domingo, 30 de outubro de 2022

Em véspera de Halloween

 Em véspera de Halloween, o metro ia cheio. Quase ninguém de máscara, ainda que muitos rostos (e não só) tivessem artifícios da época.

Alguns muito bem desenhados.

Uma rapariga tinha uma teia de aranha junto a um olho. Um rapaz exibia uma mancha de sangue numa das faces. Outro mostrava uma cicatriz ainda com sangue no pescoço, vestígios de sugadela de vampiro.

Noutra rapariga, do cabelo comprido e forte e bem escovado, saiam dois corninhos vermelhos. Um rapaz, de mochila e laço amarelo no pescoço, olhava no vazio e sorria também no vago. Um jovem, bêbado, abraçava-se à companheira para não cair...

A um canto do metro, uma rapariga, de blusa apertada e de grande decote, chorava discretamente, limpando os olhos com o lenço que segurava na mão. Alguns passageiros olhavam-na em modo rápido.

Não havia tempo nem vontade para mais nada. Era véspera de Halloween, hora de regresso a casa para muitos ou de ida para festas para outros. 

Tudo mais ou menos desenhado. 

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