Há um mês que não visitava a Mariana. E pensava nela. E pensava nos amigos que arranjam um bocadinho para lerem alguns dos posts.
Pois, a vida é assim e tenho andado ocupada com outros pequenos projetos de escrita, porque não posso andar longe das palavras durante muito tempo, por mais simples que sejam.
E hoje, logo pela manhã, ouvi na rádio que foi há trinta anos que José Afonso morreu. Ficaram, felizmente, as suas canções que vão sendo ouvidas, cantadas, retomadas...
E por estes dias também se tem falado bastante das crianças que nada têm para comer, sobretudo em países muito pobres de África. E as imagens são lancinantes.
E lembram o esbanjamento de muitos. E os lucros avassaladores de alguns.
As canções também o recordam.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
sábado, 21 de janeiro de 2017
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Ir ao Trindade ver cinema outra vez?
O cinema Trindade fechou as suas portas no ano 2000 e agora é anunciada a sua reabertura. Boa notícia para a cidade, para quem não vive lá mas muito gosta dela e sobretudo para quem gosta de cinema e só o pode fazer em alguns centros comerciais.
Anunciam-se filmes, ciclos de cinema, etc.
Abram-se as salas. O Porto tem de estar aberto ao turismo, mas também acolher quem lá vive, quem nele trabalha ou que se aproxima dele com frequência.
Parafraseando um conhecido comunicador, também no Trindade "fui feliz", ou porque o filme me encantou ou porque subia ou descia estas escadas sentindo o encanto do momento.
Possa(mos), então, ir ao Trindade ver cinema outra vez.
Anunciam-se filmes, ciclos de cinema, etc.
Abram-se as salas. O Porto tem de estar aberto ao turismo, mas também acolher quem lá vive, quem nele trabalha ou que se aproxima dele com frequência.
Parafraseando um conhecido comunicador, também no Trindade "fui feliz", ou porque o filme me encantou ou porque subia ou descia estas escadas sentindo o encanto do momento.
Possa(mos), então, ir ao Trindade ver cinema outra vez.
domingo, 15 de janeiro de 2017
Vai no Batalha(?)
Há dias, ouvi uma bela notícia: o Cinema Batalha vai ser reabilitado.
O arquiteto é Alexandre Alves Costa e o público poderá ver os filmes no grande écran da renovada Casa de Cinema lá para 2018.
Muitas pessoas, tal como eu, sentem saudades daquele espaço de namoro, de encontro de amigos, de sedução pelos filmes.
Já não sei há quantos anos o Cinema Batalha está ao (aparente) abandono, o que causava grande desolação a quem por lá passava.
Também recordo com alguma nostalgia a Sala Bebé, julgo que ficava no piso inferior do cinema Batalha, e onde passavam filmes de grande qualidade.
Com filmes em cartaz, talvez a área circundante se torne mais apelativa e haja motivos para momentos de renovada alegria.
E acredito que o projeto irá ser concretizado e que a expressão do título (que ficava ainda melhor: Bai no Batalha!) não se aplique a este filme.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
"Quando eu morrer" de António Feijó
I
"Quando eu morrer - e hei-de morrer primeiro
do que tu - não deixes fechar-me os olhos
meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos
e ver-te-ás de corpo inteiro
como quando sorrias no meu colo.
E, ao veres que tenho toda a tua imagem
dentro de mim, se, então, tiveres coragem,
fecha-me os olhos com um beijo.
Eu, Marco Pólo,
farei a nebulosa travessia
e o rastro da minha barca
segui-lo-ás em pensamento. Abarca
nele o mar inteiro, o porto, a ria...
E, se me vires chegar ao cais dos céus,
ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus.
II
Não um adeus distante
ou um adeus de quem não torna cá,
nem espera tornar. Um adeus de até já,
como a alguém que se espera a cada instante.
Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
de novo para ti, no mesmo barco
sem remos e sem velas, pelo charco
azul do céu, cansado de lá estar.
E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
Amor, que tu bem sabes que quem chora
assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
to peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino
talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino."
Álvaro Feijó, lido na evocação de Mário Soares, pela voz de Maria Barroso
Nota - António Feijó nasceu em Ponte de Lima, em 1859
e faleceu no dia 20 de junho de 1917,
em Estocolmo, na Suécia.
"Quando eu morrer - e hei-de morrer primeiro
do que tu - não deixes fechar-me os olhos
meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos
e ver-te-ás de corpo inteiro
como quando sorrias no meu colo.
