domingo, 26 de março de 2023

Há Céu e Céu!

 

O piano

 

Ontem, a menina, nos seus bonitos sete anos, deu o seu primeiro recital de piano. Os pais, orgulhosos, filmaram e partilharam, felizes, o vídeo da pequena pianista, no seu vestido de saia rodada florida e de grinalda rosada bem visível no cabelo. No início da atuação, a professora de piano, sempre atenta aos pormenores, veio dar um retoque na postura e logo se afastou, discreta, para não perturbar o momento para o qual também tinha carinhosamente trabalhado.

Concentrada e ágil, a menina cumpriu bem a bela missão e, no final, foi  aplaudida.

Em casa, toca piano diariamente, com a ajuda insistente do pai, mas também diariamente diz que não gosta de tocar piano.

Ficou, porém, feliz com o seu primeiro recital. E disse, com a sua voz meiga e olhar azul: - Gostei muito de atuar.

 

 

A conversão

 

Há muito que não ouvia a palavra conversão. Hoje, na TSF, passaram excertos de uma entrevista a Alice Vieira, dizendo-se que a escritora se tinha convertido à religião católica, graças à sua grande amizade com José Tolentino Mendonça.

Esta será uma boa notícia para os católicos nestes dias em que a igreja passa por tantos problemas devido a comportamentos tão censuráveis: dos abusadores de crianças e de quem encobriu os crimes durante tanto tempo, abusando também dos seus poderes e não cumprindo o que é tantas vezes pregado de mãos erguidas e olhos postos no céu.

Felizmente há padres e bispos que vivem a sua vida sacerdotal de forma exemplar não esquecendo que todos os seres humanos, e não só, merecem respeito. Esses vão trabalhando muitas vezes em silêncio para a alegria comum e nunca para o sofrimento de inocentes.

 

A Maria do Céu

Nunca foi minha aluna, mas os professores da turma falavam dela. Era estudante do secundário, muito aplicada, muito comunicativa, gostava de participar em diferentes atividades da escola e queria ser advogada. Trabalharia muito para o conseguir, porque os pais tinham de fazer grandes sacrifícios para poderem pagar os estudos. Apoiavam-na em tudo para que conseguisse ser o que sonhava. E louvavam os professores que também a ajudavam. A vida sorria como o céu na terra.

      Maria era também muito bonita e saudável. Só que surgiu um pequeno problema cardíaco, de pouca monta, mas que exigia uma intervenção cirúrgica. Uma coisa rápida e simples, dizia o médico. Em breve, poderia retomar as aulas e a sua vida de jovem promissora. 

      Porém, no hospital, durante a operação, que seria pequena e corriqueira, as coisas correram mal. Muito mal. Como ninguém imaginou. Uns aparelhos não foram devidamente ligados e utilizados. Com esta anomalia, a Maria ficou paralisada e dependente a cem por cento. Para sempre. O hospital não reconheceu o erro, o assunto vai-se arrastando em tribunal, as ajudas são só algumas, a mãe, a principal e permanente cuidadora, faz tudo o que lhe é possível, com os fracos recursos de que dispõe, mas Céu só o vê no nome da sua menina e na maior alegria que seria ouvir uma palavra dita por ela, o que não acontece desde que saiu do hospital há mais de cinco anos.

Quando  entrou para a sala de operações, a Maria levava todos os sonhos de uma jovem que queria viver feliz e ser advogada; quando de lá saiu, o céu dos sonhos tinha-lhe desabado, não deixando sequer antever uma nuvem de esperança.


quinta-feira, 23 de março de 2023

Uma manhã feliz no meio de fadas também reais

 

A convite da professora bibliotecária Carmen Santos, do Agrupamento de Escolas de António Nobre, no Porto, eu e a Cristina Pinto, a ilustradora de As fadas do bosque das cores e das estórias (Editorial Novembro), fomos quarta-feira, dia 22 de março, à escola do primeiro ciclo de Montebello apresentar este nosso livro.

