quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O táxi e o chocolate

 

Éramos três amigas a caminho de um almoço num restaurante um pouco afastado da estação de Campanhã, no Porto, onde nos encontrávamos.

Estava calor e resolvemos apanhar um táxi.

Duas de nós sentaram-se atrás e a mais divertida sentou-se à frente, ao lado do motorista que - disse-nos depois - mora nas Fontaínhas (onde se festeja o S. João - lembrou-nos, embora o soubéssemos bem).

Então, a amiga mais divertida logo travou conversa com o senhor que nos conduzia e que já conduzia na cidade há mais de quarenta anos. E foi quando, entre sorrisos,  veio à baila o anúncio e a frase chic da senhora chic: 'Ambrósio, apetecia-me tomar algo'.

O senhor do táxi, simpático, educado e comunicativo, abriu a tampa ao seu lado e tirou de lá um chocolate. Que lhe sabe bem um bocadinho de vez em quando. E que se mantém fresco, como gosta, pelo ar condicionado.

Com boa disposição pela partilha destes pequenos prazeres e boas palavras, chegámos ao destino, desejando-lhe também um bom almoço. 

Seria em casa, como sempre, onde a mulher o esperava. E ainda houve tempo para o ouvirmos dizer que em jovem havia sido estafeta na cidade e que nesse tempo passava as notas a ferro para guardar o dinheiro direitinho. 

O momento havia sido doce e alegre. E, por coincidência, estávamos na rua da Alegria. 

(Porém, nem tudo o que lá se passa dá alegria, mas deixo isso para outra viagem).

 

6 comentários:

  1. Por vezes um pequeno gesto, origina uma grande e elogiável proeza.
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    Saudações cordiais. Um dia Feliz.
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    Pensamentos e devaneios poéticos
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    1. E surgem histórias de vida curiosas, ainda que simples.
      Um bom dia, Ricardo!

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  2. Um taxista simpático que transportou senhoras de igual simpatia. Só podia resultar bem.

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    1. Bom dia, Bea
      E resultou, de facto. Alguns momentos do almoço que se seguiu não correram tão bem, como tentei descrever no post seguinte, mas acabou também por nos fazer rir e falar sobre hábitos ainda tantas vezes enraizados e que não trazem alegria a ninguém.
      Um abracinho, Bea.

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  3. Uma história simpática!
    Então o senhor era o dono desse restaurante...

    Beijinhos:))

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  4. Julgo que é um dos donos do restaurante.
    Mas o taxista era engraçado, era.
    Beijinhos, Isabel

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