quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Sou pai! Força, profs!"



Uma amiga contou-me, com alguma emoção, o que tinha visto esta tarde: um automóvel a circular com umas palavras escritas num dos vidros: "Sou pai. Força, profs"!

Ficámos a falar sobre o assunto durante algum tempo. Um feliz acaso ou um motivo de ânimo e um apelo à não desistência face às convicções? Acho que é tudo isso em dias difíceis, como muitos vividos durante o ano (como em todas as profissões, é claro!).

Raros são os governantes que elogiam os professores, a não ser que logo a seguir venha uma crítica. As palavras muitas vezes usadas são duras e nada dignificantes, como foi o caso do ministro que disse que, com a atual greve dos professores, os alunos estavam a ser “reféns”.

Reféns não poderão ser muitos professores em muitas salas de aula? E quem é o ministro ou governante que fala do assunto?

Embora não tenha sido nos últimos dias referido (porque mais uma vez só é dito o que interessa), a tendência vai ser aumentar o número de alunos por turma. E já lá vai o tempo das turmas “certinhas” como antigamente se dizia. Felizmente agora os alunos têm voz, questionam, querem ser esclarecidos se não perceberem bem e a tal têm direito.

E há também os que pouco fazem, que pouco intervêm, que, mesmo em casos de indisciplina, têm sempre um escudo que os defenda, que se espreguiçam nas aulas, que bocejam, que falam para os lados, que se irritam quando são chamados à atenção, que apenas conhecem direitos…

E ao professor exige-se que saiba dialogar com todos, interagir, tirar dúvidas, expor claramente as matérias, ser simpático, ser compreensivo, usar novas tecnologias, ter boa disposição, ter boa figura, conhecer ídolos do momento, apresentar gráficos com aumento do sucesso na sua disciplina…
E tudo bem, assim deverá/deveria ser, mas não encham as salas de aula com trinta alunos ao mesmo tempo!
Querem poupar dinheiro, pondo mais alunos em cada sala? Querem despedir profissionais, usando palavras como "mobilidade" ou "requalificação"?
Não tivessem ficado reféns da Troika e dos Bancos!


