quinta-feira, 24 de março de 2016

O diário de Mariana



Sou tia! Uau!
Querido diário,
Vou aproveitar as tréguas de depois de almoço para te escrever outra vez. Eu acho que ainda não te disse, mas ando nas nuvens por causa da minha sobrinha. Sim, sou tia, querido diário. É mesmo fixe. Só tenho pena é de morar longe dela. A minha irmã. o meu cunhado e a minha sobrinha vivem em Londres. Já a visitei uma vez. Ela é mesmo fofinha. Quando lá fui, eu estava bastante constipada. Quando cheguei, a minha irmã disse-me logo: Mariana, se pegares na bebé, põe esta máscara. E logo ma passou para a mão. Depois de eu lavar as mãos, é claro. Quando a pus, parecia a minha dentista. Mas não deixei de abraçar a minha sobrinha. Tinha andado tantos dias a passar nisso. A Clarinha só me via uma parte da cara quando pegava nela ao colo. O que vale é que eu via-lhe a carinha toda. E os olhinhos azuis. Sempre a olhar para mim e para tudo.
A minha irmã e o meu cunhado contam-lhe histórias. Eu acho que ela não percebe nada porque é muito pequenina e quer é agarrar os livros por causa das cores. Mas acho fixe.
A minha mãe até ganhou mais ânimo com a neta. E diz a minha neta para aqui, a minha neta para ali, a minha neta para acolá. E depois diz assim: A Clarinha tem de comer a sopa. 
Nesses momentos, a minha irmã mais velha olha pra ela e eu vejo logo que quer dizer que as avós têm a mania de achar que elas é que sabem. Nem digo nada, porque quando dou a minha opinião, nunca é bem assim.
Eu gosto muito de ir a  Londres e não sou como a minha mãe que está sempre a pensar que pode haver problemas com o avião ou com terroristas.
Se calhar, um dia também vou emigrar como a minha irmã do meio. Já falei com o Gi sobre isso. Ficou a olhar pra mim com os olhos meio esbugalhados. Por que é que os rapazes demoram mais a perceber as coisas???
Se calhar, até já ou, se calhar, não. Gostava tanto de ser mais independente! Fogo!
Um abracinho
Mariana

Diário de Mariana




'Tou de férias. Fixe!
Querido diário,
Férias! Férias da Páscoa. Boas, pois. Logo que sejam férias, os dias parecem maiores e mais fixes. Ah, e com mais sol!
Às vezes, nem dá para reparar se está bom tempo ou a chover- Nas aulas, se olhamos uns minutos pela janela, os profs dizem logo que estamos distraídos. Devia haver um tempo livre para olhar para fora da escola. Uma vez, uma profe de português mandou-nos descrever o que víamos pela janela. Foi das aulas mais fixes até hoje.
Apesar de ter mais tempo livre, tive de me levantar antes das nove horas. Fogo, a minha mãe não dá tréguas. Disse-me assim: Levanta-te, Mariana, para aproveitares o tempo. Assim, também podes ler com mais calma o capítulo que vais apresentar no 3º período.
E logo hoje que me apetecia escrever mais e falar mais contigo, querido diário. 
Já li dez páginas do meu capítulo. E o pior é que temos de saber coisas para trás e para a frente. Não entendo por que razão os escritores escrevem tanto. Podiam escrever menos e ficavam com mais tempo livre. E nós também. Mas até gostei, diga-se a verdade. A minha mãe diz muitas vezes que os escritores conhecem bem a alma humana. Eu nem sempre lhe digo, mas até concordo.
Pronto, pra não te chatear, fico-me por aqui, mas acho que, daqui a bocadinho, estou cá outra vez. A menos que oiça: Mariana, chega aqui! Depois dizem que só os adultos é que sofrem e se cansam!!
Até breve!
Um abracinho
Mariana

quarta-feira, 23 de março de 2016

Lugo - belo lugar



Cartoon de Plantu


Será possível a Esperança?