E, ao veres que tenho toda a tua imagem
dentro de mim, se, então, tiveres coragem,
fecha-me os olhos com um beijo.
Eu, Marco Pólo,
farei a nebulosa travessia
e o rastro da minha barca
segui-lo-ás em pensamento. Abarca
nele o mar inteiro, o porto, a ria...
E, se me vires chegar ao cais dos céus,
ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus.
II
Não um adeus distante
ou um adeus de quem não torna cá,
nem espera tornar. Um adeus de até já,
como a alguém que se espera a cada instante.
Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
de novo para ti, no mesmo barco
sem remos e sem velas, pelo charco
azul do céu, cansado de lá estar.
E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
Amor, que tu bem sabes que quem chora
assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
to peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino
talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino."
Álvaro Feijó, lido na evocação de Mário Soares, pela voz de Maria Barroso
Nota - António Feijó nasceu em Ponte de Lima, em 1859
e faleceu no dia 20 de junho de 1917,
em Estocolmo, na Suécia.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Obrigada, Mário Soares!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
domingo, 1 de janeiro de 2017
"O melhor do mundo..."
Era quase meia noite e a família estava reunida à volta da mesa. Já se ouviam foguetes a anunciar o Novo Ano.
Fazia-se a contagem dos minutos por ordem decrescente. Cada um tinha as suas doze passas. As taças estavam à espera do champanhe, a garrafa, da hora certa para a espuma do momento.
5... 4... 3... 2... 1....
E, com um brinde, todos diziam: Bom Ano! Bom Ano!
E foi quando o menino, ao colo do pai, muito contente pela alegria partilhada, disse:
Bom Ano! Bom avô! Boa avó!
sábado, 31 de dezembro de 2016
Num Centro Comercial e Feliz Ano Novo! Ah! E também rabanadas!
Há dias, por casualidade, encontrei uma amiga num Centro Comercial. Falámos das nossas vidas, como é natural.
E referimos outras amigas que, apesar de não estarem sempre presentes, presentes estão na minha lembrança.
E, naquela manhã, ela disse-me uma coisa muito simples, mas que me soube muito bem ouvir: então, quando voltas ao blogue? Já não escreves desde o dia 11!
Pois bem, apesar de todos os afazeres, sobretudo natalícios, foi um bom e feliz motivo para me sentar hoje (depois de ter feito as rabanadas) à frente do computador e partilhar imagens de uma agradável visita que fiz, ontem, ao Museu Mineiro de S. Pedro da Cova, com outra amiga.
Partilho também um conto de Natal. Talvez por ter uma filha emigrada, acho que, nas pequenas coisas que escrevo, este tema está em mim muito presente.
E não podia deixar de me lembrar de Georges Michael que, tal como outros músicos que nos deixaram este ano, partiu demasiado cedo.
Ele deu tanta doçura a tantos momentos das nossas vidas!
Um ótimo Ano Novo!
Um conto (ainda) de Natal!
Caminhos para as estrelas
Podia
dizer-se que Celeste, embora de forma simples, vivia bem e sentia-se bem. Havia
bastantes anos que alugara aquela casa. Já nem sabia ao certo quantos. E
punha-se a pensar. Foi a seguir à partida do marido. Portanto, havia dez anos.
Quando passou a viver só, optou por se mudar para uma casa mais pequena e os
filhos concordaram.
Por
essa altura, decidiu fazer o que nunca tinha conseguido concretizar até então:
escrever diferentes histórias. Embora não fosse esse o seu principal objetivo, a
escrita também atenuaria o peso magoado de alguma solidão.
Sempre
escrevera pequenos contos dispersos, nos quais não reconhecia muita qualidade. Sentia
que lhe faltava tempo e concentração para, maduramente, reler, corrigir e
aprofundar as narrativas. Queria passar a fazê-lo o mais brevemente possível,
mas o momento demorava a chegar.
Os
filhos conheciam-lhe esse gosto e motivavam-na para que continuasse a escrever,
também de forma mais abundante e sustentada, uma vez que dispunha agora de mais
tempo; tinha acabado de se aposentar. Celeste, olhando as grandes obras de autores
que moravam, sábios, na sua estante, achara sempre uma ousadia querer partilhar
e publicar os seus textos que, por vezes,
até desvalorizava.
