sábado, 21 de dezembro de 2024

Porque em breve será Natal!

Se não lesse, treslia

Apesar de ter tido uma infância e juventude em que nem um tostão era esbanjado, sempre convivi com livros e jornais. Todos os dias, chegava à nossa casa O primeiro de Janeiro; na Feira do Livro do Porto, o meu pai comprava romances de Camilo Castelo Branco e de outros autores  clássicos. Para nós, filhos, trazia quase sempre livros de histórias, em que a raposa e o lobo eram os protagonistas. Como tínhamos bastantes livros em casa, eu e a minha irmã liamos alguns e também alguns às escondidas - aventura ‘picante’ que qualquer jovem agora estranha ou desconhece. Íamos à estante e tirávamos um desses livros, quando podíamos, como O crime do Padre Amaro de Eça de Queirós, A Curva da Estrada de Ferreira de Castro, etc. Este ano, junto da árvore de Natal, tenho livros para os meus netos. Eles gostam de livros, felizmente. E fico contente porque, se não lesse, eu treslia, apesar de a vida ter outras necessárias belezas.


Os caracóis do Menino Jesus

Ainda hoje, acho que foi verdade. Há muitos, muitos anos, depois da ceia de Natal, pusemos o sapatinho - julgo que, no meu caso, foi uma bota do par comprado naquele inverno e para durar toda a estação. Estava na hora de ir dormir e, de manhã cedinho,  viríamos a correr à cozinha ver o presente que o Menino Jesus nos tinha trazido. Mesmo com a alegre e infantil ansiedade, veio o sono enfeitadinho de sonhos que me chamaram à cozinha ainda a manhã não tinha acordado. E lá estava ele, o menino Jesus, de cabelinho aos caracóis, a pôr o presente na botinha: um molhinho de chocolates pequeninos, atado por uma fitinha, e um guarda-chuvinha também de chocolate. Já não me lembro das cores, mas do Menino Jesus e dos seus caracóis, sim. Hoje, passados tantos e tantos Natais, ainda acho que foi verdade!

FELIZ NATAL!


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