Que a Liberdade e o Amor não nos abandonem!

sexta-feira, 18 de março de 2016

LETS CALL THE WHOLE THING OFF ELLA FITZGERALD

"Let's Call The Whole Thing Off"

Things have come to a pretty pass
Our romance is growing flat,
For you like this and the other
While I go for this and that,

Goodness knows what the end will be
Oh I don't know where I'm at
It looks as if we two will never be one
Something must be done:

You say either and I say either,
You say neither and I say neither
Either, either Neither, neither
Let's call the whole thing off.

You like potato and I like potahto
You like tomato and I like tomahto
Potato, potahto, Tomato, tomahto.
Let's call the whole thing off

But oh, if we call the whole thing off
Then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart

So if you like pyjamas and I like pyjahmas,
I'll wear pyjamas and give up pyajahmas
For we know we need each other so we
Better call the whole thing off
Let's call the whole thing off.

You say laughter and I say larfter
You say after and I say arfter
Laughter, larfter after arfter
Let's call the whole thing off,

You like vanilla and I like vanella
You saspiralla, and I saspirella
Vanilla vanella chocolate strawberry
Let's call the whole thing off

But oh if we call the whole thing of then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart

So if you go for oysters and I go for ersters
I'll order oysters and cancel the ersters
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let's call the whole thing off.

I say father, and you say pater,
I saw mother and you say mater
Pater, mater Uncle, auntie let's call the whole thing off.

I like bananas and you like banahnahs
I say Havana and I get Havahnah
Bananas, banahnahs Havana, Havahnah
Go your way, I'll go mine

So if I go for scallops and you go for lobsters,
So all right no contest we'll order lobster
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let's call the whole thing off.

G.N.R. - "Pronúncia do Norte"

Pronúncia do Norte
Gnr

Há um prenúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorte

É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe

Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborte

Nem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do Norte

Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaram

Corre um rio para o mar
E há um prenúncio de morte

E as teias que vidram nas janelas
esperam um barco parecido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar

E É a pronúncia do Norte

Corre um rio para o mar

quarta-feira, 16 de março de 2016

Saint Patrick's Day

 Hoje, na escola, as professoras de Inglês diziam aos colegas:
- Amanhã, não se esqueçam de trazer peças de roupa verde. 
Quis saber a razão. 
Tinha a ver com o Saint Patrick'Day.
E o trevo de três folhas foi sendo referido.
Amanhã, a escola vai estar pintalgada de verde. 
E ver verde talvez ajude a pintar a tão necessária esperança.


"A cor verde está na bandeira da Irlanda. Atualmente as pessoas usam verde no dia 17 de março como símbolo do país e para trazer sorte. Há um costume de pintar as crianças que não estão usando verde, de verde, claro!
Originalmente, a cor associada a São Patrício era azul. Com o passar dos anos a cor verde e sua ligação com o dia de São Patrício aumentou. Fitas verdes e trevos eram usados nas celebrações do dia de São Patrício no século XVII. Na rebelião irlandesa de 1798, na esperança de propagar seus ideais políticos, soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março na esperança de chamar a atenção pública à rebelião. A expressão irlandesa "the wearing of the green" (vestindo o verde), significa usar um trevo ou então outra peça de roupa na cor verde, em referência aos soldados rebeldes"

http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/cultura/holiday_saint_patrick2.php.

Some words

DO not because this day I have grown saturnine
Imagine that lost love, inseparable from my thought
Because I have no other youth, can make me pine;
For how should I forget the wisdom that you brought,
The comfort that you made? Although my wits have gone
On a fantastic ride, my horse's flanks are spurred
By childish memories of an old cross Pollexfen,
And of a Middleton, whose name you never heard,
And of a red-haired Yeats whose looks, although he died
Before my time, seem like a vivid memory.
You heard that labouring man who had served my people. He said
Upon the open road, near to the Sligo quay --
No, no, not said, but cried it out -- 'You have come again,
And surely after twenty years it was time to come.'
I am thinking of a child's vow sworn in vain
Never to leave that valley his fathers called their home. 



