Ontem
Quando a minha filha mais nova era adolescente, leu quase todos os livros que Clara Pinto Correia ia publicando. A professora, cientista, escritora, jornalista era um ídolo para ela. Ontem dei-lhe a notícia da sua morte. E acrescentei coisas que li e conclusões pessoais a que cheguei: era genial, produziu tanto desde tão nova, teve aplausos e reconhecimento de toda a parte, nem beleza física lhe faltava, amou e foi amada…
Porém, as asas foram perdendo fulgor e a queda foi abrupta quando foi acusada de plágio por artigos enviados para a revista Visão. Parece que morreu só e com ordem de despejo da casa onde vivia.
Hoje, várias capas de jornais mostram o seu belo e expressivo rosto. Num dos títulos, aparece a palavra Princesa. É que o ‘viveram felizes para sempre’ é final em que já ninguém acredita.
Hoje
- Mãe, o dia 10 de dezembro também calhou numa quarta-feira, não foi?
- Sim, filha.
. …
- Tínhamos estado os dois de mãos dadas no hospital, desejosos de voltar para casa.
- …
- E voltámos só nós.
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