terça-feira, 22 de julho de 2025

Chapéus… afinal, há poucos!

 

Há umas semanas, procurei um chapéu para levar a um casamento, fazendo a vontade à noiva. Depois de lhe dizer que não era o meu estilo, que não estava habituada, acabei por aceder e até achei piada à ideia.

Tinha era de me despachar. Já faltava pouco tempo para a cerimónia. Comecei por procurar na net. Sem sucesso imediato. Dava jeito comprar no Porto, aonde já não ia há bastante tempo, apesar da proximidade. Na net, encontrei duas lojas onde, à partida, poderia encontrar chapéus como eu queria: uma na rua Sá da Bandeira, outra na rua Nova de S. Crispim. Na primeira, muito perto da estação de S. Bento, nem entrei quando lá cheguei. De fora, vi logo que eram para homem. E que gostasse de chapéu à cowboy. Voltei a subir a rua, notando a proliferação de lojas para turista: muito souvenir, muita esplanada, muito pastel de nata de múltiplos sabores. O calor apertava e os turistas enchiam os passeios da rua. Mesmo assim, ainda entrei noutras lojas onde ouvia o mesmo: não temos chapéus e nem sei onde os possa encontrar!

Nessa tarde, já nem tive vontade de ir à tal outra chapelaria. Ficaria para o dia seguinte.

Cheguei a casa e telefonei para a loja. Atendeu-me uma senhora de voz antiga e meiga. Sim, havia um chapéu como eu pretendia. Posso reservar, se quiser. E o tamanho? Era melhor medir. Tem fita métrica de costureira em casa? Sim, tenho.  Como indicado, medi a cabeça, mas medi mal. Precisaria de um tamanho maior, mas só vi isso quando lá fui no dia seguinte.

Para experimentar o chapéu, era dado um lenço de papel ao cliente para limpar a testa e depois uma touca de plástico.

Tantos cuidados e tão poucos chapéus para mulher, pensei eu. Para homem, abundavam, de muitas formas e muitas cores! E bonitos, muito bonitos. Para todos os estilos. Do mais vaidoso, ao mais sóbrio.

E saí desconsolada, pondo-me uma questão que me fez esquecer o que eu procurava e não tinha: Será que volto às Galerias Lafayette em Paris? 

E lá veio a resposta-promessa: Se for, não saio de lá sem um chapéu!


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