Tenho esta travessa há muitos anos. Trouxe-a de casa dos meus pais. Vive agora pendurada numa parede. Sempre que a olho, vejo-a na mesa da minha infância, com batatas, bacalhau e hortaliças a fumegar, no tempo em que se festejava o Dia de Reis. A comemoração não era bem como a do Natal, mas não faltava a aletria nem o leite-creme nem as rabanadas, tudo feito ao fim da tarde para ser saboreado ainda quentinho.
Agora, que eu saiba, poucas pessoas, no nosso país, festejam os Reis Magos - Belchior, Gaspar e Baltasar - vindos do Oriente e que, seguindo a sua estrela, se deslocaram até Belém para visitarem e oferecerem ouro, incenso e mirra a Jesus, recém-nascido.
Atualmente muito se fala do Oriente por guerras e conflitos que alastram, destroem e matam. Que bom seria que terminassem como termina agora a época de Natal.
A partir de hoje, arrumam-se presépios, árvores e enfeites de uns dias natalícios, dos quais ficaram boas ou más memórias. Às vezes, são objetos que trazem ao de cima muitas recordações. Como acontece com esta velhinha travessa que já cavalgou décadas. Não fosse ela uma travessa cavalinho.
Um ótimo ano, com ou sem reis.
ResponderEliminarBeijinho.
I love how you’ve tied it to both personal memories and broader reflections on the state of the world today. The idea of the Three Kings traveling from the East with gifts, in contrast to the turmoil we often hear about from the same region, brings such a poignant perspective.
ResponderEliminarAs we pack away the decorations and shift to the new year, I hope those memories continue to bring warmth, even if the celebrations feel quieter now. Thanks for sharing such a thoughtful piece.
I’ve just posted something new on melodyjacob.com
Linda essa travessa.
ResponderEliminarBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia