quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Vá lá, um sorrisinho!

 

Devo ser antipática ou, como se diz por cá, talvez morcona (acho tão feia esta palavra; deve haver outras do género noutras regiões). 

Isto tem a ver com um parênteses do post anterior. Se tiveram paciência (obrigada!) de ler, viram que tinha havido uma coisita menos agradável na pequena feirinha biológica aonde fui sábado de manhã. Só tem três vendedores e os compradores também não são muitos, embora o número vá crescendo, felizmente.

Habitualmente, compro mais coisas a um dos vendedores, porque gosto do que vende, como vende e tem pão variado. Ele não tem cartão multibanco e eu quis pagar com mbway, como habitualmente. Eu também tinha pouco dinheiro. Porém, demorou um par de minutos a tentar fazer a operação, mesmo com a ajuda do vendedor que é muito mais novo do que eu. Duas pessoas esperavam a sua vez de pagar. Não gosto nada que haja esperas por minha causa. E ainda menos quando olhei e nem um sorriso, para amostra de qualquer compreensão ou empatia.

Será que sou antipática e não mereço nenhuma atenção? Será que sou aquilo que já referi no início do texto e de cuja palavra não gosto? - Pensei eu com os meus botões.

Não sei, mas o que penso é que quem vai a uma feirinha biológica, para além dos vegetais com menos adubos podia ir compostando mais umas camadinhas de paciência e simpatia, quando ninguém está a perder tempo ou a desrespeitar o tempo dos outros. 

Ah, acabei por pagar com dinheiro, para ser mais rápido. Nem assim houve um olhar sorridente.


2 comentários:

  1. Bom, na fila do super, se começa a encompridar, é certo que vou lá à frente perguntar ao caixa se não abrem outra caixa. E, por norma, abrem.
    Mas há mesmo gente pouco simpática, como esses clientes da feirinha e que, como se diz na minha terra, parece que todos lhes devem e ninguém lhes paga; são uns descompadecidos de nariz empinado. O melhor é mesmo a Maria não fazer caso.
    Chegada à idade da reforma, entendi que preciso mais tempo para fazer tudo. Talvez empate um bocadinho, mas não se me dá. É o meu consumo do chavão, "a velhice também é um posto".
    Bom Fim de Semana

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  2. Sempre sábias as suas palavras, Bea. E gostei do verbo 'encompridar'. Por cá também se usa o mesmo quanto a dever e a ninguém pagar.
    E, como os momentos têm sempre a sua piada e a sua novidade, ontem, saí da feirinha a rir-me. Estava uma grande ventania e os cabelos andavam pelo ar. Outra cliente disse divertida: hoje a piolhada consola-se, anda em liberdade!
    Bom domingo e que possa ver o Alentejo um pouco mais verde.

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