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No geral, pelo menos vista de
fora, parecia uma casa feliz, no sentido próprio e no sentido figurado. Também é
verdade que a casa, nos seus diversos sentidos, era estimada: logo que aparecia
uma mazela, havia logo quem reparasse e tentasse resolver a situação.
Assim foi durante mais de vinte
anos. Mas, como quase nada dura sempre, a família cresceu, vieram novas
necessidades e a casa passou a ser demasiado pequena. O que fazer, então? O
melhor seria fazê-la crescer, tal como a família havia crescido. Mãos à obra,
então.
Em breve, o tijolo começou a prolongar as paredes da
casa pequenina inicial. Como se os braços da casa tivessem crescido para
aguentar um peso maior.
Se eu soubesse desenhar, poria a
casa tal qual a estou a ver: uma casa pequena, pintada de branco, a segurar uma
bem maior que nela se apoia.
Na verdade, o que me parece ver é essa casa pequenina com outra maior às costas. Quanto a mim, preferia-a mais pequena, mas não poderei saber o que é melhor. É que também sei que só sabe o que se passa debaixo de um telhado quem sob ele se abriga.
Na verdade, o que me parece ver é essa casa pequenina com outra maior às costas. Quanto a mim, preferia-a mais pequena, mas não poderei saber o que é melhor. É que também sei que só sabe o que se passa debaixo de um telhado quem sob ele se abriga.
Ora aí está, a problemática que liga as casa e as famílias. Para quê casas grandes se conseguimos viver em espaços bem pequenos, ainda que a grandeza das nossas almas seja desmedida. Interrogo-me muitas vezes se valerá a pena aumentar as casas pequenas ou habitar em casas grandes, que mais tarde serão abandonadas às ervas daninhas.
ResponderEliminarMuito bem!
CS
Olá, Ci. Concordo com o que dizes - e que vem no seguimento da nossa conversa de há bocado.
ResponderEliminarA casa onde vivemos revela-nos bem as fases da nossa vida. Como divisões que vamos recheando porque parecem eternas, mas que, uns tempos mais tarde, vão sendo menos visitadas.
Um beijinho
M.