sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Michel Camilo & Tomatito Spain Again

Dióspiros ao sol


Ligação à terra


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

"Identidade" - Muitas fases da lua

Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.

Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.

Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.


Miguel Torga, in Penas do Purgatório

Sol ou lua?

Van Gogh, 1888

"Au clair de la lune" - Para a criança que há em casa ou em nós!

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Outono e Lua Nova

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Manhã



Monet - 1872



segunda-feira, 18 de setembro de 2017

domingo, 17 de setembro de 2017

Sophia e quem navega na sua inspiração

"Grão de Mar"


Lá no meu sertão plantei
Sementes de mar
Grãos de navegar
Partir
Só de imaginar, eu vi
Água de aguardar
Onda a me levar
E eu quase fui feliz
Mas nos longes onde andei
Nada de achar
Mar que semeei, perdi
A flor do sertão caiu
Pedra de plantar
Rosa que não há
Não dá
Não dói, nem diz
E o mar ficou lá no sertão
E o meu sertão em nenhum lugar
Como o amor que eu nunca encontrei
Mas existe em mim
Mas nos longes onde andei
Nada de achar
Mar que semeei, perdi
A flor do sertão caiu
Pedra de plantar
Rosa que não há
Não dá
Não dói, nem diz
E o mar ficou lá no sertão
E o meu sertão em nenhum lugar
Como o amor que eu nunca encontrei
Mas existe em mim

"Lágrima" em domingo (ainda) sem chuva

sábado, 16 de setembro de 2017

Oswaldo Montenegro - Metade

Metade ou inteiro?



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
A outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço
Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é plateia
A outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

A leitura inteira de Pedro Lamares

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

"Quintas de leitura"


Ontem à noite, o anfiteatro da Biblioteca Almeida Garrett encheu-se para assistir às "Quintas de Leitura" sobre a obra de Sophia de Mello Breyner.
É muito bom ver como tantos eventos no Porto são participados e aplaudidos.
Este poema foi o primeiro a ser escutado, dito por Catarina Salinas. Muitos outros se seguiram, lidos por Cristiana Sabino, Mariana Magalhães Teresa Coutinho e Pedro Lamares. As palavras sabiam à verdade e limpidez de Sophia.
Para além da música, das canções, da leitura de um ensaio, de imagens, de silêncios, de convívio, de emoções...

Joana Machado - Do You Know?


Esta voz do jazz esteve também ontem na Biblioteca Almeida Garrett.

Sopa de Pedra - Estrigadeiras

Ontem, na Biblioteca  Almeida Garrett, as vozes bem articuladas deste grupo fizeram-se ouvir.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A mentira nem sempre tem perna curta

Goste-se ou não do estilo, toda a gente conhece o Tony Carreira.
Um dia, o cantor vinha a Gondomar e um aluno perguntou-me se eu ia ver o espetáculo. Disse-lhe que não e logo me perguntou se eu não gostava do cantor. Como a minha resposta foi de novo negativa, ele respondeu-me:
- Ó Setora, não acredito, todas as mulheres gostam dele!!!
E o Multiusos encheu-se, tal como as salas por onde passa.
E o que é certo é que o problema do plágio, que ontem foi levantado pelo Ministério Público, já é antigo e bastava consultar a internet para ver facilmente as poucas diferenças e as muitas semelhanças entre grandes êxitos com canções mais antigas de outros autores.
E, infelizmente, nesta área e noutras, há pessoas que enriquecem sorrindo às mentiras e maldizendo, como se fossem vítimas, as verdades que incomodam. E este vício adocicado de xicoesperto atinge muitas gerações.
Quando isto acontece, os outros serão vistos como uma massa de gente que ficou pela emoção e não atingiu a razão.
Oxalá a mentira tenha cada vez mais perna curta para que Portugal dê exemplos de um país civilizado. E não falta talento e criatividade.

HERVE VILARD / L'IDIOT