Se tivesse espaço no meu telemóvel, tiraria fotografias a camélias e a magnólias que vou vendo com frequência. As suas cores e formas proliferam e fascinam.
Fazem-me lembrar o final de um ciclo, talvez do inverno, ainda que estejamos em fevereiro - "Em fevereiro, cada sulco um regueiro" - e de março se diga: "Março, marçagão, manhãs de inverno e tardes de verão".
São estes sinais que vão mostrando que a nossa vida também se constrói por etapas.
E quando são as flores a dá-los, são calmos embora exuberantes no seu silêncio.
Como a janela de uma casa tranquila que se abre a renovados ares.
Ah! E lembrei-me agora das violetas que também estão em flor. Embora pequeninas, marcam presença perfumando o ar à sua volta.
Pudessem também a falsidade, a mentira, a ganância... conhecer o seu fim, para um ciclo mais verdadeiro e novo ter início.
Mas não, porque as raízes estão já demasiado fundas.
Mas não, porque qualquer uma destas flores não se dá na lama.