Dois amigos a sério

Maria Keil
— Irritas-me mesmo! — resmunga Roberto. — Isto aqui não é para ti! É só para os grandes!
O parque de diversões não é para garotos de cinco anos, mesmo que morem na rua por detrás das barracas de tiro, precisamente onde Roberto também mora. Mas Marco não deixa que o tirem dali. Com passos largos e pesados segue atrás do outro. Quando ele para, Marco para também.
— Porque é que andas sempre a correr atrás de mim?
— Eu não ando a correr atrás de ti — afirma Marco. — Tu é que andas muito depressa!
— Eu não quero que venhas comigo, percebes?
Marco para. Deita para fora a pequena barriga redonda que a camisola interior, com um buraco do tamanho de uma cereja e muitas nódoas de gelado e doce, só tapa até ao umbigo. Enfia as mãos bem fundo nos bolsos das calças e deixa descair os cantos da boca, lançando sobre Roberto o seu olhar amuado.
Roberto fica mais meigo…
— Pronto, anda cá! Lá por mim… — com um gesto largo chama-o para si.
É assim o jogo. Roberto, o grande de 10 anos, deixa que o pequeno de 5 anos vá com ele. Sem Marco, o parque de diversões não é tão divertido. Mas alguém tem mesmo que ser o chefe e mandar! Regras são regras.
Ninguém é tão fiel como Marco. E ninguém escuta Roberto com tanta atenção. Pouco importa que haja muitas coisas que não entende, que não perceba tudo aquilo que o amigo sonha e relata. Sonhos que ele conta de forma tão emocionante como se fossem reais. Mas só Marco acredita em tudo o que ele diz. Só ele consegue o que mais ninguém consegue, mesmo quando esse alguém é hábil e crescido. Marco gosta mesmo muito de Roberto!
Roberto e Marco têm muito tempo para vaguear porque ninguém se ocupa deles. Só à noite é que têm de ir para casa jantar, o que é importante; e também é importante que ainda se vejam as cores das calças e que não haja cabeças partidas. À tarde, andam juntos pelo parque de diversões, farejam as salsichas grelhadas para as quais não têm moedas, lambem em pensamento o algodão doce que não podem comprar por falta de dinheiro, e porque preferem gastar o pouquinho que têm num gelado.
Roberto tem algum dinheiro. Mas muito pouco! Nos bolsos, Marco tem elásticos para fazerem fisgas, e o lenço de assoar, enorme, do pai, usado já milhentas vezes. Primeiro, passeiam calmamente até à montanha russa, parando um bocado. Ouvem como os carrinhos às cores cheios de pessoas se lançam pelas curvas, continuam a corrida a subir e vão ficando mais lentos, como se não conseguissem chegar ao cimo.
— Agora! — grita Marco, agarrando a barriga com as duas mãos. Aperta os lábios, fecha os olhos com força. Imagina-se a descer a pique e a toda a velocidade. Mal as pessoas gritam com medo, ele agarra o braço de Roberto, e Roberto agarra Marco pelos ombros e tapa-lhe os olhos.
— Já passou — diz, tirando a mão.
É assim o jogo. Na pista de cart é a vez de Roberto. Regras são regras. Marco está radiante. É bom ter medo quando Roberto está ao seu lado para o proteger. Roberto é daqueles que nunca têm medo. E quando tem, nunca mostra. E ganha quase todas as bulhas, embora não goste nada de lutar quando é provocado. Mas como é bom quando o mais pequeno está a assistir e grita com toda a força:
— Aguenta!
Depois da luta, quem mais poderia bater no ombro de Roberto, a não ser o pequenito? Quem mais poderia limpar-lhe o rosto suado de uma forma tão carinhosa e desajeitada, com a única ponta limpa do lenço todo sujo?
Roberto faz voz grossa:
— Deixa lá isso! Não sou nenhum bebé.
Mas Marco responde:
— Um dia ainda vou ser como tu. Igualzinho a ti! E depois, também vou deixar que me limpem a cara!
Marco chega mesmo a querer imitar, com as suas pernas curtas, o andar de Roberto. Um andar um pouco largo, com passos seguros, as mãos nos bolsos das calças, mesmo que os bolsos estejam meio rotos e, ao correr, esvoacem como bandeirolas ao vento! E procura habituar-se a falar como Roberto, com pequenas pausas entre certas palavras que soam muito adultas…
Marco sabe gracejar como o amigo, e não lhe fica nada atrás. E sabe jogar futebol com a bola demasiado mole, a que falta sempre um pouco de ar para que salte bem. Como uma flecha, Marco
corre atrás dela e atira-se para a baliza. Não chora quando cai, nem quando o chão é duro e a terra salta e arde nos olhos. Só chora depois, em casa, quando a água corre sobre as feridas.
Da montanha russa seguem para o autódromo, passando pelo baloiço gigante e pelo carrossel.
— Gostava tanto de voar uma vez no avião! Achas que alguma vez vamos conseguir juntar tanto dinheiro?
Como sempre, Marco olha com desejo e pena para os cavalos de pau a baloiçar, para o seu avião que gira ao lado das motas pretas.
— Voar, é sempre possível — diz Roberto — com o nariz no chão! Anda, vamos para a pista de cart !
— Tu ficas com o carro número 4. Eu com o 6 — decide Roberto quando lá chegam.
Encostam-se à rampa e observam como os outros entram nos seus carros. Mal os carros começam a trabalhar, imaginam-se atrás do volante, carregam no acelerador, cortam as curvas, chocam contra as proteções, guinam com o volante. O número 6 rasga a meta a grande velocidade.
— Campeão!! — grita Marco por Roberto. Até se esqueceu que apostou no número 4!
Mas Roberto é sempre o vencedor! O jogo é assim.
