Um dia, ao falar com uma vizinha, que agora raramente vejo porque a velhice desafortunada não a deixa descer nem subir escadas e só lhe permite espreitar cá para fora, eu disse-lhe que tinha medo da trovoada. Logo ela retorquiu: Eu só tenho medo do vento.
Pois bem, se habitualmente está recolhida dentro de casa, hoje mais estará com as previsões de muita chuva e rajadas de vento para a região do Porto.
Parece que se chama Bert a tempestade que se aproxima. Se o nome tivesse mais um ‘o’, seria como o do dono da mercearia perto de minha casa e que, simpaticamente, me traz as coisas de que preciso cá a casa e que sempre me diz: Se precisar de alguma coisa, diga; nem que seja só uma, eu venho cá trazer.
O pior é que, em vez de um pacote de feijão, põe dois; em vez de dois lombinhos de bacalhau, põe três!!!!
Voltando a Bert, o vento continua a soprar e, pelos vistos, ao fim da tarde, chega em força. Ou será que se desvia ou perde vigor? Nunca se sabe. Oxalá que sim, porque me assustam radicalismos, até no tempo que faz.
Seja como for, hoje não abro as janelas e vou carregar o telemóvel, não vá falhar a luz e a beleza de domingo também se apagar.
E beleza também encontro no podcast ‘A beleza das pequenas coisas’, o mais antigo do Expresso, de Bernardo Mendonça.
Se falhar a luz, espero poder ouvir, a menos que a chuva e o vento me façam parar tudo o resto. Espero que não, porque precisamos de quem nos lembre o valor da beleza com verdade e sem cinismo.
Bom domingo e que os Céus não escondam a sua beleza, sob forma de tempestade!
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