ainda mais os pés franzinos. Uma delas, a do pé esquerdo, que Mirene mais levantava, foi cair mais à frente, parecendo voar.  Mirene impulsionava o baloiço, soerguia o braço esquerdo, olhando sempre para baixo, como se, fascinada, estivesse a ser observada por alguém que perscrutava, com malícia, o esvoaçar das suas saias. Segurava as cordas laterais do baloiço, levantando, graciosamente, a mão esquerda. Sorria como se voasse, livre, e estivesse sozinha na presença de um admirador que a fixava com curiosos olhos aduladores. 

Aquele quadro sugeria-me uma pintura que eu já tinha visto algures, mas que não sabia identificar claramente.

Subi as escadas rolantes e, já no andar de cima, parei e observei-a de novo. Se olhasse na minha direção, eu poderia fazer-lhe sinal. Falaríamos um pouco e podíamos até tomar um café. Se não houvesse tempo, na semana seguinte, abordaríamos o assunto nas aulas, porque, confesso, fiquei atónita pelo modo encantatório como Mirene se baloiçava. Alguns instantes depois, sem olhar sequer para os lados, saltou do baloiço, recolheu, discretamente, a sabrina do chão e afastou-se, dirigindo-se a uma sala distante da que eu tinha escolhido e não voltei a encontrá-la naquela tarde, apesar de eu ter permanecido várias horas no Museu.

No dia seguinte, resolvi ir à Wallace Colection, na Hertford House, em Manchester Square, onde nunca tinha estado. Queria visitar o museu, mas interessava-me sobremaneira 'O baloiço' de Fragonard, de que já tinha ouvido falar num atelier de escrita ligada à pintura, mas de cuja imagem já não me lembrava nitidamente, embora o baloiço de Mirene me tivesse avivado algumas memórias. Dirigi-me, então, à sala Fragonard, onde está o famoso quadro com o baloiço usado por uma bela jovem de chinelinhas e longas vestes rodadas. Levantando a perna esquerda, a jovem deixa voar a chinelinha, enquanto é observada por um admirador que, com sensualidade, num plano inferior, espreita a possível nudez pelo continuado e arrojado baloiçar. Observei o quadro com atenção e logo o comparei aos movimentos de Mirene no baloiço da Tate Modern, apesar de o contexto ser completamente diferente. Na Tate, o espaço da instalação era amplo, despojado e muito visitado; no quadro, o baloiço situava-se entre um denso arvoredo, penetrado por uma luz harmoniosa, propício à volúpia sedutora das figuras de volumosas roupagens barrocas, destacando-se a chinelinha a voar, destapando o pé da jovem que se deliciava a baloiçar-se, na mira de o admirador que procurava ver destapada a possível nudez esvoaçante. Ah, disse para mim, voa a chinelinha, tal como voou a sabrina de Mirene.

Na sala Fragonard, muito perto do quadro que muitos apreciam e outros tantos satirizam, deparei com um pequeno grupo de raparigas, sentadas no chão, a esboçar as linhas da tela que os compêndios dizem ser uma obra-prima do rococó. Uma delas era Mirene. Sim, Mirene, a minha aluna de uma escola de província, a esboçar as linhas que via num quadro de um dos museus de Londres. Estava tão imersa no desenho que não me viu nem eu a quis interromper. Parecia alheada de tudo o que se passava à sua volta. Estivemos a poucos centímetros de distância e os meus joelhos quase tocaram as suas costas, mas não a quis dispersar nem perturbar a sua mão firme e concentrada. Estava tão próxima de Mirene que pude observar de perto o famoso quadro, comparando-o com o desenho dela, antes de continuar a visita. Ainda voltei a essa sala, curiosa da evolução do esboço que Mirene estava a produzir, tendo podido verificar que a atitude atenta da minha aluna se mantinha de forma permanente. Regressei à sala uma terceira vez, mas o grupo já lá não estava. Não voltei a rever Mirene enquanto permaneci em Londres.

Numa aula, após este episódio, levei o "Baloiço de Fragonard", poema  de Jorge de Sena, para o analisarmos em conjunto, trabalho que decorreu com o quadro de Fragonard projetado, sendo assim mais sensível a ligação pintura/escrita. Perante as duas obras de arte, e quando entreguei a folha com a composição poética aos alunos, o olhar de Mirene oscilou compulsivamente entre a pintura e o texto. Nos olhos dela, havia êxtase e curiosidade na análise  dos versos de Jorge de Sena:

 

'Como balouça pelos ares no espaço
entre arvoredo que tremula e saias
que lânguidas esvoaçam indiscretas!
Que pernas se entreveem, e que mais
não se vê o que indiscreto se reclina
no gozo de escondido se mostrar!'

...

No final da aula, ao contrário do que era habitual, Mirene aproximou-se de mim, dizendo:

- Não conhecia o poema, mas conheço este quadro, professora. Está na Hertford House, em Londres. Fui lá há poucos dias. Trabalhei durante o ano num café para poder viajar e visitar alguns museus. Este ano, optei por Londres. Foi fabuloso. Até me imaginei no quadro "O baloiço" de Fragonard que tinha visto no museu.

E continuou com fervor:

- Depois de ter visto esse quadro, fui à Tate Modern e entrei pelo espaço onde existia uma instalação com baloiços que é, li algures, uma reação à apatia social. Parecia que tudo aquilo tinha vindo ao meu encontro. Estava pouca gente e usei um só para mim. Era como se estivesse no quadro que eu tinha conhecido há pouco. E imaginei até que, sentado no chão, havia um admirador a fitar-me com amor e malícia. Diverti-me imenso. É por isso que gosto de viajar sozinha para poder dar-me a essas fantasias. Se estivesse com alguém conhecido por perto, se calhar, já não o faria. No dia seguinte, até voltei ao museu, onde está "O baloiço' de Fragonard. Queria ver melhor alguns pormenores que me tinham escapado e fazer um desenho a partir do quadro original. Tinha pouco tempo, mas consegui fazer um esboço que guardo na minha caixa dos tesouros valiosos. Vou trazer-lho, professora.

Ouvi-a com muita atenção e não tive coragem de lhe dizer que tinha estado bem perto dela nesses lugares tão inspiradores. É que nunca gostei de quebrar o encanto de um baloiço em movimento. 'Como (se) do mundo nada importa(sse) mais!'