A Clarinha ainda não fala
E ouve línguas diferentes
O que vai sendo normal
Nas nossas modernas mentes
O papá diz water
A mamã diz água
O papá diz goodbye
A mãe, adeus sempre com mágoa
O papá diz soup
A mamã diz sopinha
O papá lembra let's go to bed
A mamã: são horas da caminha
O papá conta histórias
E vai dizendo look
A mãe aponta para o livro
A que o pai chama book
O papá canta a song
A mamã acha bonita a canção
O papá diz heart
E a mamã coração
A mamã fica contente
Com os dentinhos da Clarinha
E o papá diz: good teeth
Lavando-lhe a carinha
E como falará Clarinha
Quando vier ao nosso país?
Será sempre uma riqueza
Como é grande a beleza
Quando larga é a raiz!
quinta-feira, 21 de julho de 2016
quarta-feira, 20 de julho de 2016
Bela oração
Igreja St James em West Hampstead |
E a concertos ela vai
Lá vê outros bebés
Com a nani, a mãe ou o pai
E para além dos instrumentos
Que peças pequeninas tocam
Os músicos contam histórias
E os meninos brincam, ouvem ou choram
Tudo parece natural
E todos estão à vontade
Porque a cultura é normal
E começa em tenra idade
Os concertos em igrejas
Que às crianças dão a mão
Criam hábitos musicais
O que é uma bela oração!
sábado, 9 de julho de 2016
Histórias da Clarinha - os olhos
Os olhos da Clarinha
São mesmo da cor do céu
Não quando está enevoado
Mas quando se pinta de azul
Como quadro abençoado
E ficam sempre bem atentos
Perante a beleza do mundo
Às vezes parece que pensam
E fitam com olhar profundo
Quando o soninho vem
No colo da avó ou dos papás
Logo emerge a vontade
Que no mundo haja mais paz
E tal como janelinhas
Com soninho vão fechando
E quem olha a Clarinha
Também parece sonhando!
São mesmo da cor do céu
Não quando está enevoado
Mas quando se pinta de azul
Como quadro abençoado
E ficam sempre bem atentos
Perante a beleza do mundo
Às vezes parece que pensam
E fitam com olhar profundo
Quando o soninho vem
No colo da avó ou dos papás
Logo emerge a vontade
Que no mundo haja mais paz
E tal como janelinhas
Com soninho vão fechando
E quem olha a Clarinha
Também parece sonhando!
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Histórias da Clarinha - o morango
Quando a Clarinha
Come um moranguinho
A sua boquinha pequenina
Parece de um passarinho
Um pequeno passarinho
Que está sempre a depenicar
O vermelho moranguinho
Que dá gosto ver saborear
E quando foge dos dedinhos
E cai na roupa ou cadeirinha
Logo o procura a Clarinha
Com os seus pequenos dedinhos
E vai mostrando alegria
E também satisfação
Enquanto o moranguinho escorre
Na sua pequenina mão!
Come um moranguinho
A sua boquinha pequenina
Parece de um passarinho
Um pequeno passarinho
Que está sempre a depenicar
O vermelho moranguinho
Que dá gosto ver saborear
E quando foge dos dedinhos
E cai na roupa ou cadeirinha
Logo o procura a Clarinha
Com os seus pequenos dedinhos
E vai mostrando alegria
E também satisfação
Enquanto o moranguinho escorre
Na sua pequenina mão!
Histórias da Clarinha. - os livros
A Clarinha come livros
e começa a roê-los pelos cantinhos
Gosta deles de papel
E que sejam bem durinhos
E a avó diz à Clarinha
Que os livros não são para comer
Mas as histórias bem bonitas
Como é bom ouvi-las ler
E a Clarinha parece perguntar
Embora nada saiba dizer:
Se os meus papás devoram livros
Por que razão não os posso comer?!
e começa a roê-los pelos cantinhos
Gosta deles de papel
E que sejam bem durinhos
E a avó diz à Clarinha
Que os livros não são para comer
Mas as histórias bem bonitas
Como é bom ouvi-las ler
E a Clarinha parece perguntar
Embora nada saiba dizer:
Se os meus papás devoram livros
Por que razão não os posso comer?!
