terça-feira, 27 de abril de 2021

Uma mulher excêntrica que veio do frio e amou terras quentes de África


Karen Blixen

Quem não viu o filme 'África Minha', de Sydney Pollack, com os maravilhosos Meryl Streep e Robert Redford?  A autora do livro é Karen Blixen, nascida na Dinamarca, em 1885, e que se apaixonou por África, tendo vivido no Quénia durante 17 anos. Morreu no seu país natal, em 1962.


 'A festa de Babette' é outro filme, notável e premiado, baseado num conto da mesma autora. Uma cozinheira francesa vem para casa de duas irmãs puritanas e austeras.  Um dia, a cozinheira  prepara um banquete com saborosas iguarias da gastronomia francesa. Perante tais delícias, todos descobrem os prazeres da mesa que não conseguem conter.

A Festa de Babette

Há umas duas semanas, passou um documentário na RTP 2 sobre a vida e obra da escritora. Fica aqui o endereço se quiserem ver ou rever. Vale a pena.

https://media.rtp.pt/extra/pessoas/karen-blixen-mulher-quis-tudo/

Karen Blixen era uma mulher excêntrica, que, regularmente, bebia champanhe, comia ostras e fumava longos cigarros. No documentário, também é referido o seu livro Contos de Inverno, ao longo do qual a escritora se retrata, bem como pedaços do seu país e da sua época.

Lembrei-me de que o tinha, fui à estante e encontrei Novos contos de Inverno. Como o documentário me aguçou a curiosidade, estou a lê-lo, interrompendo a leitura do livro que anda há uns tempos atrás de mim.

Estamos na primavera, mas é uma leitura interessante. São histórias que decorrem em bosques, prados, casas senhoriais, salões culturais de múltiplas atrações, desenhando um retrato da vida sobretudo da alta sociedade no reino da Dinamarca em finais do século XIX/inícios de XX.

Talvez influenciada pelo documentário, parece-me ver a escritora em muitas linhas das três narrativas que compõem este livro de  170 páginas. E compreendi melhor o seu fascínio pelo calor de África e não só pelo seu país frio do Norte.

 

12 comentários:

  1. Respostas
    1. Quando puder, veja, Cidália. Vai gostar. Também tem uma história de amor.
      Um beijinho e bom descanso.

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  2. Um filme que adorei ver. Um grande filme direi mesmo. Grato pela informação sobre a autora do livro que deu origem ao filme.
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    Cumprimentos poéticos
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  3. Também gostei, Ricardo. Vi-o há muito tempo no cinema, que é onde gosto mais de ver os filmes.
    Um abraço e bom descanso

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  4. Out of África é filme de grande beleza e que vi no cinema e revi em casa. Nele, tudo vale: imagens, personagens, interpretação, guarda roupa, história. E depois é uma narração posta na boca da autora e personagem principal, gosto de filmes contados, é como se alguém se demore contando uma história, coisa que já ninguém faz. O meu entendimento é que é um filme muito filme. Talvez Karen Blixen fosse ela mesma uma personagem, mas a história convoca uma irrealidade atractiva, tudo é cativante desde o início.
    Também vi A festa de Babette. Não lhe encontro a mesma aura, mas é bem conseguido. Entretanto hei-de ver o que nos deixou ali em cima de presente sobre a biografia da escritora. Na feira do livro estive assim vai não vai para trazer esses contos de inverno. Fiz talvez mal em os deixar lá.
    Boa noite.

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    1. Olá, Bea. Também acho um filme mesmo festivo a todos os níveis. Gosto igualmente dos 'filmes contados'. Ainda que saiba que é ficção, tudo o que se passa no ecrã (gosto do grande ecrã)parece chamar ainda mais.
      Do que recordo melhor de A festa de Babette é do contraste austeridade/prazer da mesa que é muito bem revelado. Como se as personagens fossem seres humanos de expressão fechada que se alegra quando a boca se abre a deliciosas iguarias.
      Sim, a autora devia ser mesmo uma personagem. Acho piada quando tal acontece.
      Um abraço, Bea.

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    2. Tem razão, o documentário tem muito interesse. Já tinha visto alguma coisa dele não recordo onde. Lembro-me da figura do pai e da casa que continua a ser enfeitada com as flores e os arranjos que Karen preferia.

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    3. Que bom ter gostado, Bea. Fico contente. Também gostei muito e hei de revê-lo porque, na hora em que passou, não pude prestar atenção a tudo.

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  5. Conheço o filme que vi por duas vezes, mas desconhecia o nome da autora do livro que foi adaptado ao Cinema.
    Na foto, a sua figura vestida de Arlequim - parece-me - já fala muito da sua descontraída forma de ser e viver.
    Também não vi o documentário.

    Um beijinho, Dolores, e obrigada pela divulgação.

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  6. Olá, Janita. Sim, a escritora deve ter sido, de facto, uma mulher excêntrica. Mas, se assim não fosse, poderia não ter tido o golpe de asa de produzir a obra que nos deixou. Se bem que há autores que vivem na maior discrição e recolhimento. Também aqui não há receitas e ainda bem, o que faz aumentar a liberdade de cada um.
    Um abraço, Janita.

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  7. África exerce um estranho fascínio sobre quem ousa pisar o seu chão. É raro o dia em que não sinto saudades. E mais. Não conheço ninguém que por lá andasse que não sinta no peito essa saudade.
    Vi o filme África Minha, que adorei mas não sabia a origem do argumento.
    Há dias deixou uma pergunta no Sexta a que lhe respondo aqui. Nenhum dos meu contos são reais, mas nele há sempre uma boa dose de realidade. Quer dizer a história dos personagens é ficção, aquelas pessoas não existem , mas o que envolve a história, é isso mesmo, história. Desde a vivência na altura, a emigração, a guerra colonial, os bairros da lata, os retornados etc.
    Verdadeira foi a história de meu pai que andei publicando há anos, e este pequeno conto de hoje, que é baseado na história da minha sobrinha.
    Abraço e saúde

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  8. Compreendo bem esse fascínio por África, apesar de nunca lá ter vivido. Há uns vinte anos, passei uma semana no Maputo, fomos a dois países vizinhos e em todos senti essa ligacão.
    Quando escrevo alguma história é sempre um misto de ficção e de realidade. E quando fica a impressão de que as coisas aconteceram mesmo assim é um bom sinal. Por isso, fiquei com curiosidade.
    Quanto à sua sobrinha, merece mesmo um elogio. É muito forte e resiliente. Sai à tia!
    A história do seu pai não acompanhei, mas virão outras com certeza.
    Um abraço, Elvira e um bom fim de tarde.

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