Dispostos numa mesa a árvore da amizade, as sete fadas, o livro, os marcadores, pequenas fadinhas, papel para ilustração, etc, uma professora disse com um largo sorriso e uma voz bem sonora sobre o grupo que estava para chegar:

- A minha turma é um espetáculo! 

- A professora também é, disse depois um miúdo.

A manhã prometia. Foram entrando dois grupos de alunos do segundo ano. Depois do intervalo, viriam mais duas turmas do quarto ano. 

Os quatro grupos eram formados por meninos e meninas nascidos em vários continentes e que ali estavam juntos a aprender e a viver os seus plenos direitos e deveres. Tal como os ramos da árvore que ali estava eram fortalecidos por troncos diferentes e próximos.


Já com os alunos e professores dentro da sala grande, nós, autora e ilustradora, contextualizámos a história, desta vez, com a ajuda de um 'bosque' de árvores penduradas, recortadas de jornais e revistas e, naturalmente, das sete fadas, bem visíveis nas suas diferentes cores.

Seguiu-se uma leitura de excertos do livro, feita por ambas de forma partilhada. Foi muito bom ver os meninos e meninas atentos ao texto e dizerem que tinham gostado.

E logo alguns bracitos se foram levantando para perguntas e respostas, nas quais foram referidos valores, lembrados também por eles próprios, como a amizade, a solidariedade, a união, o respeito pelo ambiente, etc.

E chegou o momento de os meninos desenharem a sua fada para depois ser pendurada, juntando-se às árvores do bosque, sobre o olhar orgulhoso dos seus autores.



Enquanto desenhavam, um menino perguntou:

- Posso desenhar um fado? 

Com o mesmo afeto, dissemos que sim, é claro.

A propósito, no corredor contíguo à sala, havia uma bela e útil colagem com junção de  afetos.

Em conversa com os professores que acompanhavam os seus alunos, falou-se das dificuldades atuais mas também das alegrias com os sucessos dos seus alunos, por exemplo, em língua portuguesa, uma vez que muitos provinham de países diferentes. 

Vimos trabalhos como os que uma professora tinha gravado com satisfação  no telemóvel, com retratos do poeta António Nobre, feitos na aula aproveitando restos de café. E também ouvimos de uma professora de voz meiga que muitos meninos e meninas gostam de ler e de ouvir histórias, o que trouxe ainda mais luz ao encontro.

À saída da escola, vários dos alunos que tinham estado connosco na atividade vieram abraçar-nos.

Para nós, foi mesmo uma manhã feliz no meio de fadas também reais. Oxalá que a alegria tenha sido partilhada.


Uma questão de preconceito ou um prazer de sábado à noite?

 

Num sábado à noite e num restaurante, com as mesas ocupadas por casais e pequenos grupos em sonora boa disposição, uma mulher de meia idade jantava sozinha. Sobre a mesa não faltava um copo alto de vinho reluzente. 

Eu estava com família e logo comentei que, se estivesse sozinha, não iria àquele tipo de restaurante. Talvez me ficasse por um café ou confeitaria. Ou comprava qualquer coisa para comer em casa ou no quarto de hotel, se fosse o caso.

Este acabou por ser um dos assuntos do jantar. Uma mulher estar sozinha num restaurante a saborear calma e legitimamente os prazeres da mesa é muito natural, referiu a minha filha. Por que não? 

Acho que, para ela, este era até um não-assunto. E ainda bem.

E eu, que vou tentando aprender e banir alguns preconceitos, dou comigo a reiterar  que tanto uma mulher como um homem o podem fazer em qualquer dia. Assim o queiram e possam. Por que não? E, embora não tenha dúvidas sobre isto, persistem em mim algumas dúvidas se eu o faria naquele contexto.

E as razões poderiam ser mais que muitas. Uma delas seria, também legitimamente, preferir ocupar o tempo de outra maneira. 