Jardim ou canteiro: eis a questão
Mrs Chloe tinha uma casa
Perto de Londres com um jardim
E nele morava uma roseira
Que tinha espinhos mas não era ruim
No jardim havia cadeiras
Para conviver e conversar
Mas nunca viram ninguém
Que nelas se viesse sentar
Cercavam o jardim arbustos
Que cresciam e cresciam
Pareciam quatro paredes
E o vizinhos nada viam
E ter uma mesa sempre só
No meio de um bonito jardim
Era um crime de lesa-majestade
Para a roseira e para mim
E assim o pé de roseira
Que sozinho no jardim vivia
Dizia que preferia viver em canteiro
A florir em jardim sem companhia!
Perto de Londres com um jardim
E nele morava uma roseira
Que tinha espinhos mas não era ruim
No jardim havia cadeiras
Para conviver e conversar
Mas nunca viram ninguém
Que nelas se viesse sentar
Cercavam o jardim arbustos
Que cresciam e cresciam
Pareciam quatro paredes
E o vizinhos nada viam
E ter uma mesa sempre só
No meio de um bonito jardim
Era um crime de lesa-majestade
Para a roseira e para mim
E assim o pé de roseira
Que sozinho no jardim vivia
Dizia que preferia viver em canteiro
A florir em jardim sem companhia!
sexta-feira, 1 de julho de 2016
O homem que escolhia o banco nos parques
Só ficava em casa nos dias de muita chuva. Nos outros, saía sempre de manhã, caminhava um pouco, comprava uma sanduíche para o almoço e dirigia-se a um parque. Os espaços verdes e arborizados não faltavam em Londres, cidade que considerava sua, pois já lá vivia há mais de quarenta anos. Tinha saído da Irlanda e nunca mais lá tinha voltado. Os dinheiros escasseavam cada vez mais e também a família se foi afastando. Ou de forma definitiva ou de modo incómodo para restabelecer qualquer reencontro.
Habituara-se a passar sozinho a maior parte dos seus dias. E das noites também. Vivia numas águas- furtadas e ficava sempre a olhar o céu até de madrugada através da claraboia.Depois adormecia e a noite parecia passar mais depressa.
Quando saía pela manhã, o dia já ia quase a meio. Todos os dias escolhia um parque diferente para almoçar. Ficava a olhar os estudantes vindos dos diversos continentes e que comiam alimentos com cheiros exóticos a que já se tinha habituado; os pares de namorados que aproximavam os corpos e sorriam; as pessoas que circulavam sempre a falar ao telemóvel...
Tirava a sanduíche do saco, Dele fazia também sair um jornal e ali ficava longo tempo. E a escolha do banco obedecia sempre a um critério: sentava-se perto de pessoas aparentemente felizes. Ouvia-as falar, sorrir, contar pequenas peripêcias de que saíam sempre vitoriosas. A felicidade dos outros reduzia o seu solitårio infortúnio.
Num dos últimos dias, sentou-se no banco onde conversava um casal. Ela, carinhosamente, embalava o bebé num carrinho para que não acordasse antes do final da sesta habitual. Falavam das árvorres de Londres cujos nomes andavam a tentar aprender e a reconhecer para mais tarde ensinarem ao filho. Bom motivo para o velho se manter sentado perto do casal.
Também em tempos tinha tentado aprender o nome das árvores de Londres, mas desistira, já nem se lembrava da razão.
Quando o bebé acordou, o casal levantou-se e partiu, não sem antes dizer um rápido Bye.
No dia seguinte, ao contrário do que era habitual, o velho irlandês não mudou de parque para almoçar. Queria confirmar o nome das árvores que no dia anterior tinha aprendido. E que tinha escrito no velho jornal. E estava convicto de que não ia desistir. Tal como da vontade de ver o céu noturno através da claraboia da sua casa.
Habituara-se a passar sozinho a maior parte dos seus dias. E das noites também. Vivia numas águas- furtadas e ficava sempre a olhar o céu até de madrugada através da claraboia.Depois adormecia e a noite parecia passar mais depressa.
Quando saía pela manhã, o dia já ia quase a meio. Todos os dias escolhia um parque diferente para almoçar. Ficava a olhar os estudantes vindos dos diversos continentes e que comiam alimentos com cheiros exóticos a que já se tinha habituado; os pares de namorados que aproximavam os corpos e sorriam; as pessoas que circulavam sempre a falar ao telemóvel...
