sexta-feira, 26 de julho de 2024

Paris está em festa!






quinta-feira, 25 de julho de 2024

Nevoeiro com sabor a pão com bananas

 

Aqui no Norte, as temperaturas até costumam ser bastante temperadas. Basta ver o mapa do boletim meteorológico para se concluir que o Sul é, habitualmente, bem mais quente.

Pois bem, nos últimos dias, o calor chegou a todo o país. E de que maneira. Ou melhor, a quase todo o país. Aqui, as temperaturas têm andado pelos trinta e tal graus - eu sei que, por exemplo, no Alentejo, mais de quarenta graus se acendem muitas vezes.  

Contudo, quem vai de carro basta andar um par de quilómetros em direção à costa para ver como a temperatura desce. Há dois ou três dias, quando o sol esquentava em terras mais afastadas do mar, em praias de Gaia o vento era frio.

E eu, que não aprecio o excesso de calor, gosto destes contrastes.da natureza. E até no nevoeiro matinal eu encontro beleza. E faz-me recordar verões do início da adolescência. Às vezes, íamos, a minha irmã e eu, com as minhas tias passar o dia numa das praias da Foz. Saíamos de casa muito cedo e,  quando chegávamos, se a areia ainda estava fria e as ondas do mar mal se distinguiam por causa do nevoeiro, comprávamos bananas e pão bem fresco - neste caso, ainda quentinho - e comíamos sentadas no muro. Sempre ouvindo reparos austeros das minhas tias para sermos discretas.

E não é que o perfume das bananas  - só o encontro nas bananas da Madeira - ainda me traz a recordação desses dias!?

Depois, quando o sol afastava o nevoeiro, descíamos à praia, guardávamos o resto do pão e das bananas e as outras coisas na barraca às riscas - quase sempre azuis - que tínhamos alugado. As minhas tias sentavam - se nas cadeirinhas, que sempre havia nas barracas, e começavam a bordar, elogiando o iodo que fazia muito bem à saúde.

Ao fim da tarde, regressávamos a casa, mas, na viagem, não falávamos das impressões do dia, porque as minhas tias diziam que o mar puxa e estavam cansadas.

Entretanto, já no elétrico, víamos que o nevoeiro tinha voltado. Porém, já sem o perfume e sabor de pão fresco com bananas.


quarta-feira, 24 de julho de 2024

Comprar ou não comprar, eis uma das questões!

 

Há muito tempo, eu ia com mais frequência ao Porto e, raramente, chegava a casa sem uma peça de roupa comprada. Às vezes, entrava numa loja sem qualquer ideia ou necessidade pré-definida e comprava quase sempre uma blusa, uma saia… depois de passar por um provador, tipo cubículo quente e horrível que nem motiva  a prestar atenção aos pormenores do que se está a comprar. Por vezes, era tão grande a vontade de sair dali que só depois via que a compra não tinha sido a mais acertada.

Agora, vou ao Porto muito menos vezes, apesar de gostar muito da cidade e do que ela tem para nos oferecer. No entanto, também nos dá demasiados turistas. Não os condeno porque todas as pessoas têm direito a conhecer outros lugares, mas os espaços, sobretudo de circulação, reduziram-se imenso. É como ir visitar alguém e encontrar uma multidão que nem nos deixa ver bem aqueles que queríamos encontrar.

Em certas ocasiões, ia(mos) ao belíssimo Café Majestic, na rua Santa Catarina. Era um prazer tomar chá ou café com leite em chávenas bonitas e fininhas e com a beleza de tantos elementos artísticos à nossa volta. Agora, nem ousaria lá entrar porque teria de estar na fila não sei quanto tempo até arranjar mesa.

Voltando à roupa, já nem me lembro de entrar numa loja, ver, escolher, provar e comprar. Fui reparando que, apesar de não ter o meu guarda-roupa muito cheio,  o que tenho dá para usar, mudar, combinar durante muito tempo. Assim sendo, para quê aumentar ainda mais as despesas mensais, comprando e acumulando roupa não muito necessária?

Porém, deste modo, não estou a dar grande contributo para a economia do país, mas talvez o ambiente e  o saldo de todos os dias se sintam um bocadinho mais confortáveis. Grão a grão …

Ah, e assim já não entro nos cubículos-provadores, onde até os espelhos me irritam, porque, sem nada dizerem, dizem-me também que tenho de emagrecer!


terça-feira, 23 de julho de 2024

Lampião e Maria Bonita


Hoje, logo de manhã, ofereceram-me este miminho, vindo do Recife e que representa o casal Lampião e Maria Bonita, figuras da cultura popular da região. Pendurei-o quase logo na cozinha e acho que fica engraçado.