Ou seria sobretudo pelo velho e gasto receio de parecer o patinho feio?


segunda-feira, 20 de março de 2023

Voltar

 

Voltei a Bordéus uns trinta anos depois de lá ter estado num curso de formação. No percurso do autocarro do aeroporto até ao centro da cidade, ia vendo se reconhecia alguma coisa, mas de quase nada me lembrava. 

É certo que, em trinta anos, uma cidade e os seus arredores mudam muito a sua configuração, tal como a memória vai perdendo imagens e sobrepondo outras. Porém, à chegada, quando vi a praça com o grande e imponente teatro de Bordéus, as suas colunas encimadas por musas e deusas, logo o reconheci. Há trinta anos não entrei lá e desta vez também não. 

Depois, reparei que existem outros teatros na cidade, com espetáculos muito variados, um deles de nome do grande dramaturgo Molière. Não sei se têm público ou não. Oxalá tenham.

Muita gente vi em ruas e pracinhas enchendo esplanadas, em alegre convívio de fim de semana, vivendo a maravilha da vida em liberdade.

Da próxima vez, pode ser que vá a um espetáculo num dos diferentes teatros de Bordéus. Não posso é esperar trinta anos.

 

quinta-feira, 16 de março de 2023

Ou será desejo de vencer?

 

A vencedora do recente festival da canção, Mimicat (raio de nome!), lembrou, em entrevistas que deu, as pessoas que cantam e que têm muita dificuldade em divulgar os seus trabalhos.
Achei bem ter referido isso e logo levei para o lado de quem gosta de escrever.
De muitas pessoas que, tal como eu, vão escrevendo algumas coisas com amor, com respeito pela língua portuguesa, mas que muito poucos conhecem. Aqueles, porém, continuam a fazê-lo porque sentem necessidade de escrever, com o sentimento de reduzir diferentes formas de caos, acreditando que assim podem embelezar a vida, a sua e a de outros, apesar da imensidão de páginas já escritas por tantos e tantos autores.
O lucro que tive com os poucos livros que escrevi e publiquei, também como muitos certamente, não passou da alegria de ver e partilhar um objeto bonito e honesto, escrito com persistência e paciência, valorizado por quem o ilustrou, pensando carinhosamente nos eventuais leitores.
O trabalho da escrita poderá ser, contudo, uma pequena pegada deixada na terra. Ou será uma forma mais recolhida de procurar vencer?
 


quarta-feira, 8 de março de 2023

É bom receber e oferecer flores, mas não só.

 

Melhor seria que não houvesse necessidade de lembrar o Dia Internacional da Mulher. Ofereceram-me flores e fiquei contente. Lembrei-me de mulheres que conheço e de outras que imagino e que nunca receberam flores. Que bom seria que todas as recebessem. E não só neste dia.

E logo me apareceram outras palavras e ideias que tentei alinhar abaixo. Tanta coisa que o mundo tem ainda de mudar.

No entretanto, os privilégios dos homens continuam a sobrepor-se aos direitos das mulheres, embora, felizmente e nos países democráticos, o caminho se vá abrindo. Persistem, porém, discrepâncias no trabalho, nos vencimentos, no acesso a cargos, em casa, na educação dos filhos, na arte, etc, etc, etc

Continuemos a caminhar que bem é preciso.

Bom Dia da Mulher para todas. E que todos o reconheçam. Assim, todas e todos seremos bem mais felizes.


 

Para além das flores,

que não haja humilhações nem maus-tratos.

Que ninguém se sinta superior nem inferior.

Que toda a gente possa estudar e saber cada vez mais (impossível não lembrar o que está a acontecer em escolas do Irão, em que raparigas são envenenadas).

Que o direito ao descanso e ao tempo livre exista sem discriminação.

Que o respeito mútuo exista dentro e fora de casa.

Que os elogios mimem quem está perto e não só quem está longe.

Que todo o trabalho seja valorizado e dignificado.

