segunda-feira, 13 de setembro de 2021

O sítio

 

Com o seu sotaque brasileiro, ela disse que agora tudo lhe corre melhor, mas quando chegou a Portugal e começou a trabalhar nas diferentes casas e a mandavam pôr as coisas no sítio, ficava confusa.

Para ela, o sítio era uma fazenda, como a fazenda do seu avô, no nordeste do Brasil. E que o quintal de uma das senhoras lhe fez recordar esse sítio. 

Até fiquei arrepiada, quando o vi pela primeira vez. Ainda me arrepio só de pensar. Veja só! Parecia que estava no sítio do meu avô, disse ela.

Ah! Então, o Sítio do pica-pau amarelo tem esse sentido.

Tem, sim. E eu gostava de ver a série e de ler os livros de Monteiro Lobato. Já faz muito tempo, mas não esqueci, não. Quando lembro, parece que volto ao sítio do meu avô.


9 comentários:

  1. O sítio do picapau amarelo é imortal.
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    Votos de uma feliz semana.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Sim, está na memória de muitos, embora a minha ideia fosse falar sobretudo das palavras e das lembranças que os imigrantes trazem consigo.
    Bom fim de tarde, Ricardo.

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    1. Vi-o muitas vezes com as minhas filhas. era tão bom.
      Um beijinho, Cidália

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  4. Sítio... Quintal... felizes de quem os têm!!! Bj

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    1. Também concordo, Gracinha. E às vezes nem se dá o devido valor.
      Um beijinho

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  5. Permita-me, Maria Dolores, discorrer um pouco à latere sobre os imigrantes, que de certo modo hoje trouxe a assunto.
    Jorge de Sena, que viveu vários anos no Brasil como professor universitário, em carta a Sophia de Mello Breyner, refere que os brasileiros são gentilíssimos, quando uma pessoa está de visita. Depois, quando é competidor (ou eles julgam que é), o caso muda muito de figura - e as máscaras começam a cair, mostrando uma raiva irracional de tudo que é português.

    Interrogo-me se nós, não procederemos da mesma maneira em relação aos muitos brasileiros e africanos que cá vivem e cá trabalham (quantas vezes ouço o desabafo: já estou farto deles) tornando-se assim num quadro substantivo de intolerância e xenofobia e não de acordo com a nacionalidade do agente, leia-se imigrante, ou não tivesse ele de trabalhar por três ou quatro para assim justificar a sua presença numa terra que não é sua, nunca foi, nem nunca será.
    Tenha um dia perfeito.

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  6. Obrigada, Joaquim, pela sua reflexão tão pertinente.
    Eu acho que muitos portugueses (não digo todos, porque não gosto de generalizar) também usam essas máscaras que vão caindo em muitos momentos.
    Quando se fala ou se trabalha com alguém que vem de outro país, como o Brasil ou ou país africano, há logo uma desconfiança acrescida. Às vezes com razão outras sem ela, tal como acontece com os nacionais.
    O mundo globalizou-se, mas há ainda muitas barreiras que dificilmente serão transpostas e os movimentos xenófobos que estão a emergir vieram piorar e muito a situação.
    Talvez aquilo que cada um pode ir fazendo no seu dia a dia ajude a melhorar um bocadinho, nem que seja pouco como um grão de areia.
    Obrigada pelo dia que me deseja, embora não haja dias perfeitos, como também saberá.

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  7. Adorei as duas adaptações e li um dos livros

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