E o vencedor também ganha o gelado. O perdedor tem autorização para lamber três vezes, uma vez em cada cor. Regras são regras. Às vezes também há um pão com fiambre como prémio. Ou chocolate. Marco recebe então uma tira inteirinha, e meia tira quando os chocolates são recheados. Em troca, oferece ao amigo, uma vez por outra, um selo turco, porque o avô lhe manda um postal por mês. Marco mandou dizer ao avô que lhe enviasse sempre um selo diferente porque, por cada selo bom, recebia um bocado de chocolate!
Mas Marco preferiria voar no avião… a comer chocolate…
— Só uma volta — implora Marco.
Mas o amigo responde:
— Isso não dá. O carrossel tem muitas voltas. Não nos vendem só uma!
— Pergunta aos teus amigos se nos emprestam algum dinheiro. Aos do parque de estacionamento, aos que indicam os lugares vagos aos carros!
— Eles não andam a gastar as pernas para tu poderes andar de avião!
— Porque é que nós não trabalhamos também no parque de estacionamento? — pergunta Marco.
— Porquê? Primeiro, eles não aceitam miúdos. Segundo, não aceitam ninguém. Senão, têm de dividir o dinheiro por muitos.
— Mas vamos lá na mesma! — insiste Marco.
— Não.
— Eu também sou o teu melhor amigo.
— Pois és — diz Roberto. — Mas não vamos!
— Também te deixo ganhar sempre no cart!
— Eu ganho de qualquer maneira porque tu gritas sempre por mim: “Campeão!”
Marco para. Deita a pequena barriga redonda para fora, enfia as mãos nos bolsos das calças, lança sobre Roberto o seu olhar amuado.
— Pronto, está bem — diz este com gentileza. — Vá. Por mim, podemos ir.
— Eu adoro-te! — diz Marco.
Depois, estica-se todo até chegar ao pescoço de Roberto e pespega-lhe um grande beijo na cara.
— Deixa-te disso — retorquiu Roberto. — Não sou nenhum bebé! — Com as mãos, limpa a cara do beijo de Marco.
Depois dobra-se, rápido, e dá-lhe um beijo na cabeça, mesmo a meio do cabelo curto e espetado como um ouriço.
— Ai! Isto pica! — Roberto leva as mãos aos lábios.
— E pica bem! — diz Marco, a rir.
No parque de estacionamento, Ivo e Theo indicam aos carros que chegam os lugares vagos. As crianças que lá “trabalham” têm a idade de Roberto. É assim que ganham algum dinheiro com as gorjetas dos condutores.
— Isso eu também sei fazer! — Marco observa como Theo faz sinal a um carro, corre à frente e leva-o até um lugar livre.
— Isto não são coisas para ti — diz Roberto.
Depois pergunta a Theo onde está o terceiro, o Jojo.
— Jojo fez chichi para o pneu da frente de um Mercedes — diz Theo. — No preciso momento em que o condutor regressava. Pusemos Jojo fora do grupo. Nada de chichis, nada de riscar a pintura, nada de tirar ar dos pneus. Era assim que estava combinado!
— Ouviste? — diz Roberto a Marco. — Regras são regras. Com eles também.
— Queres substituir Jojo? Ainda podíamos precisar de um terceiro. Mas de um quarto, não! — diz Theo, ríspido, deitando um olhar reprovador a Marco.
— Eu alinho, mas só se este ficar comigo. É o meu ajudante!
Indica Marco que está à sua beira como um pequeno soldado, os ombros para trás, a barriga encolhida, a cabeça direita, com um olhar de “eu-já-sou-grande”, como quem diz: nem penses que eu sou tão pequeno como pareço!
— O quêêê!?! — grita Theo. — Precisas de ajuda? Aqui ninguém precisa de mais do que dois braços. Além disso, ele é pequeno demais. Ainda escorrega para baixo do capot de um Volkswagen!
— Eu tomo conta dele! — diz Roberto. — O miúdo é fixe.
Roberto não vai desistir de maneira nenhuma. Esta noite ainda vai fazer uma surpresa a Marco!
— Podes ir brincar de babysitter para outro lado! — diz Ivo, aproximando-se. — Aqui trabalha-se. Não precisamos de uma quarta pessoa. Podes ir embora!
— Vamos com calma — diz Roberto muito adulto. Pega em Marco, que só tem uma grande barriga e que, de resto, é muito magro e levezinho.
— Segura-te — diz-lhe para cima. — Nós os dois contamos por um! — diz para Ivo.
— Queres brincar aos gigantes, é? — Theo sorri com ironia.
— Apostas em como nos veem melhor a nós os dois do que a vocês? E em como nós temos mais gorjetas que vocês? No fim, calha-vos mais dinheiro!
— Hum — resmunga Ivo.
— Combinado — diz Theo. — Mas se der para o torto, sais tu e o teu ajudante anãozinho.
— Não sou anão nenhum! — grita Marco. — Agora, sou maior do que tu!
Ao anoitecer, Roberto e Marco tinham já ajudado a estacionar nove carros. De cada vez que um carro chegava, Marco trepava para os ombros de Roberto. Este orientava os condutores até aos lugares vagos e Marco baixava-se e recebia o dinheiro.
Fazem-se as contas antes de cada um ir para casa.
As gorjetas recolhidas vão para o boné de Theo. O dinheiro é dividido pelos três. Marco faz as contas com Roberto: dois gelados, meio pão com fiambre para cada um. Duas tabletes de chocolate, uma recheada, outra simples. Estão ricos! Talvez ainda sobre algum para…
— Amanhã, deixo-te voar! — exclama Roberto, levantando o pequeno no ar.
Rodopia com ele de tal forma que Marco quase se desequilibra.
— Queres dizer voar a sério — pergunta Marco ao amigo — ou só como agora?
— A sério! — diz Roberto. — No teu avião.
— Iupii!! — grita Marco, dando um enorme salto no ar.
— Então convido-te eu também para uma volta de cart. Depois grito “Campeão!” e tu estás mesmo sentado lá dentro.
— OK! — diz Roberto.
É assim o novo jogo.
— Mas eu sou o primeiro — diz Marco.
— De acordo — responde Roberto.
Novo jogo, novas regras!


