segunda-feira, 20 de abril de 2015
domingo, 19 de abril de 2015
Agora, que as azáleas estão floridas
Ela chegou a casa e olhou as flores. Estavam mais floridas
do que da última vez que as tinha observado. Mais cores e mais flores. A
primavera a fazer-se notar pela silenciosa beleza perfumada.
Foi ao quintal e sentiu diferentes aromas de cor verde.
Pensou que era tempo de arranjar mais tempo para olhar
tantos belos sinais da natureza. Sem esquecer a humana, é claro.
E pensou que era a altura certa - agora que as azáleas estão floridas.
sábado, 18 de abril de 2015
(Também gosto muito de magnólias)
Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página
E aproveito o facto de teres chegado agora
Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.
A magnólia cresce na terra que pisas – podes pensar
Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita,
Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,
Que a magnólia – e essa é a verdade – cresce sempre
Apesar de nós.
Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema
Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
A flor que se abrir é já um pouco de ti. E a flor que te estendo,
Mesmo que a recuses
Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,
A colherei.
Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.
A magnólia cresce na terra que pisas – podes pensar
Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita,
Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,
Que a magnólia – e essa é a verdade – cresce sempre
Apesar de nós.
Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema
Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
A flor que se abrir é já um pouco de ti. E a flor que te estendo,
Mesmo que a recuses
Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,
A colherei.
A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão
Daniel Faria, 2012: Poesia (in dos líquidos); Lisboa, Assírio & Alvim
Obrigada, IAzinha,
pelo teu postal de fim de semana e pelo envio deste poema de
Daniel Faria
que partiu tão novo (1971/1999).
O poema de Luíza Neto Jorge - "A magnólia - ,
que também partilhaste,
merece, igualmente, uma calma leitura.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Deténte, sombra de mi bien esquivo,
imagen del hechizo que más quiero,
bella ilusión por quien alegre muero,
dulce ficción por quien penosa vivo.
Si al imán de tus gracias atractivo
sirve mi pecho de obediente acero,
¿para qué me enamoras lisonjero,
si has de burlarme luego fugitivo?
Mas blasonar no puedes satisfecho
de que triunfa de mí tu tiranía;
que aunque dejas burlado el lazo estrecho
que tu forma fantástica ceñía,
poco importa burlar brazos y pecho
si te labra prisión mi fantasía.
Juana Ines de la Cruz, poeta mexicana, nasceu a 12/11/1651 e morreu a 17/4/1695
(informação da livraria Poetria)
terça-feira, 14 de abril de 2015
A long time ago
Percy Sledge 1941/2015
Domingos à tarde. Bailes de garagem. Gira-discos. Vinil. Ídolos. Calças à boca de sino.
Sonhos. Sorrisos interrompidos. Tens de chegar a casa cedo. Música ao ouvido.
Slows. When a man loves a woman. We danced. A long time. A long time ago.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
"Expresso curto" com erros e beijinhos
Ultimamente, tem-me sido enviado por mail (obrigada, Álvaro!) o "Expresso curto" que são notícias curtas muito bem servidas todas as manhãs pelo Expresso.
Estou certa de que mo enviam tal qual é publicado on-line.
Hoje, dia 13 de abril, logo no início, pode ler-se:
Bom dia,
O noticiário global está hoje dominado pelo que o vento nos trás dos Estados Unidos....
Voltei a ler. O jornalista, Martim Silva, confunde a 3ª pessoa do singular do verbo Trazer (traz), no presente do indicativo, com a preposição (trás).
Vá lá, sr jornalista, olhe para trás, porque o seu texto traz erros.
Na rubrica intitulada Números, pode ler-se também:
7300
Pedidos de ajuda de famílias sobrendividadas que chegaram à DECO...
Ora, consultando o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, fica a saber-se que, segundo o Novo Acordo Ortográfico, se diz sobre-endividadas.
Outro número que faz pensar pelos erros cometidos por muitos jovens, mas não por razões linguísticas é este:
50%
O aumento de queixas por violência no namoro em meio escolar, num único ano, noticia o jornal Público.