Porém,
o melhor - concluía de forma positiva - era continuar a escrever, cada vez mais
e melhor, reflexões, histórias, textos cuja escrita lhe dava imenso prazer. Às
vezes, achava que escrevia mais para si e de si, embora, com as suas palavras, pretendesse
abraçar todas as pessoas, sem as quais a vida não faria sentido. Mesmo assim,
escrevia pouco, embora lhe andassem a bailar algumas ideias na cabeça. Tinha-as
até registado num bloquinho que guardava na carteira. Precisava de sossegar ou de
um impulso para passar à prática.
Os filhos, sempre presentes no seu pensamento,
viviam em diferentes países - um no Canadá e outro na Islândia. Tinham organizado
a sua vida bem longe de Portugal, porque lá haviam encontrado melhor trabalho e
mais reconhecimento profissional. Os netos frequentavam as escolas nos países
de acolhimento, que já conheciam melhor do que o dos pais e avós, ao qual associavam
sobretudo as férias grandes ou o Natal.
Antes
da mudança, Celeste teve a preocupação de a casa dispor de espaço suficiente
para que, quando os filhos e netos viessem a Portugal, pudessem lá ficar
confortavelmente. Aquando das suas poucas visitas, a casa era toda arranjada,
para ficar ainda mais bonita. Pelas claraboias, parecia entrar mais intensamente
a luz.
De
facto, a casa tinha várias claraboias que permitiam a Celeste ver, em qualquer
momento, a luz do dia, o luar ou a escuridão da noite. Se havia nuvens,
distinguia a cor com que o céu se tingia ou carregava. Quando chovia, sentava-se
muitas vezes a olhar os pingos de chuva a cair e a escorrer, ronceiros mas
brilhantes, nos vidros transparentes e retangulares. Até as luzes incertas das noites
de trovoada a fascinavam.
Com o
tempo, foi-se ligando àquela casa como a uma pessoa amada ou a um cão estimado,
cuja companhia não se dispensa. Quando lhe ocorriam estas associações, logo se
lembrava do Dunas - o velho labrador -
que vivera com a família mais de dez anos, como se dela fizesse parte. Olhando
as claraboias, estas e muitas outras recordações cintilavam como estrelas.
A casa, para Celeste, era o seu teto, o seu
abrigo, um caminho para atingir as estrelas, apesar de achar indispensável o
convívio com a família e amigos.
Havia noites em que, entre as estrelas, via a fugaz
luz faiscante de um avião e era inevitável pensar em possíveis viagens para
visitar os filhos e os netos: as suas estrelas. Seria difícil a deslocação, porque
ficaria muito cara por ser enorme a distância.
Se
continuasse a escrever, como pretendia, poderia imaginar que todos viviam mais
próximos. Organizar as ideias e as palavras seria também um caminho para aceder
a mais momentos felizes. Motivos para as suas histórias não faltavam. Tanta
coisa acontecia em cada momento e a memória estava também tão preenchida. Era,
de facto, urgente começar a escrever como pretendia. Tanto tinha desejado
escrever mais e melhor e agora, que tinha mais tempo livre, ia adiando o seu
projeto. Os filhos e os netos faziam-lhe falta, mesmo para escrever.
Num
fim de tarde de início de dezembro, sentou-se no cantinho habitual do sofá e,
olhando o céu escuro e invernoso, lembrou-se de que em breve o Natal chegaria.
Sempre o tinha passado em família. Uma família grande e calorosa. Passavam
tempos em que não se encontravam, mas todos sabiam que podiam contar uns com os
outros. Pena sentia de não ter a companhia aconchegante dos filhos e dos netos
que este ano haviam decidido não vir a Portugal, dizendo que, possivelmente, em
breve se encontrariam. Celeste
interrogava-se: Em breve? Mas quando? Como? Onde?
No
dia de Natal, apesar da diferença horária, falariam pelo Skype. Não era a mesma
coisa, mas já era alguma coisa. Habituara-se, com o avançar dos anos, a não
exigir mais do que a vida lhe ia dando. E já era tanto!
De
facto, depois de algumas perdas muito importantes e da mudança para a casa das
claraboias, tendo-se despojado de muita coisa que não considerava essencial,
aprendera a relativizar os problemas e a gostar de ver bocadinhos de céu em vez
de pretender abarcar o Céu por inteiro.
Os
filhos e os netos iam dando notícias quase diariamente pelo Skype ou pelo WhatsApp;
estavam bem, o que lhe dava consolo. A avaliar pelas imagens e palavras
recebidas, todos pareciam saudáveis e felizes. Via que se olhavam amorosamente,
que sorriam uns para os outros, que trocavam palavras de carinho e apreço. Que
mais poderia desejar como presente de Natal?
