segunda-feira, 17 de maio de 2021

Um bom livro sem gorduras


 

Este fim de semana, acabei de ler o livro A Gorda de Isabela Figueiredo. O romance, de 285 páginas, conta, na primeira pessoa e numa linguagem de grande vivacidade, despojamento e realismo, a história de Maria Luísa, que vive tormentos, ao longo da sua vida, a nível familiar, escolar, amoroso, etc, pelo facto de ser gorda e, por isso, diferente de outras pessoas. O seu peso pesava muito sobretudo em idade mais jovem. 

Tendo ela retornado com os pais de Moçambique, no pós 25 de Abril 1974, também são referidos acontecimentos e modos de viver dos anos 70 até aos dias de hoje, em que Maria Luísa vive as suas solidões de mulher adulta, atravessadas por amizades que a marcaram e por um amor que também lhe trouxe - e traz - entusiasmos e deceções.

Para além da história, há muitas reflexões fulcrais sobre a vida humana: o amor, a morte dos que nos são próximos, a solidão, as perdas...

Porém, é um livro que respira força, vontade alegre de viver, de não desistência a meio do caminho...

 

Partilho aqui um excerto da obra, embora haja muitos mais que sublinhei com o lápis que me acompanha sempre quando gosto da leitura. Escolhi esta passagem sobretudo por aquilo que Maria Luísa diz ser muito importante na sua vida.

A escrita será mesmo salvífica?


 

9 comentários:

  1. Acredito que seja um livro com uma estória deliciosa de ler.
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    Uma semana feliz … Abraço fraterno.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Sim, achei-o muito bom e apetece continuar sempre a leitura.
    Abraço e bom início de semana

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  3. Ofereci esse livro à minha melhor amiga, já vão uns dois anos talvez (talvez mais). Disse-me que gostou. que a prosa é simples e despretensiosa e que lhe lembrou um pouco a minha escrita. Não me pareceu que fosse o género dela, que prefere ensaios e poesia de gente difícil como António Ramos Rosa. Mas já estava "o mal" feito:) Não o li.

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    1. É curioso que, enquanto o lia, lembrei-me várias vezes da sua escrita, Bea. Concordo com a sua amiga.
      Pois, também gosto de António Ramos Rosa. Nem sei se tenho algum livro dele, mas na net há poemas para fazer umas visitas.
      Um bom dia, Bea.

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  4. Deve ser interessante. Nunca li nada da autora.
    Abraço, saúde e boa semana

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    1. Eu gostei, Elvira. Tem muitas referências que devem significar bastante também para quem viveu nas ex-colónias. Depois - isto é um pormenor, mas eu gosto - as folhas são grossinhas, a letra é grande e as páginas não estão muito cheias.
      Um beijinho, Elvira, e muita saúde

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  5. A obesidade, tão mal vista nos tempos actuais e em todos os tempos, é um tema que se for abordado na primeira pessoa, é certo que traz grandes dramas pessoais, muita solidão e sofrimento provocado pelo estigma da sociedade tão cruel. O título, assim crú, não deixa margem para dúvidas. Acredito que seja uma leitura que prende a atenção do leitor, sim.
    Gostei muito da forma como a Dolores nos descreve, sem revelar demasiado, de modo a não tirar o interesse a eventuais leitores.

    Um beijinho e boas leituras.

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  6. Obrigada, Janita, sempre querida.
    A gordura e obesidade são um estigma grande, sobretudo num tempo em que se privilegia tanto a imagem. E o que ela conta é por certo vivido sobretudo por muitas jovens, como arranjar estratégias para não se despir no balneário da escola.
    Um beijinho, Janita e um dia muito feliz.

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  7. É um livro excelente, de que muito gostei

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