sábado, 9 de novembro de 2019

Felizmente caiu o muro de Berlim

Quando eu era era criança, havia duas famílias que partilhavam um quintal há vários anos, embora cada família vivesse na sua própria casa. Uma das casas possuía um poço que servia as duas famílias porque o tempo ainda não era de água canalizada.
Um dia, dois homens chegaram com tijolos e começaram a levantar um muro, sem que as duas famílias tivessem dialogado sobre o assunto.
A família dona do poço pensava que tinha direito à sua privacidade.
A família que se habituara a atravessar o quintal para ir buscar água passou a ter de fazer um percurso maior.
O que era harmonia entre as duas famílias passou a ser ressentimento.

Há tantos muros. Uns pequenos como o da aldeia da minha infância; outros grandes a separar países ou povos, ficando sempre um poço de água do outro lado que é necessária para todos viverem melhor.
Em muitos casos, os muros impedem qualquer travessia ou alteração de percurso.

Felizmente o muro de Berlim caiu há trinta anos.
Oxalá caiam outros e outros não cheguem a erguer-se.
Será ainda possível? 

2 comentários:

  1. Os muros de agora são invisíveis e são erguidos pelas pessoas entre si. Já está a tornar-se raro as pessoas quererem confraternizar entre si. Todas temem sair magoadas, viram-se para as relacções ficcionais, através de computadores. Na segurança.

    MUROS:.... não físicos, mas erguidos.
    bjs

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  2. Obrigada pelo comentário. Sim, concordo que a comunicação 'olhos nos olhos' está a tornar-se difícil é mais rara.
    Às vezes, as pessoas estão próximas e recorrem às redes para comunicar.
    Apesar de não ter facebook ou instagram, também uso mais as mensagens do que o telefone, embora em situações mais correntes.
    Só espero é não criar mais muros porque os que existem já são demasiados, como diz.
    Um beijinho
    M.

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