As duas plantas viviam lado a lado. Há algum tempo. Pela fresca, bebiam a água que lhe davam do regador já antigo, que parecia já saber como regar: no pé da planta e devagar.
Quis a natureza - ou Deus, não sei - que as duas plantas tivessem formas diferentes e buscassem espaços também diversos.
A planta dos corações reproduzia-se na vertical buscando a terra; a avenca elevava-se no ar, e para os lados, como ancas de mulher.
E assim viviam, cumprindo, à sua maneira, a função de verdejar a prateleira onde moravam.
Um dia - por acaso, hoje - foram encontrados a abraçarem-se. O coração - vamos chamar-lhe assim porque não lhe conheço o nome - que reproduzia novos corações na vertical, tinha estendido um dos seus braços à avenca vizinha. Pareciam felizes no momento.
E quem regava as plantas desejou parar o vento para que ele não as separasse.
Ó Maria Dolores, agora deixou-me complexada, "no ar e para os lados como anca de Mulher"? Não tenho a dita de ter ancas de tal índole. E agora?! Só sei que às minhas ancas a sua avenca não sai.
ResponderEliminarMas está certo. Estando no mesmo vaso, que se abracem, ficam no caminho uma da outra e é tudo economia e graça. Para elas e para quem rega. E ainda para quem as vê, assim gráceis e felizes.
Bem apanhado, Bea, e engraçado o que diz. Quando estava a escrever o texto, surgiu-me aquela expressão e aproveitei-a para marcar a diferença entre as duas plantas e vincar que a avenca crescia mais para os lados. Se calhar, surgiu-me porque vejo-me ao espelho!!!!
ResponderEliminarUm abracinho, Bea, e que o dia seja bom.