Manhã de domingo
Enquadrada na Feirinha de Natal, estive na pequena tenda da APEG - dos autores de Gondomar, no Parque Urbano. Julgo que foi a primeira vez que fui 'livreira' e gostei da experiência. Na banca, estavam livros escritos por autores que residem ou estão ligados a Gondomar. Muito perto, havia uma barraquinha de doces. Boa e gostosa vizinhança. Curiosas são as reações das pessoas que passam: umas aproximam-se e olham, mesmo que nada comprem; outras aceleram o passo dando a entender que livros não interessam; outras dizem às crianças para escolherem um livro... E as pequenas conversas ali geradas foram bonitas, mas muito mais ainda era ver crianças risonhas, na companhia dos pais, com o seu livrinho na mão.
Tarde de domingo
Fui ao Teatro Nacional de S. João com amigas ver a peça Branca de Neve e Outros Dramalhetes, de Robert Walser, encenada por Nuno Carinhas. Apesar de 'o Porto aqui tão perto', há bastante tempo que não passava nas imediações do Teatro. Como chegámos mais cedo, deu para entrar no cinema Batalha, agora de cara bem fresca e lavada, com grandes cartazes das Meninas Exemplares, filme de João Botelho, que mostra pinturas de Paula Rego e que lembra as histórias da Condessa de Ségur. Impossível não recordar os tempos há muito já idos em que corríamos para ir buscar livros à biblioteca itinerante da Gulbenkian, que passava em dias certos e felizes.
Manhã de feriado
Será que a mesa da sala iria ficar com menos tralha? Ou, melhor dizendo, sem os sacos de papel, as fitas, as prendinhas para começar a organizar o Natal? Fiz o pequeno almoço. Para tomar devagar. Liguei o rádio na cozinha - um velho rádio que tenho há uns quarenta anos e que, de vez em quando, começa a falhar. De repente, perde o pio. Ao lado, a pequena televisão que também perdeu a voz e o rosto. Digo para mim: Substituo-a? Com o rádio, aprendo mais. Café, torradas, um ovo mexido - tudo tomado quentinho, vou para a sala. Dali a um par de horas, a mesa está mais desanuviada, mas ainda com jornais e revistas. Ah, e o medidor da tensão para registar os números na folhinha. Fica para a tarde. Não me apetece tirar o casaco.
Tarde de feriado
Depois de almoço, tomo o café no sofá. Em caneca, não em chávena pequena. Gosto de sentir o calor prolongado nas mãos. Dou uma vista de olhos a Expressos das últimas semanas, trazidos pela minha filha, mas que tinham ficado por ler. Separo o que me interessa mesmo e que não gosto de perder, como o caderno 'Ideias', onde está a crónica de Isabela Figueiredo que leio sempre. Recebo um telefonema de uma amiga muito talentosa que produz peças bonitas e originais. Passará por cá, porque preciso ainda de algumas coisas e gosto sempre de falar com ela. Separo os jornais já lidos. Costumavam ir para reciclar, agora vão para uso de um mecânico que mora perto. Queixa-se de que não encontra jornais para limpar os carros! Pode ser que, pelo menos, leia alguns títulos.
Na próxima semana, não haverá feriados. Que sejam bons todos os dias!





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