Educara
os filhos para serem cidadãos honestos,
responsáveis e respeitadores do outro - fosse ele pessoa ou elemento da
Natureza. E tinham excedido em muito o que lhes ensinara. Não teria a sua
presença neste Natal, mas estaria com a restante família à qual estava profundamente
ligada. E pensava para si que os filhos e os netos nunca deixavam de estar com
ela.
Na
véspera de Natal à noite, depois de arrumadas as travessas do bacalhau com
batatas e hortaliças - tudo viera para a mesa a fumegar ; os pratos de aletria,
de rabanadas - adoçantes do ar e dos sentidos; os sacos abertos das prendas -
que eram feitas cada vez mais por cada um a pensar em cada um, regressou a
casa. O familiar convívio natalício e festivo enchia-lhe a alma, mas voltar a
casa era sempre regressar ao seu pequeno paraíso, como a um prolongado, sereno
e amado abraço.
Antes
de se deitar, sentou-se no seu lugar preferido do sofá, olhando, mais uma vez,
a claraboia do teto da sala. Viu, então, um avião que deixava um lastro
reluzente. Parecia viajar entre as estrelas.
De
repente, acendeu a luz, leu e releu as mensagens que, no momento, estava a
receber pelo WhatsApp. Ajeitou os óculos e voltou atrás para confirmar o que
lia. Queria ter a certeza dos presentes que estava a receber.
Cada
um dos filhos oferecia-lhe uma viagem, para breve, ao país para onde tinham
emigrado. Celeste poderia, assim, abraçar os filhos e os netos, passar com eles
algum tempo e conhecer melhor a região.
Respirou
fundo, olhou a claraboia e o céu, que sempre lhe aparecia aos bocadinhos,
naquela noite desenhava-se como inteiro.
Entretanto,
olhou para o computador dizendo, decidida e confiante, para si: não me vou deitar sem começar a
escrever uma das histórias que andam na minha cabeça há tanto tempo.
Seriam
um presente para os netos. Pô-las-ia em
forma de livrinho, em papel claro e luzidio, e juntar-lhes-ia imagens que
aumentassem o brilho das palavras. Poderiam lê-las em conjunto.
Olhando
o céu através das claraboias e imaginando as próximas viagens para rever os
filhos e os netos, logo lhe surgiu um título para a primeira história: "Janelas
para as minhas estrelas".
Maria
Dolores Garrido
In Lugares e Palavras de Natal
Editora Lugar da Palavra
domingo, 11 de dezembro de 2016
sábado, 3 de dezembro de 2016
"Odeio!", "Teadoro"...
Ontem, fui a uma loja de roupa e ouvi uma das palavras que é muito recorrente, sobretudo entre os jovens, em relação a qualquer peça, ou cor, ou modelo de que não se gosta: "odeio".
Claro que não é para levar à letra, mas acho bizarro este verbo usado neste contexto..
Cliquei num dicionário eletrónico e encontrei sobre o verbo "odiar":
"transitivo direto e pronominal
sentir aversão por (algo, alguém, a si próprio ou um ao outro); detestar(-se), abominar(-se)."
Ora, não gostar de uma cor - como era o caso - não implicaria sentimento tão extremo.
Porém, eu era incapaz de comprar um casaco amarelo-canário, verde-alface, rosa-choque...
Poderia dizer que odeio e poupava palavras porque digo: sou incapaz de usar essas cores, não me vejo com essas cores...
Por outro lado, odeio cenários de guerra que destroem vidas e a vida de muitos seres humanos; odeio o desrespeito pelos mais frágeis, neles cabendo as crianças e os velhos; odeio a destruição voluntária de bens que pertencem à história da Humanidade; odeio os maus tratos domésticos, como se houvesse donos e vassalos; odeio a ambição desmedida dos que empurram, com um sorriso e pancadinhas nas costas, os que não são hábeis e corruptos...
E talvez as jovens que disseram odiar já não sei que cor odeiem também tudo isto. E oxalá que sim.E, quem sabe, talvez gostem - ou melhor, amem, odorem, curtam, etc, alguns poetas.
Eu, por mim, gosto, amo, adoro, curto este poeta e este poema:
"Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora"
Manuel Bandeira
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora"
Manuel Bandeira
Quem pode dizer que o(s) odeia?
Subscrever:
Mensagens (Atom)