Ainda não conhecia Kew Gardens - imenso e belíssimo
jardim botânico em Richmond, a Sudoeste de Londres, espaço muito diversificado de muitas belezas, de muitos lugares para repouso e passeios, de muitos estudos, de muitas raízes para proteção do ambiente, etc. Passámos lá uma boa parte
de um domingo feliz.
Cada vez mais defendo a ideia de que, seja onde for, nunca se pode conhecer tudo de uma vez. E foi o que aconteceu. Uma das partes que escolhemos foi percorrer o jardim das rosas.
Passar por uma árvore do século XVIII.
Observar de perto uma escultura que representa uma colmeia, porque as abelhas e outros insetos úteis ao homem e à natureza são igualmente protegidos.
Percorrer caminhos com flores de diferentes cores, formas e volumes, incluindo as espontâneas.
Parar em extensões de relva - mais ressequida do que habitualmente, mesmo no verão - com mesas para descanso ou piquenique.
Visitar o palacete onde viveu Georges III (1738 -1820) na tentativa de cura da sua doença mental.
Ao longo do percurso, ouvem-se e veem-se aviões com frequência porque o grande aeroporto de Heathrow fica perto - mostrando que a perfeição é difícil de atingir. Ainda que todas as razões pareçam reunidas.
Porém, nem o ruído dos aviões fez voar a minha felicidade de passar um domingo com a minha filha, entre flores, entre árvores, entre história, entre conversas de tudo e de nada. Andávamos as duas e eu via-te como se fosses ainda menina, embora tenhas emigrado há quase dezoito anos e te tenhas tornado uma mulher cidadã do mundo, sem deixares de ser a pessoa calma, sensata, doce e corajosa que sempre foste.
Filha, adorei este domingo. Gosto muito de Londres. Talvez porque o que conheço da cidade e arredores me transporta sempre para ti.
Ah! e, fora do palacete, vimos este gato, que parecia habituado ao lugar e a umas pedras onde descansava e donde muito observava. Como se fossem uma casa, aberta a todo o jardim, aonde eu gostava muito de voltar. E a outros dias de Londres para registar e partilhar.