domingo, 11 de dezembro de 2016
sábado, 3 de dezembro de 2016
"Odeio!", "Teadoro"...
Ontem, fui a uma loja de roupa e ouvi uma das palavras que é muito recorrente, sobretudo entre os jovens, em relação a qualquer peça, ou cor, ou modelo de que não se gosta: "odeio".
Claro que não é para levar à letra, mas acho bizarro este verbo usado neste contexto..
Cliquei num dicionário eletrónico e encontrei sobre o verbo "odiar":
"transitivo direto e pronominal
sentir aversão por (algo, alguém, a si próprio ou um ao outro); detestar(-se), abominar(-se)."
Ora, não gostar de uma cor - como era o caso - não implicaria sentimento tão extremo.
Porém, eu era incapaz de comprar um casaco amarelo-canário, verde-alface, rosa-choque...
Poderia dizer que odeio e poupava palavras porque digo: sou incapaz de usar essas cores, não me vejo com essas cores...
Por outro lado, odeio cenários de guerra que destroem vidas e a vida de muitos seres humanos; odeio o desrespeito pelos mais frágeis, neles cabendo as crianças e os velhos; odeio a destruição voluntária de bens que pertencem à história da Humanidade; odeio os maus tratos domésticos, como se houvesse donos e vassalos; odeio a ambição desmedida dos que empurram, com um sorriso e pancadinhas nas costas, os que não são hábeis e corruptos...
E talvez as jovens que disseram odiar já não sei que cor odeiem também tudo isto. E oxalá que sim.E, quem sabe, talvez gostem - ou melhor, amem, odorem, curtam, etc, alguns poetas.
Eu, por mim, gosto, amo, adoro, curto este poeta e este poema:
"Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora"
Manuel Bandeira
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora"
Manuel Bandeira
Quem pode dizer que o(s) odeia?
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Apetece-me chorar, disse ela.
Ela sempre gostara de jardinar, de plantar, de semear, de colher, de guardar as sementes...
O jardim estava viçoso, a horta, sempre com hortaliças verdes da época. Para não falar das árvores de fruto que eram acarinhadas e seguidas como se de pessoas se tratasse.
Paralelamente à família, as flores, os frutos, as hortaliças assumiam estatuto de relevante prioridade. Para que nada lhes faltasse. Tal como os humanos, precisavam de viver para que se prolongassem outras vidas.
O que a natureza produzia sempre foi para ela um dos bens mais sagrados da vida. Como a água ou a chuva quando necessária.
O tempo foi passando; a vida, trazendo dores nas pernas e articulações e ela teve de ir escasseando esses trabalhos. Com dor. Com muita dor. Com saudade, Com muita saudade.
Um dia, pegou na bengala e foi até ao terreno, onde havia plantado árvores, onde tinha lançado sementes no tempo certo, onde tinha enchido cestos no tempo das colheitas...
Ficou parada a olhar e disse:
-Apetece-me chorar, porque queria continuar a trabalhar e já não posso.
E, apesar do verão de S. Martinho, a natureza parecia compreender.
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
domingo, 13 de novembro de 2016
sábado, 12 de novembro de 2016
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
Um sim ou um não?
Trump ganhou as eleições de ontem nos Estados Unidos. Contrariamente às previsões. Contrariamente às sondagens. Contrariamente a todos os apelos de figuras públicas. Contrariamente a meios de comunicação social que decidiram tomar posição contra o candidato.
Ganhou, apesar das mentiras, apesar do racismo, apesar da fuga aos impostos, apesar do desrespeito pelas mulheres, apesar da mente fechada ao novo mundo, apesar da ausência de ideias...
Mesmo assim, venceu as eleições até em estados onde seria improvável ganhar, como a Florida.
Milhões e milhões de eleitores deram-lhe um sim, pretendendo, por certo, vincar um não a tantas políticas e políticos que tanto mal fazem e que tantos bens recebem por esse mundo fora, incluindo Portugal, é claro.
Pior lição era impossível.sexta-feira, 4 de novembro de 2016
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
O Sol - cá e lá
Em West Hampstead, nos arredores de Londres, apesar de ser uma zona residencial, as esplanadas dos cafés e dos pubs têm sempre muita gente, sobretudo ao fim da tarde.
Em Portugal, já se vai seguindo o modelo de estar ao ar livre ainda que o sol não brilhe. Poderá ser um sinal de que todos os dias e todos os momentos podem ser importantes para desfrutar da vida, tanto pelo trabalho como pelos momentos de lazer.
É bom ver famìlias, grupos de amigos ou pessoas sós a saborearem um petisco ou uma bebida com tempo para olhar a vida nos olhos.
