domingo, 5 de janeiro de 2020

Provérbios de janeiro


  • A água de janeiro traz azeite ao olival, vinho ao lagar e palha ao palheiro.
  • A chuva de janeiro enche o celeiro.
  • A madeira para tua casa corta-se em janeiro.
  • Calças brancas em janeiro, sinal de pouco dinheiro.
  • Da flor de janeiro, ninguém enche o celeiro.
  • Em janeiro, saltinho de carneiro.
  • Em janeiro, sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.
  • Janeiro fora, cresce uma hora.
  • Janeiro geoso e fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.
  • Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado.
  • Janeiro quente traz o diabo no ventre.
  • Não há luar como o de janeiro nem amor como o primeiro.
  • O mês de agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de janeiro.
  • Pintainho de janeiro vai com a mãe ao poleiro. 

'Janeiro'


Janeiro é um mês, quase inteiro,
de frio, chuva, nevoeiro.
Mas há um sol em janeiro,
um sol discreto e fagueiro,
em raras manhãs de azul,
que sorri por entre o frio
e acende um pequeno braseiro
no coração mais sombrio.
 

Poema de: João Pedro Mésseder
Ilustração de: Ana Biscaia
in O livro dos meses, edição de Lápis de Memórias












O puzzle

Imagem da net

A casa parece-me um puzzle cujas peças, de vez em quando, mudam de sítio. A época natalícia é propícia à mudança das peças domésticas, sobretudo quando vêm crianças que muito amamos. Sai um móvel de um sítio habitual e vai para outro lugar. O sofá é arrastado para caber a mesa que precisa de extensões se a família é grande. O frigorífico quase nem tem espaço para respirar, quando muitas vezes ainda mais arrefece por falta de adereços nas prateleiras. 
Para não falar da planta que se retirou para caber a árvore de Natal ou do canto da escada onde se estendeu o musgo do presépio e as figurinhas saídas da caixa, que jaz no vão de escada durante onze meses do ano...
Agora, quase no fim da azáfama natalícia, é altura de refazer o puzzle para a casa voltar à normalidade, sobretudo se as vozes das crianças já não se ouvem diariamente.
Voltam para as caixas as imagens que durante muitos dias e noites coloriram e embelezaram a casa. Algumas, como bolas brilhantes, nem sequer foram olhadas porque os chamamentos eram múltiplos.
Gosto de formar novos puzzles em casa, mas também me sabe bem o calmo puzzle da rotina.
Tanto como me soube partilhar o puzzle festivo da época que por estes dias vai terminando.

Chico Buarque - Ano Novo