Evelyne Stein-Fischer
13 Geschichten vom Liebhaben
München, DTV Junior, 1990
(Tradução e adaptação

A greve



Faço parte do enorme grupo de professores que aderiu à greve `das avaliações.
Tenho alunos que vão fazer exame de 12º ano e tenho tentado ajudá-los, mesmo depois das aulas terem terminado. Muitos colegas fazem-no igualmente. Também como muitos professores, tenho procurado tranquilizar os alunos, dizendo-lhes que devem estudar, que na próxima segunda-feira devem procurar estar calmos, concentrar-se e fazer o melhor possível. E que, independentemente do que possa ou não acontecer, é minha convicção que não serão prejudicados.
Como se sabe, ontem, a Direção das escolas recebeu ordem para convocar todos os professores, de modo a ser assegurada a vigilância de exames do próximo dia 17. Os sindicatos logo reagiram, lembrando que não há serviços mínimos obrigatórios e apelando à não comparência na escola na próxima segunda-feira.
Sempre que estou com os alunos, vou tentando informá-los sobre a situação e esclarecê-los, a partir das notícias que nos vão chegando, sobre algumas dúvidas que surgem: podemos fazer exame sem saber a nota ao certo da frequência; e se não houver professores para a vigilância, o que nos acontece?; será um professor de um outro nível de ensino que vai vigiar a nossa sala?; pode haver alunos que fazem exame e outros não na mesma escola?; não irá haver muita confusão nesse dia?...
Ora, se é apregoada, pelos diferentes governantes, a desejada qualidade de ensino e a necessária atenção às crianças e jovens, por que razão as turmas vão aumentar no próximo ano, assim como a carga horária do professor? A principal razão parece ser a redução de gastos porque o número de professores irá diminuir. Para não falar da mobilidade que empurrará muita gente para o despedimento, apesar da palavra mansa.
É nítido que Governo e Sindicatos não querem (ou não podem?) ceder. 
Enquanto se vai esperando por uma decisão, muitos sentem-se bastante sós. Sobretudo professores e alunos. A solidão do poder é menos fria.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Perdigão perdeu a pena

Júlio Resende
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.

Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a u~a alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

                  Luís de Camões

Flash



Há dias, vi uma fotografia recente onde eu estava também num grupo de amigos. Ao vê-la, o pensamento que tive logo foi: parecemo-nos cada vez mais com as nossas mães.
Dias antes, estava a almoçar na cantina e, à mesa, falava-se do frio e chuva pouco esperados para este mês de junho. Uma colega disse:
- Gosto do tempo fresco e que chova de vez em quando. E logo acrescentou:
- Pareço a minha mãe a falar.
Estas semelhanças com as mães também me ocorrem muitas vezes, mesmo quando de homens se trata. E não só pelas feições do rosto, mas pelo modo como falam ou agem. Às vezes, imagino as mães, ao longo da vida, a dizer aos filhos, agora homens:
- Porta-te bem, vê lá.
Hoje levantei-me cedo e fui ao quintal apanhar alfaces, enquanto estava tudo sossegado. E ia pensando: pareço-me cada vez mais com a minha mãe!

domingo, 9 de junho de 2013

EMAÚS: um "Centro de rede e partilha"


Realizou-se, durante a passada semana, uma Feira EMAÚS, no Freixo, Porto. Estiveram à venda muitos dos objetos (roupas, loiças, livros, mobiliário...) que as pessoas oferecem à Instituição e cuja venda reverte a favor da Casa da rua do Almada, no Porto, onde muitos sem-abrigo vão tendo apoio, um teto e um trabalho remunerado.
A loja, na rua do Almada, no Porto, está aberta ao sábado todo o dia e ao fim da tarde durante a semana.
EMAÚS aceita todas as ofertas de objetos que, muitas vezes, parecem estar a mais na casa de cada um. O que para uns não parece ter utilidade pode ser útil para outros. Neste caso, os objetos são vendidos a baixo preço.
A loja tem boa organização para que todos e tudo revelem alegria e dignidade. Ouve-se sempre música, o que também ajuda a humanizar o ambiente.
No cimo da porta, há uma luz sempre acesa. Que a todos convida a entrar.

Com amor



Conheci-a há alguns anos em trabalho de voluntariado de EMAÚS. Ela trabalhava num lar. A doença grave obrigou-a a ficar em casa. Nunca desistiu de lutar nem de viver. Os dinheiros passaram a ser muito poucos. O marido também ficou desempregado e teve de emigrar. A filha estudava música e a faculdade era numa outra cidade. O dinheiro tinha de ser muitas vezes contado e nem uma pequena moeda podia ser desperdiçada.

Arranjou um pequeno terreno para cultivar legumes e hortaliças, conforme as forças. Assim, não tinha de pagar o que punha na sopa. E era uma boa terapia. Era sempre positiva e de sorriso carinhoso e convicto. Com produtos da terra também fazia compotas que vendia aos vizinhos, conhecidos e amigos. Era uma maneira de estar com eles e ganhar também algum dinheiro. Dizia, no entanto, que o mais importante era a amizade, o dinheiro vinha muito depois. habituara-se a gastar cada vez menos.

Aproveitava tudo e de tudo fazia bonitos trabalhos: de velhas camisolas fazia tapetes, de restinhos de tecido nasciam pequenos círculos para decorar toalhas…

 Tudo junto ia dando para sustentar a casa e pagar o curso da filha. Dizia que tinha prazer nos trabalhos que fazia e por achar que também ia dar prazer às pessoas.

Ontem, estive com ela. Trouxe, como havia sido combinado, uma toalha feita de bocadinhos de tecido, harmoniosamente combinado.

E, como sempre, era um trabalho feito com amor.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Um breve recadinho!

Há já quase uma semana que cá não venho! Já tenho saudades de bloggar!

Os testes acumularam-se e ... tinha mesmo de ser: correção+correção+correção - fórmula (ainda com magia?) de se detetarem erros, avanços, recuos, progressos...

E as horas a passar, a noite a avançar, novo dia a aparecer: ó professora, já corrigiu os testes?

Estou com vontade de falar destas e de outras pequenas coisas do dia a dia! Vem aí um feriado. Que bom!

Até amanhã!

domingo, 2 de junho de 2013

Ao sol de domingo