Todos nós vamos conhecendo alguns casos de violência também no namoro. Muitas vezes, vindos de onde menos se espera!
O artigo termina deste modo:Tenha um grande início de semana. Cheio de beijos bons.
Este final tem a ver com o "Dia do Beijo" que se celebra hoje,
Daí lembrar-me do filme Casablanca de Michael Curtiz.
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
Estou certa de que mo enviam tal qual é publicado on-line.
Hoje, dia 13 de abril, logo no início, pode ler-se:
Bom dia,
O noticiário global está hoje dominado pelo que o vento nos trás dos Estados Unidos....
Voltei a ler. O jornalista, Martim Silva, confunde a 3ª pessoa do singular do verbo Trazer (traz), no presente do indicativo, com a preposição (trás).
Vá lá, sr jornalista, olhe para trás, porque o seu texto traz erros.
Na rubrica intitulada Números, pode ler-se também:
7300
Pedidos de ajuda de famílias sobrendividadas que chegaram à DECO...
Ora, consultando o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, fica a saber-se que, segundo o Novo Acordo Ortográfico, se diz sobre-endividadas.
Outro número que faz pensar pelos erros cometidos por muitos jovens, mas não por razões linguísticas é este:
50%
O aumento de queixas por violência no namoro em meio escolar, num único ano, noticia o jornal Público.
Todos nós vamos conhecendo alguns casos de violência também no namoro. Muitas vezes, vindos de onde menos se espera!
O artigo termina deste modo:Tenha um grande início de semana. Cheio de beijos bons.
Este final tem a ver com o "Dia do Beijo" que se celebra hoje,
Daí lembrar-me do filme Casablanca de Michael Curtiz.
Beijinhos!
Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990:
sobre-endividamento.
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990:
sobre-endividamento.
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990:
sobre-endividamento.
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990:
sobre-endividamento.
"sobreendividamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sobreendividamento [consultado em 13-04-2015].
sábado, 11 de abril de 2015
À espera dos Bárbaros
Mas que
esperamos nós aqui n'Ágora reunidos?
É que os
bárbaros hoje vão chegar!
Mas
porque reina no Senado tanta apatia?
Porque
deixaram de fazer leis os nossos senadores?
É que os
bárbaros hoje vão chegar.
Que leis
hão‑de fazer os senadores?
Os
bárbaros que vêm, que as façam eles.
Mas
porque tão cedo se ergueu hoje o nosso imperador,
E se
sentou na magna porta da cidade à espera,
Oficial,
no trono, co'a coroa na cabeça?
É que os
bárbaros hoje vão chegar.
O nosso
imperador espera receber
O chefe.
E certamente preparou
Um
pergaminho para lhe dar, onde
Inscreveu
vários títulos e nomes.
Porque é
que os nossos dois bons cônsules e os dois pretores
trouxeram
hoje à rua as togas vermelhas bordadas?
E porque
passeiam com pulseiras ricas de ametistas,
e porque
trazem os anéis de esmeraldas refulgentes,
por que
razão empunham hoje bastões preciosos
com tão
finos ornatos de ouro e prata cravejados?
É que os
bárbaros hoje vão chegar.
E tais
coisas os deixam deslumbrados.
Porque é
que os grandes oradores como é seu costume
Não vêm
soltar os seus discursos, mostrar o seu verbo?
É que os
bárbaros hoje vão chegar
E
aborrecem arengas, belas frases.
Porque
de súbito se instala tal inquietude
Tal
comoção (Mas como os rostos ficaram tão graves)
E num
repente se esvaziam as ruas, as praças,
E toda a
gente volta a casa pensativa?
Caiu a
noite, os bárbaros não vêm.
E
chegaram pessoas da fronteira
E disseram
que bárbaros não há.
Agora
que será de nós sem esses bárbaros?
Essa
gente talvez fosse uma solução.
Konstantinos Kafavis, considerado o maior poeta
grego do tempo moderno (1863/1933).
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