Tirava a sanduíche do saco, Dele fazia também sair um jornal e ali ficava longo tempo. E a escolha do banco obedecia sempre a um critério: sentava-se perto de pessoas aparentemente felizes. Ouvia-as falar, sorrir, contar pequenas peripêcias de que saíam sempre vitoriosas. A felicidade dos outros reduzia o seu solitårio infortúnio.
Num dos últimos dias, sentou-se no banco onde conversava um casal. Ela, carinhosamente, embalava o bebé num carrinho para que não acordasse antes do final da sesta habitual. Falavam das árvorres de Londres cujos nomes andavam a tentar aprender e a reconhecer para mais tarde ensinarem ao filho. Bom motivo para o velho se manter sentado perto do casal.
Também em tempos tinha tentado aprender o nome das árvores de Londres, mas desistira, já nem se lembrava da razão.
Quando o bebé acordou, o casal levantou-se e partiu, não sem antes dizer um rápido Bye.
No dia seguinte, ao contrário do que era habitual, o velho irlandês não mudou de parque para almoçar. Queria confirmar o nome das árvores que no dia anterior tinha aprendido. E que tinha escrito no velho jornal. E estava convicto de que não ia desistir. Tal como da vontade de ver o céu noturno através da claraboia da sua casa.
quarta-feira, 29 de junho de 2016
I ❤️ London
Poderia enumerar muitas coisas que me agradam em Londres, mas vou referir os canteiros floridos das casas. Retangulares na sua maioria, surgem às janelas, nos muros, no pavimento... E as flores são quase sempre miudinhas e de cores diferentes: azul, violeta, branco, amarelo...
E sob um céu tantas vezes cinzento e tantas vezes chuvoso, desenham-se estes bocadinhos alegres e vivos bem perto de quem por eles passa e de quem junto deles reside. Apetece passar devagar e contemplar os diferentes canteiros, uns mais bem cuidados do que outros, mas coma suave e bela pujança de um clima que torna mais verde o que a natureza assim sempre pintou.
A junção de tantas cores é como a multiplicação de etnias que coabitam em Londres. Haverá alguém que queira que os canteiros londrinos tenham uma só cor? Se assim for, muitas flores morrerão e as que ficarem murcharão porque, ao serem cortadas todas. as outras, as raizes não deixam de ser afetadas.
I ❤️ London nas cores húmidas que a natureza da vida foi acrescentando, dando força e beleza à cidade. Só quem não a ama ou não a conhece será capaz de o fazer. Ou não passou por ela devagar, como quando se contemplam os seus canteiros.
E sob um céu tantas vezes cinzento e tantas vezes chuvoso, desenham-se estes bocadinhos alegres e vivos bem perto de quem por eles passa e de quem junto deles reside. Apetece passar devagar e contemplar os diferentes canteiros, uns mais bem cuidados do que outros, mas coma suave e bela pujança de um clima que torna mais verde o que a natureza assim sempre pintou.
A junção de tantas cores é como a multiplicação de etnias que coabitam em Londres. Haverá alguém que queira que os canteiros londrinos tenham uma só cor? Se assim for, muitas flores morrerão e as que ficarem murcharão porque, ao serem cortadas todas. as outras, as raizes não deixam de ser afetadas.
I ❤️ London nas cores húmidas que a natureza da vida foi acrescentando, dando força e beleza à cidade. Só quem não a ama ou não a conhece será capaz de o fazer. Ou não passou por ela devagar, como quando se contemplam os seus canteiros.
sexta-feira, 24 de junho de 2016
BREXIT
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Ainda haverá poema?
Ó meu rico S. João,
Tira-nos deste empate
Ajuda a encontrar a vitória
Para que não fique na memória
Ganhar apenas por resgate
Com ou sem microfone
Que os jogadores não atirem à água
Tantos sonhos tantas crenças
Para resolver desavenças
Que emergem de tanta mágoa
E há muitos poetas que cantam
Os jogadores em campo a lutar
Como se a vida estivesse a seus pés
Com a bola a correr a sete pés
Para a vitória poder alcançar
Meu rico S.João, desculpa
De tanto pedido fazer
Nisto que não são orações
Apenas algumas impressões
De quem poema não sabe fazer
Mas no sábado é que vai ser
Diz o povo com esperança
E assim se esquece a tempestade
Sempre à espera da bonança!
