sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Será que se pode aprender?

 

Tenho, de certeza, idade para já ter aprendido, mas, apesar de algumas tentativas, acho que não o consegui.

Quando falo de alguma coisa que ainda vai acontecer, digo muitas vezes: se Deus quiser, conto, está previsto... Deve ser pessimismo ou não confiança no futuro e na previsibilidade das coisas. Ou o problema está em mim e já vem de muito longe?

E isto traz algum receio, alguma incapacidade de ser feliz (ainda que sem angústias) e de abrir bem as portas à novidade de cada momento, ao gosto que é viver e poder concretizar o que se pensou. Por exemplo, se ando de avião, penso em possível trovoada ou turbulência. Só quando estou prestes a chegar ao destino é que volto a acreditar que o tempo que se aproxima pode algumas alegrias esperadas.

Para além disto, que é um minúsculo grão de areia em areal imenso que é o mundo, conhecer um pouco do que se passa quanto à fome, guerra, violência, solidão, corrupção, etc em todos os continentes, retira qualquer ilusão de se ser feliz, a não ser que não se olhe para o lado. E os nossos olhos não foram criados para olhar numa única direção.

Longe de mim pensar que tudo é mau, que tudo está mal, mas dava jeito conseguir ser feliz, e de forma sustentada (não me refiro a quem diz viver num céu de infinita felicidade, que é um estado no qual não confio).

Será que se pode aprender? Ainda?


5 comentários:

  1. É tudo tão imprevisível...
    Mas não vale a pena sofrer por antecipação.
    Bom fim de semana, Maria Dolores.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  2. O mundo é, atualmente, um barril de pólvora. Se calhar o melhor é caminhar sem pensar muito nisso e esperar que o barril não rebente
    .
    Feliz fim de semana.
    .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se quisermos ser práticos, é mesmo assim.
      Um fim de semana também feliz.

      Eliminar
  3. Essa talvez seja uma das razões pela qual a vida exerce tanto fascínio.
    Outro abraço. Jaime, e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  4. Sempre ajuizei que as coisas más têm muito tempo para ser pensadas quando e se acontecerem. Terei certa tendência para matar sonhos irreais, mas creio firmemente no poder prazeroso das coisas pequenas. Muita coisa se aprende, Maria, por exemplo a evitar antecipações catastróficas.
    Bom fim de semana

    ResponderEliminar