Que ...

Que ...

 

  


terça-feira, 7 de março de 2023

Tarde de domingo com um filme dentro

 

Fomos ao Alameda. Éramos apenas quatro pessoas na sala 5 do cinema. O filme escolhido foi Mascarade, de Nicolas Bedos. O cenário é a bela Riviera francesa. É lá onde as personagens se encontram, desencontram, fingem, são verdadeiras, entram em jogos de enganos e sedução e muitos etecetras de vidas luxuosas com muitas paixões e ainda mais frustrações. Mais concretamente: uma atriz vive com um jovem acompanhante. Este liga-se a uma rapariga manipuladora e ambiciosa que entra na casa da atriz e na vida de um homem, que, com ela, julga ter recuperado a juventude e felicidade perdidas, confrontando-se, porém, com desesperada solidão. Achei piada ao filme. Mas sou suspeita, porque gosto da língua francesa, de histórias contadas em filmes franceses, de paisagens desse país, etc.

A dança que desceu do filme

 

Uma das músicas do filme Mascarade é La Bambola, uma canção italiana do final dos anos sessenta e que, tal como muitas canções dessa época, desperta emoções  em quem viveu esses anos do século XX. Inesperada, ainda assim, e bonita, foi a reação do casal que tinha estado a ver o filme. Passava a ficha técnica, acompanhada dessa canção. Descidos os degraus, o casal começou a dançar, bem juntinhos. Como nos slows de antigamente nos bailes de garagem. Ambos pareciam felizes e sem máscaras. Não sei se pelo poder do cinema. Ou da música. Ou do amor. Ou de uma simples tarde de domingo com chuva e sem pressas.

 

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Sábado à tarde

 

Comprei há dias uns vasinhos com amores-perfeitos e pu-los num canteiro, sem os transplantar. O tempo era pouco e o desejo que a chuva voltasse era muito. Ela chegou, benfazeja, ontem à noite, foi ficando e não se despediu até hoje. Há pouco vi que os amores-perfeitos ainda estavam mais perfeitos nas suas pétalas vivas de veludo amarelo. Também graças à chuva, ainda que leve.

Abri a janela que dá para a casa vizinha. E que, por isso, raramente abro de par em par. Mas há uma laranjeira entre a minha casa e a outra casa que também tem janelas e quem lá mora, tal como eu, gostará que haja uma laranjeira alta de permeio. Diante mim, está o computador e, de vez em quando, volto-me para ver a luz da tarde e vejo-a semeada de laranjas. 

À minha esquerda, tenho um rádio ligado na antena 2. Lídia Jorge está a ser entrevistada. A voz do jornalista não me é familiar,  mas agrada-me o modo como conduz o diálogo em que a escritora fala de muita coisa e da mãe e do livro que lhe pediu antes de morrer. Retenho frases como 'A literatura é sempre uma carta de amor por alguma coisa, mesmo sendo cartas de raiva'. E também episódios da vida da mãe em que, no lar de idosos, em vez da reza repetida do terço, preferia ouvir histórias bíblicas. Ou de conversas em que perguntava à filha por que não preferia fins felizes para os seus livros.

O meu neto vem ter comigo com o seu linguajar variado e monossilábico. Sento-o ao meu colo. Põe os dedinhos nas teclas do computador e começam a aparecer letras e mais letras em filinha. Volta para a sala onde estava com o pai e o silêncio volta também à luz aberta do quarto que tem a janela, donde se veem as laranjas da casa vizinha. 

Talvez amanhã  transplante os amores-perfeitos. Talvez amanhã tenha outros momentos simples e perfeitos como estes. Oxalá. Ainda que com a consciência de que o mundo, esse, não.        


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Os amuos e um saco que se julgava roto

 

Desde pequeno que se habituara aos amuos. Da mãe, do padrasto, dos irmãos. Os amuos punham-no triste e indefeso. Querer falar e obter apenas respostas frias de não mais que uma ou duas palavras era pesado.

