Hoje, sábado, tem sido, para mim, e por bons motivos familiares, um dia sem saber notícias. Porém, nas televisões, nas rádios e nos jornais, não faltará o rescaldo do debate de ontem na Assembleia da República, que teve como pano de fundo a moção de censura ao Governo, apresentada pelo partido de A.V.
O principal alvo era o primeiro-ministro, por alegadas e não explicadas irregularidades na manutenção da empresa familiar que possui e chefia.
Ora, o que me faz sobretudo impressão é como é possível ter tempo para gerir uma empresa tão rentável e, simultaneamente, gerir um país. Não me entra na cabeça.
O nosso país é pequeno, mas, mesmo assim, deve dar muito trabalho porque existem áreas que estão em agonia, e que toda a gente conhece.
Por outro lado, a empresa do sr primeiro-ministro também lhe deve dar muito trabalho, a avaliar pelos ganhos com os clientes, mas estes a gente não conhece.
Por estas e por outras, sinto-me frágil porque verifico que fiz muito pouco até agora. E o tempo que me falta para viver será muito mais curto do que o do sr primeiro ministro, que é muito mais novo do que eu. Ele gere um país, gere uma empresa em casa e não lhe falta tempo. Eu apenas giro a minha casa e acho que não tenho tempo, o que é, de facto, censurável.
Pelo que sei, as moções de censura servem para analisar condutas e comportamentos. Por isso, saia para esta mesa uma moção de censura. Sim, é para mim, anónima cidadã que não soube lucrar nem dar lucro pelas fatias de tempo e de solo que lhe couberam.
Atendendo a tanta fragilidade, não está aberta a discussão!
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