Recuando algum
tempo, e mencionando casos mediáticos, os portugueses lembram-se dos
privilégios concedidos a Cavaco nas ações do BPN; do caso do imbróglio de
milhões na compra dos submarinos; da confusão da Proforma que o primeiro-ministro
nunca chegou a explicar; dos Vistos Gold, atribuídos por mãos sujas de polvo; da detenção, ontem, de Sócrates e, infelizmente, muitas mais.
E isto acontece
porque existem mentiras, traições, falsas promessas, ambição desmedida,
atropelamento de deveres e direitos, abandono de valores humanos, esquecimento
do serviço público, desrespeito pelos cidadãos e muito mais.
Pelo que
observo, poucos jovens veem ou escutam notícias, mas ouvem falar delas, recebem
ecos, muitas vezes até vagos e distorcidos.
Muitos, hoje,
dirão: "é mais um, são todos assim", etc. Mas o pior, na minha opinião, é quando
pensam e dizem: "se eles são assim, por que é que eu não posso dizer e fazer a
mesma coisa?"
Grave é o facto
de as gerações mais jovens se confrontarem com estes casos nebulosos em que
cada um afirma ter razão, tantas vezes perdendo a razão, ou pensando que os
outros nem razão têm.
Quem corrompe
ou se deixa corromper nem terá tempo para pensar nisso, tal é a espessura da
teia. E é pena não se importarem com o mal que fazem e que não se fica pelo
presente, avançando rapidamente para o futuro.
O que mais se
irá esconder/descobrir?
Haja justiça, mas
não apenas para alguns. Esta prática é também nefasta para os jovens.