sábado, 22 de fevereiro de 2025

Moção de censura a mim própria


Hoje, sábado, tem sido, para mim, e por bons motivos familiares, um dia sem saber notícias. Porém, nas televisões, nas rádios e nos jornais, não faltará o rescaldo do debate de ontem na Assembleia da República, que teve como pano de fundo a moção de censura ao Governo, apresentada pelo partido de A.V.

O principal alvo era o primeiro-ministro, por  alegadas e não explicadas irregularidades na manutenção da empresa familiar que possui e chefia.

Ora, o que me faz sobretudo impressão é como é possível ter tempo para gerir  uma empresa tão rentável e, simultaneamente, gerir um país. Não me entra na cabeça.

O nosso país é pequeno, mas, mesmo assim, deve dar muito trabalho porque existem áreas que estão em agonia, e que toda a gente conhece.

Por outro lado, a empresa do sr primeiro-ministro também lhe deve dar muito trabalho, a avaliar pelos ganhos com os clientes, mas estes a gente não conhece.

Por estas e por outras, sinto-me frágil porque verifico que fiz muito pouco até agora. E o tempo que me falta para viver será muito mais curto do que o do sr primeiro ministro, que é muito mais novo do que eu. Ele gere um país, gere uma empresa em casa e não lhe falta tempo. Eu apenas  giro a minha casa e acho que não tenho tempo, o que é, de facto, censurável.

Pelo que sei, as moções de censura servem para analisar condutas e comportamentos. Por isso, saia para esta mesa uma moção de censura. Sim, é para mim, anónima  cidadã que não soube  lucrar  nem dar lucro pelas fatias de tempo e de solo que lhe couberam.

Atendendo a tanta fragilidade, não está aberta a discussão!




Sem comentários:

Enviar um comentário