terça-feira, 4 de junho de 2024

Os biscoitos souvenir


Sempre que eu ia a Londres, trazia uns biscoitos ou bombons para a minha mãe. De preferência em caixa ou lata bonita, que também valorizava. E depois sempre lhe arranjava serventia.

Agora, que já cá não está, quando vou e antes de eu regressar, vem-me sempre à memória essa necessidade que criei e que parece estar ainda presente. Apesar de preferir não trazer sacos no avião, para além da carteira, mesmo no aeroporto, dou comigo a pensar nos biscoitos souvenir para a minha mãe. Caio ‘na real’, lembrando-me que já não.

Um vez, juntamente com os biscoitos sempre bem-vindos, trouxe um postal com uma foto da rainha, que tinha a idade da minha mãe, e de quem a minha mãe era uma grande fã. Outras vezes, trazia pagelas de santos de uma qualquer igreja aonde eu entrasse. Ela recebia estes objetos, acarinhando-os, como se fossem únicos.

Também cheguei a trazer-lhe sementes, que ela, com os seus cuidados, ajudava a crescer e a florir, aproveitando bocadinhos de terra livre, como tantas vezes se vê em Londres, cidade que nunca visitou.



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