‘Bom Dia!’
‘Começo por propor um pequeno desafio: no momento de começar a ler este Curto, feche os olhos, respire fundo e pare sete segundos só para ouvir o que se passa à sua volta. Se por acaso conseguir escutar o silêncio sinta-se feliz, mas o mais provável é ter ouvido carros a passar na rua, uma buzina, um avião, o toque de um telemóvel, a televisão na sala ao lado, gaivotas, uma máquina qualquer a trabalhar, vozes ou até um zumbido dentro de si. (…)’
Começa assim o Expresso Curto de hoje, ao qual Margarida Cardoso deu o título que utilizei. A jornalista refere experiências de profissionais e estudos feitos que comprovam os prejuízos do ruído na nossa saúde e que podem levar a que a vida seja bem mais curta.
Fiz o exercício proposto no início e ouvi o exaustor na cozinha, carros a circular na rua, chilreios de pássaros na japoneira do jardim, vozes de pessoas a passar. Nada mau, mas estou em casa e vivo entre aldeia e vila.
Porém, há lojas, sobretudo em Centros Comerciais citadinos, onde os decibéis da música são altíssimos. Trabalhar assim muitas horas não deve ser fácil; talvez por isso só são contratados os muito jovens. E inúmeras situações existem em que as pessoas estão expostas continuamente ao ruído.
O mesmo acontece no lazer. Algumas esplanadas à beira-mar têm a música tão alta que as pessoas tendem a falar igualmente alto. O som do mar é completamente anulado e até a vista é desviada.
Se o silêncio é pesado, custa muito, mas criar para si próprio momentos de silêncio e proporcionar aos outros esse prazer, muitas vezes não custa nada. E a Vida de cada um agradece.