Voltando a West Hampstead, como o sol não é tão abundante como em Portugal, qualquer sinal de bom tempo é logo bem aproveitado nos pequenos parques que existem. Quanto aos bebés, a avaliar pelo número de carrinhos que os transportam ou passeiam, são bem mais numerosos que em Portugal. Mesmo a chover, ei-los nos carrinhos, bem agasalhados e bem cobertinhos com um plástico.
Apesar de tudo, a vitamina D é uma das carências no espaço londrino porque o sol é escasso. E o que é curioso é que em Portugal a falta dessa vitamina vai sendo também um problema comum.
Andaremos a desperdiçar o sol ou teremos de parar mais um pouco, sem pressas e olhando a Vida?
Em Portugal, já se vai seguindo o modelo de estar ao ar livre ainda que o sol não brilhe. Poderá ser um sinal de que todos os dias e todos os momentos podem ser importantes para desfrutar da vida, tanto pelo trabalho como pelos momentos de lazer.
É bom ver famìlias, grupos de amigos ou pessoas sós a saborearem um petisco ou uma bebida com tempo para olhar a vida nos olhos.
Voltando a West Hampstead, como o sol não é tão abundante como em Portugal, qualquer sinal de bom tempo é logo bem aproveitado nos pequenos parques que existem. Quanto aos bebés, a avaliar pelo número de carrinhos que os transportam ou passeiam, são bem mais numerosos que em Portugal. Mesmo a chover, ei-los nos carrinhos, bem agasalhados e bem cobertinhos com um plástico.
Apesar de tudo, a vitamina D é uma das carências no espaço londrino porque o sol é escasso. E o que é curioso é que em Portugal a falta dessa vitamina vai sendo também um problema comum.
Andaremos a desperdiçar o sol ou teremos de parar mais um pouco, sem pressas e olhando a Vida?
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
domingo, 23 de outubro de 2016
Porque hoje é domingo
Se puder, consulte o blogue seguinte,
oiça a canção seguinte
e não pense no dia seguinte.
Se puder, é claro, porque nem sempre o domingo é domingo!
Bom descanso, se possível!
https://isauraafonseca.wordpress.com/
In the lonely night
In the blinking stardust of a pale blue light
You're comin' through to me in black and white
When we were made of dreams.
In the blinking stardust of a pale blue light
You're comin' through to me in black and white
When we were made of dreams.
You're blowing down the shaky street,
You're hearing my heart beat
In the record breaking heat
Where we were born in time.
You're hearing my heart beat
In the record breaking heat
Where we were born in time.
Not one more night, not one more kiss,
Not this time baby, no more of this,
Takes too much skill, takes too much will,
It's revealing.
You came, you saw, just like the law
You married young, just like your ma,
You tried and tried, you made me slide
You left me reelin' with this feelin'.
Not this time baby, no more of this,
Takes too much skill, takes too much will,
It's revealing.
You came, you saw, just like the law
You married young, just like your ma,
You tried and tried, you made me slide
You left me reelin' with this feelin'.
On the rising curve
Where the ways of nature will test every nerve,
You won't get anything you don't deserve
Where we were born in time.
Where the ways of nature will test every nerve,
You won't get anything you don't deserve
Where we were born in time.
Bridge #2:
You pressed me once, you pressed me twice,
You hang the flame, you'll pay the price,
Oh babe, that fire
Is still smokin'.
You were snow, you were rain
You were striped, you were plain,
Oh babe, truer words
Have not been spoken or broken.
You pressed me once, you pressed me twice,
You hang the flame, you'll pay the price,
Oh babe, that fire
Is still smokin'.
You were snow, you were rain
You were striped, you were plain,
Oh babe, truer words
Have not been spoken or broken.
In the hills of mystery,
In the foggy web of destiny,
You can have what's left of me,
Where we were born in time.
In the foggy web of destiny,
You can have what's left of me,
Where we were born in time.
Songwriter BOB DYLAN
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Quem o ouve dificilmente o esquece
Tem 42 anos, é natural de S. Paulo e esteve ontem à noite na Casa da Música.
Para além de ser um tocador exímio, parecia ser boa pessoa. Quando assim é,
a música ainda soa melhor aos nossos ouvidos.SUMRRÁ por cá
Sumrrá é um grupo de jazz da Galiza. Tocam juntos há 16 anos.
Estiveram ontem à noite na Casa da Música.
O público gostou, aplaudiu e eles mostravam a satisfação
de quem faz um trabalho sério e com intensa paixão.terça-feira, 18 de outubro de 2016
domingo, 16 de outubro de 2016
PROJETO S.O.S. RACISMO - "Não engolimos sapos"
Vou por vezes a uma padaria que tem um sapo à porta. Confesso que desconhecia a simbologia: afastar os ciganos.
Ainda bem que tive conhecimento da campanha de S.O.S.Racismo: "Não engolimos sapos".
Se continuar a vê-lo, de loiça e à entrada, talvez seja o momento de ir comprar o pão a outro lado.
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