Colour

Francis Danby - pintor irlandês
1793 – 1861

Some music

terça-feira, 8 de março de 2016

Maria Bethânia - Mulher sempre mulher

segunda-feira, 7 de março de 2016

Voar

Browne, Henriette

Clã - "Conta-me Histórias"


sábado, 5 de março de 2016

Felizmente houve estórias!



   (Como foi dito na última página  do Diário de Mariana,
a professora da(s) turma(s)
escreve histórias que também partilha com os alunos.
Depois do que Mariana contou, 
"Felizmente houve história".

Obrigada, Glória.
Felizmente há momentos muito bons nas nossas escolas.
O que não são é habitualmente conhecidos!)
  


  "Naquele dia a Ana acordou mais animada. Não era nada de especial mas a sua vida andava tão monótona que qualquer novidade seria bem-vinda. A professora de Português tinha dito à turma que na aula seguinte uma colega sua viria falar das estórias que escrevia e do gosto que tinha pela leitura e pela escrita. Sempre era melhor do que a matéria que andavam a dar. Uma seca! Uma obra que um senhor com um nome estranho, um tal de Sttau Monteiro, tinha escrito há muitos anos e que ela nem sabia muito bem do que tratava. A turma até pediu à professora para mostrar um filme sobre o livro, para não ter de ler os   textos do manual, que     a Ana  às vezes não trazia  porque era muito pesado. E a professora estava sempre a ralhar…
     Pois é! Vinha uma outra professora à aula para falar de estórias. E não era de certeza a do tal Sttau Monteiro. Animou-se.
   Chegaram as duas, a professora de Português e a professora convidada. Muito sorridentes. Pareciam muito amigas. A Ana olhou a outra professora com atenção. Tinha um ar simpático. Depois de apresentada, falou do seu gosto pela escrita. Não se considerava uma escritora, mas escrevia pequenas estórias, muitas delas publicadas num blogue. Havia uma que tinha no título o nome de uma árvore “ A ameixoeira que não gostava de estar só.” A Ana lembrou-se de uma tangerineira que havia em casa quando era menina e já secara. Sentiu saudades do tempo em que passava tardes inteiras a ler à sombra dos seus ramos acolhedores.
      E a professora continuou. Tinha uma estória publicada num livro sobre o Porto. Um título curioso: “Domingos Mira Flor”. A turma não sabia o significado de “mira”, houve até quem confundisse com “mirra”, uma das prendas que os três Reis Magos ofertaram ao menino Jesus. A professora sorriu e explicou: o conto passava-se no Largo S. Domingos, no Porto. De uma das varandas desse Largo, o Senhor Domingos mirava uma professora reformada que vivia numa outra casa que tinha também uma varanda. Mirar significava olhar, ver com atenção, ficou a Ana a saber! 
     E a professora foi prosseguindo neste clima de estórias e leituras. A Ana até leu um dos contos. A professora pediu, porque já não via muito bem. Leu um que se intitulava “ O livro, o guarda-chuva e o chocolate”. Tinha algumas palavras difíceis, mas a Ana não se atrapalhou. Duas delas eram “folhear” e “desfolhar”. Essas ela sabia! A professora de português já tinha explicado! Dizia muitas vezes: “Folhear, não desfolhar”!, quando se referia às páginas do manual que tinham de usar.
     A Ana olhou para o relógio. Às vezes pegava no telemóvel, mas naquele momento não se atreveu a fazê-lo. Parecia falta de educação. Viu que a aula estava quase a acabar. A professora convidada trazia muitas estórias em pequenos livros para oferecer à turma. Não as entregou porque não houve tempo. A professora de Português ficou com elas para as distribuir na aula seguinte. Ainda bem! Ficaria adiado por mais um pouco o “ Felizmente há luar! , do tal Sttau Monteiro. Felizmente houve estórias!
Talvez a professora traga um filme…"
                                                                Glória Poças