segunda-feira, 20 de outubro de 2025

'Fui namorar (para) o Porto!'


Tenho uma amiga que é muito criativa e leva a sério coisas boas da vida, vivendo-as sempre que pode. Ora, este fim de semana, mandou-me esta mensagem, que puxei para título, e que achei deliciosa. Tinha ido com o marido a lugares bonitos do Porto, cidade onde, há muitos anos, tinham começado e continuado a namorar.

E revi, em pensamento, o nosso Porto, tão belo e importante, mas atualmente com muitas ruas e lojas que se vão descaracterizando para que o turista coma o pastel de nata e o bolinho de bacalhau com recheio de queijo da serra e compre o souvenir que é igual em muitas lojas também iguais.

Há tempos, procurei uma retrosaria porque precisava de fitas de cores variadas. Depois de muito procurar e perguntar, lá as encontrei quase escondidas numa loja de tecidos. Várias pequenas lojas, com donos ou empregados já muito antigos, onde se consertava tudo e mais alguma coisa, vão fechando, para darem lugar ao negócio de alojar os turistas, que é bem mais próspero.

Porém, quando critico muitos pedaços do Porto que crescem para turista ver, para turista comer, para turista comprar, não deixo de me lembrar que nós, portugueses, também visitamos cidades de outros países e os comportamentos não são muito diferentes, nem o que se pretende no imediato difere muito.

Mesmo assim, apesar de os novos tempos trazerem naturais diferenças, oxalá que a identidade, por exemplo, de alguns cafés seja preservada. Para se poder continuar a dizer com um brilhozinho nos olhos: 'Fui namorar (para) o Porto'. 


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