Quem mo deu nasceu e viveu no Nordeste brasileiro e já me tem falado várias vezes deste par de salteadores (cangaceiros), da mesma região, que viveu no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Abordando o assunto, ela realça sempre o amor entre ambos e só depois refere as violências do cangaço.

Maria  - a mulher salteadora que sempre acompanhava o seu homem - ganhou a alcunha de Bonita, graças à sua beleza.


A história do casal - vi na net - já inspirou escritores e realizadores de cinema. Inspiradora é também a maneira como oiço falar do Recife, das suas belezas e produções, onde entram sempre Lampião e Maria Bonita.

Tudo contado com um brilhozinho nos olhos de quem vive cá, mas nunca se esquece das histórias da sua terra de lá.


segunda-feira, 22 de julho de 2024

Patti Smith

 

Todas as semanas recebo o jornal Expresso, mas muitas vezes fica à espera de melhores horas, isto é, que eu tenha tempo e vontade de o ler. Depois, lá vem um dia que seleciono e leio o que me interessa. Foi por isso que só hoje li a entrevista com Patti Smith, a cantora americana que escreve poesia e nela encontra o sentido da vida. É crente, muito ligada à familia e está muito preocupada com a possível reeleição  de Trump pelos resultados nefastos que produzirá no mundo. 

E tantas coisas mais se fica a saber desta mulher de 77 anos que espera ainda viver muitos anos para poder trabalhar e produzir coisas que sempre deseja bem feitas.

Partilho aqui um vídeo que retirei do YouTube.

Conheço muito mal a obra desta artista cujos talentos são reconhecidos e que olha para o alto sem deixar de ver onde tem os pés. Precisamos tanto de figuras assim!

domingo, 21 de julho de 2024

Le tour

 

Sempre gostei muito da língua francesa, embora não pratique há muito tempo, o que faz com que a comunicação vá ficando perra para uma conversa em francês.

Já visitei várias cidades francesas, mas a que conheço um bocadinho melhor é Paris, aonde fui várias vezes. Porém, seduzem-me as pequenas aldeias francesas que gostaria de conhecer. Talvez por isso, gosto de ver a volta à França em bicicleta, que tem mostrado imagens de belas montanhas e aldeias que nelas se encaixam. Como há quase sempre uma igreja a elevar-se dos aglomerados de casario, até o sino se ouve a tocar.

Gostaria era de ver habitantes das aldeias, mas seria pedir de mais, porque,  neste tipo de eventos, quem vemos na estrada são os adeptos, uns observadores mais ou menos sossegados, mas a maior parte cheios de vigor e entusiasmo que quase atropelam os ciclistas para os ver, para os apoiar, para tirar uma fotografia.

E, pedalando entre as belas paisagens, lá vão os ciclistas, quase todos jovens e magros, mas com uma força física e anímica espantosas, de que também é exemplo o ‘nosso’ João Almeida.

Passadas algumas horas do final da corrida, as aldeias podem voltar à calma hercúlea das montanhas e, à mesa, muitos falarão  do Tour, 

E eu a pensar  como gostaria de fazer um pequeno tour por pequenas aldeias francesas. Mas não de bicicleta, é claro.


sábado, 20 de julho de 2024

A minha prima


Tenho muitos primos, uns da minha idade, uns um pouco mais velhos e a grande parte mais novos. Basta dizer que a minha avó materna teve treze filhos e a minha avó paterna teve nove, sendo o meu pai o mais velho.  Porém, tanto de um lado como do outro da família, alguns dos filhos morreram muito cedo.

Ora, apesar de não nos encontrarmos com frequência, sempre me dei muito bem com uma prima, um pouco mais nova do que eu.

Quando éramos pequenas, como vivíamos perto, brincávamos às casinhas, sobretudo na nossa casa, debaixo de uma laranjeira à volta da qual púnhamos as bonecas a viver.

Agora, quando nos encontramos, não falamos disso, mas temos sempre motivo de conversa. É como se continuássemos à sombra da fértil laranjeira.

Há uns tempos, ela teve uma doença muito grave e, a propósito, dizia com um sorriso natural e confiante nos lábios: Eu sei o que tenho e sei que é para mim.

Quando estiver com ela, vou-lhe dizer que tenho bem presentes essas palavras. Imagino que vá sorrir, embora, naturalmente, não da mesma maneira que o fazia quando brincávamos debaixo da laranjeira. O tempo e  as vicissitudes não perdoam.

Ah, a laranjeira também já passou por doenças e lá continua. Mais velha e mais fraquinha, é claro. Também pelos frios de muitos invernos e calores de muitos verões. Sem deixar de esperar, pacientemente, por amenos outonos e renascidas primaveras.