Tira-nos deste empate
Ajuda a encontrar a vitória
Para que não fique na memória
Ganhar apenas por resgate
Com ou sem microfone
Que os jogadores não atirem à água
Tantos sonhos tantas crenças
Para resolver desavenças
Que emergem de tanta mágoa
E há muitos poetas que cantam
Os jogadores em campo a lutar
Como se a vida estivesse a seus pés
Com a bola a correr a sete pés
Para a vitória poder alcançar
Meu rico S.João, desculpa
De tanto pedido fazer
Nisto que não são orações
Apenas algumas impressões
De quem poema não sabe fazer
Mas no sábado é que vai ser
Diz o povo com esperança
E assim se esquece a tempestade
Sempre à espera da bonança!
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Às 5h de hoje, haverá também poema?
A SELEÇÃO
Poema de Carlos Drummond de Andrade
Vai Rildo, não vai Amarildo?
Vão Pelé e, que bom. Mané,
o menino gaúcho Alcino
e nosso veterano Dino,
Altair, rima de Oldair,
ecoando na ponta: Ivair,
e na quadra do gol: Valdir.
Fábio, o que não pode faltar,
e também não pode Gilmar,
como, entre os santos dos santos,
o patriarca Djalma Santos,
sem esquecer o Djalma Dias
e, entre mil e uma noites, Dias.
Mas se a Comissão não se zanga,
quero ver, em Everton, Manga.
É canhoto, e daí? Fefeu,
quando chuta, nunca perdeu.
A chance que lhe foi roubada,
desta vez a tenha Parada.
Paraná, invicto guerreiro
para guerrear como aqui, lá.
Olhando pró chão, Jairzinho
é como joga legalzinho.
Não abro mão de Nado e Zito,
nem fique o Brito por não dito.
Ditão, é claro, por que não?
e o mineiríssimo Tostão,
o grande Silva, corintiana
glória e mais o áspero Fontana,
Dudu, Edu... e vou juntando
bons nomes ao nome de Orlando,
para chegar até Bellini
em cujas mãos a taça tine.
Célio, Servílio: suaves eles
já completados por Fidélis.
Edson, Denilson e Murilo,
cada um com seu próprio estilo.
Um lugar para Paulo Henrique
enquanto digo a Flávio: fique!
Com Paulo Borges bem na ponta
eu conto, e sei que você conta.
Na lateral, Carlos Alberto
estou certo que vai dar certo.
Acham tampinha Ubirajara?
Valor não se mede por vara.
Até parece de encomenda:
Leônidas, nome que é legenda.
E se Gérson do Botafogo
entra no campo, ganha o jogo.
Não podia esquecer o Lima
e seu chute de muita estima.
Com tudo isso e mais Rinaldo
e o canarinho de Ziraldo,
quarenta e seis, se conto bem
— um time igual eu nunca vi
em Europa, França e Belém —
que barbada seria o Tri,
hein?
(Correio da Manhã, 03-04-1966)
segunda-feira, 20 de junho de 2016
sábado, 18 de junho de 2016
Algumas cores de S. João
Parte da instalação "Gira", no Largo de S. Domingos - Porto |
S. João, és manjerico,
Alho porro, erva cidreira
E também o martelinho
A dar cor à barulheira!
S. João, na minha infância,
Eu pedia um tostãozinho,
Mas se eu fosse banqueira,
Logo teria um milhãozinho!
O desconcerto do mundo
Na Europa foi instalado;
O rico recebe prémio
E o pobre é castigado!
S. João, isto vai mal
No reino da Educação.
Haverá liberdade de escolha
Quando é enorme a seleção?
E por falar em seleção,
Logo o futebol vem à mente;
Oxalá Portugal aqueça
Para animar cá a gente!
E os políticos argumentam
Como se fossem virgem santinha;
Querem que os lugares aqueçam
Puxando brasa à sua sardinha!
Ó meu rico S. João,
Vou-te fazer um pedido:
Ajuda a encontrar a direção
Neste mundo tão perdido!.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
domingo, 12 de junho de 2016
sábado, 11 de junho de 2016
sexta-feira, 10 de junho de 2016
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