quinta-feira, 8 de junho de 2017

"Palavras Sol tas"

Na passada terça-feira à noite, foi apresentado o livro Palavras Sol tas, no Multiusos de Gondomar.
A publicação resultou de muito trabalho realizado pelos professores do Ensino Especial e das Bibliotecas escolares do concelho de Gondomar, com as crianças que, diariamente, precisam de um maior apoio.
E foi bonito ver a orgulhosa alegria de muitos meninos perante o seu trabalho.
E dos pais.
E dos professores.
E de todos os presentes.

O dia a dia não é fácil para estes pais e para os educadores, mas estes momentos serão pequenas-grandes recompensas.

Muitos textos e desenhos haveria a destacar, mas vejamos, a título de exemplo, os seguintes:




domingo, 4 de junho de 2017

Dúvidas! Quem as não tem?


 Já fui várias vezes a Borough Market, no centro de Londres. As múltiplas barraquinhas vendem comidas de diversos continentes, numa festa de cores, cheiros e sabores.
É um espaço cosmopolita e de grande satisfação para todos os sentidos.

Pois, optei por pôr os verbos no presente, mas, neste momento, tenho dúvidas. Todos as temas, aliás, em relação ao que pode acontecer nos mais diversos lugares.
O medo tomou conta dos espaços públicos percorridos por todos com toda a alegre e livre legitimidade.
É horroroso pensar no que pode acontecer no momento seguinte. Às vezes, o melhor é nem sequer pensar.
Há muito que se ouvem apelos para que as pessoas não se deixem invadir pelo medo.
Mas hoje, infelizmente, se o Borough Market tiver aberto as suas portas, as pessoas estarão bem mais tristes.
E bem mais triste ainda foi, mais uma vez, a morte de inocentes.


sábado, 3 de junho de 2017

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Desacordo de Paris

 Frases de Emmanuel Macron, ontem, logo após Donald Trump ter anunciado o afastamento do Acordo de Paris e a possibilidade de o renegociar:

Let’s Make Planet Earth Great Again.

Não há plano B porque não há planeta B.


BRINCAR


Sem os risos e as brincadeiras das crianças, que, na sua espontaneidade, tecem grinaldas de esperança para o mundo, a vida tornar-se-ia um ermo de aborrecimento e de vaidade.
Apenas aqueles que continuam a reservar espaço nas suas vidas para brincar e para desfrutar a vida mantêm viva a alegria de viver, o brilho nos olhos e a juventude no coração.
Para nos mantermos jovens, para conseguirmos que a alegria, a motivação e a força acompanhem os nossos dias, e que o riso, quando se solta, tenha a melodia dos quinze anos, devemos reservar espaço para a nossa criança interior, e tirar, de vez em quando, férias de todos aqueles “devo, não posso, deveria, já é tarde, não tenho tempo”.
Amadurecer não é sinónimo de aborrecimento, de sisudez, de cinzentismo. Amadurecer é saber do que gostamos, e como podemos sentir-nos mais felizes e tornar a nossa vida mais simples. Regra geral, só alguns privilegiados nascem com o dom da juventude no coração, mas esta capacidade poderá desenvolver-se se dermos espaço à improvisação, à espontaneidade, às surpresas da vida. Cultivar a capacidade de brincar é cultivar a juventude da alma, é como viver numa casa com vista para o jardim do Éden.
Brincar é atrevermo-nos a mostrar que não sabemos uma coisa e, no entanto, ficarmos contentes com a oportunidade de aprendermos. As crianças são simples, inocentes, espontâneas, sem duplicidade nem “agendas escondidas”, abertas à possibilidade, e flexíveis na sua adaptação às circunstâncias. Nas crianças, a frustração costuma durar menos tempo do que “um caramelo à porta de um colégio”, pois, logo em seguida, encontram uma coisa nova da qual tiram prazer e entretenimento, na procura ávida de novos horizontes de aventura. Poderíamos aprender com elas, não nos preocupando tanto com o que nos reservará o futuro, e, se por acaso o fizermos, que seja também com a esperança de que os tempos vindouros nos trarão dons enriquecedores para o nosso crescimento pessoal.
Entretanto, vamos desfrutar, criar sonhos, pintar sorrisos nas nuvens e brincar com as ondas do mar. Só se vive uma existência de cada vez, por isso saibamos agradecer os dons que a Vida nos proporcionou, e caminhemos até ao rio para encontrar rãs que nunca se transformarão em príncipes, mas em melodia do entardecer e em beijos de algodão doce. Brincar, para alcançar a felicidade de um coração livre de preconceitos, afastado da maledicência e da mesquinhez. Brincar, para sentir a bondade da inocência, que nos permite ver o melhor em cada pessoa, a luz em cada ser, por mais escondida que esteja. Brincar, para manter viva a capacidade do sonho e assim contribuir para criar uma realidade que ajude a transformar o mundo num lugar melhor e mais humano, mais solidário e generoso, com mais justiça e retidão.
Brincar, para entrelaçar os fios da tapeçaria da Vida, para descobrir o rosto oculto do sol e o sorriso luminoso da lua cheia. As crianças dormem e, abrindo as suas asas, sonham, riem com os anjos, não se levam demasiado a sério, e ainda menos se preocupam em ganhar muito dinheiro, em competir para conseguir os primeiros lugares ou em adquirir bens por uma questão de estatuto. Para elas não existe outra realidade a não ser a que habita na sua alma e povoa os seus olhares de encantamento e de esperança.
Brincar, para aligeirar a carga que se vai acumulando com os anos. Viver em paz consigo e com os outros, manter viva boa disposição, estar aberto ao novo, rir e desfrutar da vida, saboreando os pequenos instantes. É que brincar mantém a mente jovem, e o semblante acusa menos o passar dos anos, pois não se envelhece só porque os anos passam, mas porque o ser que habita o corpo físico vai apagando a sua luz e acaba por se limitar a viver na obscuridade de si próprio.

Rosetta Forner
Contos de Fadas para Aprender a Viver
Cascais, Pergaminho, 2005
(Adaptação)
 clubecontadores@gmail.com