segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Tanta realeza! God save us!

 

As notícias que tenho visto e ouvido têm sido em modo zapping, mas, sempre que ligo a televisão, seja qual for a estação, lá está a realeza. Já não há paciência. Deus nos salve e não só à rainha e agora ao rei, porque isto de rei morto rei posto não fica só no provérbio.

As imagens da rainha e da realeza vêm de Londres, ou da Escócia, ou dos países em que a coroa inglesa ainda é soberana, etc. Para não falar de países em que há comunidades do Reino Unido e das quais os microfones sedentos se abeiram, como é o caso de Portugal.

Muitos especialistas da realeza têm estado em ação e a causa monárquica tem saído da sombra. O D. Duarte Pio - que tanta gente imita de forma tão humorística - também tem falado da família real e do regime a que estão ligados. Comentadores políticos também têm intervindo assiduamente e jornalistas muito conhecidos fazem as suas reportagens in loco, não esquecendo que dar voz às pessoas anónimas que prestam homenagem à rainha também é relevante e agrada a quem ouve e a quem vê as notícias. E são grandes as multidões que depositam flores, brinquedos, desenhos, mensagens nos locais com muitas marcas da rainha. Se querem e têm tempo livre, estarão no seu direito. Eu não teria essa paciência, mas cada um é como cada qual.

Apesar de todo o clima criado à volta da morte da monarca, custa-me a aceitar que a grande maioria dos jornalistas se vista de luto. Julgo até ter ouvido que Isabel II era a rainha de todos nós! Há um culto que se generaliza, mas que, de repente, pode também desaparecer. Poucos referem traços negativos da realeza como a imensa fortuna acumulada, práticas de imperialismo, etc. Privilegia-se o conto de fadas. Todos nós precisamos de beleza, mas os contos de fadas podem variar.

Talvez vivamos tempos de fenómenos coletivos que dão que pensar.

Sábado passado, houve uma grande festa em Queen's Park - já prevista e não cancelada. Felizmente. No final, a multidão que lá se reuniu cantou o hino God save the king. Tudo bem. Para mais, quem canta seu mal espanta.

O funeral da soberana será daqui a uma semana. Até lá, muito pormenor do presente e do passado será repetido à exaustão nos meios de comunicação social. Já cansa, mesmo só fazendo zapping. Valha-nos Deus!


12 comentários:

  1. Compreendo a sua saturação Maria Dolores, também a sinto, e até alguma indignação perante a hereditariedade de privilégios, quando, afinal, à hora da nascença todos devíamos ser iguais, mas como acertadamente referiu George Orwell, uns são mais iguais que outros. Desafortunadamente há quem nasça pobre, viva toda a vida pobre e venha a morrer pobre, por isso, quando nascemos, a começar pela geografia e a continuar por inúmeros factores que seria enfadonho mencionar, o nosso destino é desigual. Depois, ao longo da vida, a sorte pode ser diversa: aplicação nos estudos, jeito para a bola, família com boas "cunhas", muito trabalho, dedicação extrema àquilo que se faz e sempre com alguma sorte, que sem ela a vida é madrasta.
    Uma boa tarde para si e obrigado por este bocadinho.

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    1. Eu é que lhe agradeço este bocadinho.
      Sim, é muito desigual o caminho que as pessoas começam a seguir quando nascem.
      Todos conhecemos seres de exceção e que foram construindo a sua vida aparentemente sem grandes ajudas, porém cada vez me convenço mais que as pessoas, para além de força, ânimo ou talento, tiveram alguém que as apoiou, nem que fosse por um olhar, sorriso, abraço, algumas palavras... O fator sorte também importa. Se importa.
      A propósito e tornando algumas coisas mais leves, já se brinca com a rainha consorte, que é uma pessoa com sorte.
      Um fim de tarde bem disposto, Joaquim.

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  2. Concordo consigo! Muita notícia. Muita especulação. Já cansa.!
    Paz à sua alma
    -
    Deambulam pensamentos ...

    Beijo, e uma excelente semana.

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  3. Pelo menos ouço uma voz insurgente contra o monopólio dos meios de comunicação por uma rainha que já descansa em paz. Ouvi pouco, acompanhei menos ainda as histórias da rainha. Há questões mais prementes no horizonte dos brasileiros e se tenho que fazer zapping que o seja para saber as prévias das eleições antes que mudemos de regime sem o desejarmos (pelo menos eu não o desejo).
    Desculpe-me se entrei sem pedir licença. Faço-o agora com a sua permissão!
    Um boa semana!

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    1. Bom dia! Eu é que lhe agradeço a sua visita tão boa.
      Imagino que a época pela qual o Brasil está a passar seja difícil, com nuvens pesadas que podem aparecer.
      Aqui em Portugal vamos sabendo notícias, mas quem lá vive tem a perceção mais completa.
      Desejo-lhe uma boa semana.

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  4. Eu hoje vi, claramente visto, o cabelo de Camila,rainha-cheia-de-sorte. Era branco mais branco não há (será omo?). E tão no lugar que parecia peruca (alopécia atacando a cheia de sorte?). Do resto não sei. É um mundo outro e a que não dou importância.

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    1. Bom dia, Bea, achei graça às suas palavras. E é preciso achar graça a estas coisas para não nos esquecermos do mundo real e não passar horas e horas a olhar para a realeza que tem um mundo à parte e que nunca sai dele.
      Boa 3ª f e que a chuva também caia no Alentejo.

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    2. No Alentejo chove pouco. Sempre muito menos do que o desejo. A chuva chega-nos intermitente e com boas abertas, mas precisávamos de uns três a quatro dias a chover em passo certo, e temos um borbotão de vez em quando.
      Mas é melhor que nada.

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  5. Faço zapping para não cansar o meu olhar...😘

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  6. Também faço sempre à espera de coisa melhor!
    Um beijinho

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  7. Boa tarde minha querida amiga Maria. Aqui no Brasil essa mensagem e matéria também passa direto. Grande abraço carioca.

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