Desde muito novo, dava consigo a pensar nestes momentos de incomunicação prolongada, que, de repente, irrompiam na família e estragavam toda a alegria que era quase sempre breve. Os amuos, por sua vez, eram longos. Chegavam a durar dias e abriam feridas de culpabilidade que demoravam a curar.

Às vezes, bastava uma palavra mais transviada, uma recusa em fazer qualquer coisa, um desacordo momentâneo para logo a face da outra pessoa se fechar como castigo, tantas vezes misturado com acusações que irrompiam de todos os tempos e lugares.

Não, quando fosse adulto não seria assim. Em vez de amuo, recorreria ao diálogo. Sem ruídos acusadores nem silêncios fechados à chave, como estava habituado.

Com o tempo, vieram os sorrisos empáticos do amor. Uma nova vida começou. Na primeira casa onde viveram foram muito felizes. Na segunda, já começaram a aparecer situações mais desavindas, sobretudo depois da chegada do bebé.

Começou a amuar por muitas e variadas razões que o contrariavam. Ela, porém, continuava a falar e a viver os seus dias.

Embora pensasse que os amuos de antigamente tinham caído em saco roto, afinal estavam bem presos a si e era ele próprio que o desatava.

Ela, porém, não deixava que os sons dos seus dias se interrompessem. E assim o saco em que ele transportava os amuos foi-se esvaziando. Por inutilidade.

 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Para quem quiser ficar mais ao corrente das Correntes D'Escritas

 

Vi agora no blogue 'Horas Extraordinárias' de Maria do Rosário Pedreira este link para aceder às últimas Correntes d'Escritas.

Maria do Rosário Pedreira venceu também o Prémio Literário Casino da Póvoa, com o livro de poesia O meu corpo humano.  


 https://www.cm-pvarzim.pt/territorio/povoa-cultural/pelouro-cultural/areas-de-accao/correntes-d-escritas/correntes-descritas-2023/

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Ontem foi para mim um dia bom

 


As Correntes D'Escritas já contam com mais de vinte edições. Ontem, sábado, fui lá, pela primeira vez, ao Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim.

A grande figura homenageada este ano foi Ana Luísa Amaral, para além de Nélida Piñon e Luís Sepúlveda. As comunicações na sala principal eram subordinadas a um verso da Poeta que nos deixou no ano passado e que também nos deixou uma grande obra. 

Para além dos seus poemas que os oradores liam ou referiam, também ouvimos falar das suas compotas, das quais gostosamente partilhava receitas, dos sabores inesquecíveis da carne assada com batatas que cozinhava com esmero para os amigos, do amor pela vida e pelos prazeres que ela  proporciona, etc.

 

'Ler e escrever é resistir - lê-se na capa

 

Ontem à tarde, nas CORRENTES D'ESCRITAS, depois de almoço, enquanto que na 'sala de ensaios' eram apresentados livros, na 'sala de atos' era apresentada a revista virtual e gratuita Palavrar.

Foram lidos textos da revista cujo tema era a Paz. E gostei muito da leitura - nalguns casos, feita pelos autores - porque foi sem pressas nem correrias e quem lia e quem ouvia parecia saborear os sentidos das palavras e o que elas contavam.

 

No texto constante da apresentação da revista, pode ler-se, para além de outras coisas:

'Caracterizada pela diversidade de rubricas e assuntos (História da literatura, escrita criativa, escrita motivacional, revisão e edição de textos, crítica literária), a «PALAVRAR — Ler e escrever é resistir» partilhará crónicas, contos, histórias infantis e poesia, de autores desconhecidos e de vozes conhecidas no panorama literário nacional.Será leve e próxima dos leitores, mas não superficial. Funcionará como plataforma de difusão de novas vozes literárias, alargando o pouco espaço atualmente existente em Portugal com esse propósito.

Conheça a nova revista literária portuguesa (...)'.