Nas manhãs de vários sábados, chegávamos à mesma hora ao café que fica bem perto de algumas de nós.
No início, era só uma, depois duas e, em breve, já éramos quatro ou cinco amigas, à mesa porque a mestra se nos juntou também. Era um gostoso aquecimento para umas horas a cortar, combinar, coser tecidos, vendo aparecer um objeto bonito e nosso.
Eram divertidas e criativas essas manhãs de sábado na oficina de costura. Escolhíamos os tecidos e, sempre com a ajuda da mestra - mais nova do que nós -, fizemos chapéus, sacos de várias formas, capas para caderno ou álbum, etc, etc, etc.
Com a sua peça acabada, cada uma de nós sentia a alegria de a ter produzido. Ou quase, melhor dizendo, porque a mestra lá acertava o corte e a cosedura, se o desacerto era grande.
Ontem foi a despedida dessas manhãs de sábado tão costurado como animado.
A mestra, que era uma boa mestra e também muito gentil, ofereceu-nos, nesta última sessão, pedaços de tecidos para continuarmos a fazer os nossos trabalhos em casa. Vistosos mimos a saírem de uma caixa de retalhos dobrados, desdobrando já novas ideias.
No próximo sábado, talvez a senhora do café repare na nossa ausência porque, desde o primeiro dia, ocupávamos sempre a mesma mesa. Ou talvez não, porque os cafés e pingos e meias de leite e galões e torradas e pães com queijo são peças que vai servindo todas as manhãs com pouco descanso. Sempre com um sorriso suave e natural. Também de mestra.