sábado, 26 de julho de 2025

Sou católica, mas não gosto de ver aquilo

 

Embora entre mais em igrejas quando passo a qualquer hora e vejo com agrado as portas abertas do que em horas marcadas para cerimónias litúrgicas, considero-me católica. E, de vez em quando, gosto de ir à Fátima, julgo que mais para agradecer do que para pedir, embora também não escape ao 'se isto acontecer, faço isto ou aquilo!', como acontece em tantas promessas. Mas, como se costuma dizer, cada caso é um caso e cada um faz como melhor entende e como dita a dureza do momento.

Chegando lá, gosto de olhar a vastidão do recinto, a cruz estilizada que se eleva e onde vejo arte e elegância, a capelinha onde, a quase todas as horas, existem rituais, missas, cânticos, orações, música... irradiando, independentemente do grau da crença de cada um, calma e espiritualidade.

Ora, ontem, fui com um grupo de amigas ao santuário de Fátima, viagem que já se vai tornando um ritual em cada verão. Quando chegámos, a missa estava prestes a começar e seria acompanhada pela voz límpida de uma jovem cantora. Como já não tínhamos lugares sentadas, ficámos de pé, sentindo uma brisa refrescante no corpo e na alma. Pouco depois, tivemos de dar uns passos em frente porque, sem repararmos, estávamos a pisar o corredor onde as pessoas passam  de joelhos cumprindo as suas promessas.

Respeitando todos os sentimentos e os motivos que levam a tão difícil percurso feito de joelhos, custa(-me) ver aquele deslizar penoso ainda que protegido por joelheiras.

Alguém perguntou: Nossa Senhora ficará contente com este sofrimento?! Concordei com a pergunta que, por coincidência, também me estava a ocorrer.

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