sábado, 5 de abril de 2025

Sentidos


Plantei rosas e floriram. E como gosto de só as ver no jardim!

Plantei alhos franceses. E com eles faço sopa e refogados que me deliciam.

Plantei tulipas há uns anos. No inverno, fecham-se na terra e abrem-se, belas, na primavera.

Cortei as ervas daninhas do quintal e, mesmo assim, florzinhas amarelas, também daninhas, aparecem e pintam o terreno. Com beleza e sem  dano.

Podei as trepadeiras do muro e voltaram a crescer. Não querem ver apenas um dos lados.

Tudo isto me dá alegria.


Liguei a televisão para ver notícias. 

Tudo isso me deu tristeza.


sexta-feira, 4 de abril de 2025

Adiamento

 


Afinal, a apresentação do livro, prevista para a tarde de amanhã, sábado, na Biblioteca Municipal de Gondomar, vai ser adiada por motivos de doença muito grave de familiares muito próximos da minha companheira de escrita - Maria Clara Miguel (pseudónimo de Isaura Afonseca) - pelo que  tomámos essa decisão.

Quando for marcada nova data e novo local, comunico. Oxalá possa ser na Biblioteca Municipal que é um lugar com muita luz e de que gosto muito. Vamos ver.


quarta-feira, 2 de abril de 2025

Ontem foi o Dia das mentiras?

 


Ontem foi o 'Dia das mentiras'. Ou será hoje? Ou seria anteontem? Ou seria nos dias anteriores e nos próximos? É difícil saber, porque os exemplos de quem devia dar  exemplos de verdade são maus.

'A mentira tem perna curta' é provérbio em queda porque mentir parece ter perna cada vez mais longa e o tamanho do nariz de Pinóquio mantém-se quando mente, e não cresce como acontece na história. 

Muitas crianças e jovens vão crescendo pensando que é legítimo mentir,  omitir o que os pode prejudicar, distorcer a verdade, culpar os outros do que acontece de mal, fugir do que lhes traz incómodo...


Ontem tirei algumas fotos a flores do meu jardim e partilho algumas. E pensei que ainda bem que a primavera, tal como as outras estações, cumpre rotinas de beleza, apesar de todas as formas de mentira e de violência que existem no mundo. Perante toda a dureza, ambição desenfreada, pontapés na verdade, até parece ingenuidade dizê-lo, mas se quem o faz olhasse para a natureza, incluindo a natureza humana, e não apenas para si próprio, tudo seria bem melhor. E o futuro seria menos perigoso.


Ontem respondi a mensagens que recebi com mentiras engraçadas e que não trazem mal ao mundo. Ri-me com algumas. Espero que tenham rido também com as que enviei. Será que rir com mentiras simples inventadas no dia 1 de abril pode evitar que tanta gente chore todos os dias por causa de tanta mentira e de tanto atropelo na verdade? Era bom que assim fosse.


domingo, 23 de março de 2025

Convite

 

Se puderem passar por lá, serão muito bem-vindos!




sábado, 15 de março de 2025

Continuo a amar-te, cidade com mar ao fundo!


Nunca se falou tanto de Espinho, pequena e bonita cidade com o mar por perto e saudáveis passadiços e gostosos restaurantes e atividades culturais e lojas ou mercados onde se encontra tudo o que é preciso e muitos olás porque quase toda a gente se conhece e muitas tradicionais devoções e os pregões na voz sonora das peixeiras e as belas ainda que mais curtas praias… 

… por onde circula o necessário e explicado dinheiro.

Porém, Espinho  entrou no mapa dos media sobretudo pela famigerada Spinumviva (até custa a dizer o nome!), a casa da família Montenegro donde se avista o mar e um mar de problemas, as influências da câmara municipal em cores diferentes…

… por aqui, a acreditar em notícias, circulam dinheiros que um cidadão normal acha mal explicados.

Contudo, não deixarei de ir à ‘minha cidade com o mar ao fundo’. Continuarei a amar a sua maresia, mas as coisas confusas que até espantam e roubam a alegria, não!


sexta-feira, 14 de março de 2025

Enquanto isto, sou isto; enquanto aquilo, sou aquilo!


Diz-se, e com razão, que todos temos várias camadas, como uma cebola, mas custa-me entender que figuras públicas que ocupam cargos de grande responsabilidade e de necessária isenção façam afirmações que negam qualquer  imparcialidade que, legitimamente, lhes é exigida.

Depois, perante questões sobre o que disseram, a justificação que habitualmente surge é que as palavras foram ditas enquanto exerciam a função A e não a função B. Neste caso está o presidente da Assembleia da República que afirmou, recentemente, que o líder do PS fez pior à democracia em meia dúzia de dias do que o líder do Chega  em meia dúzia de anos. Disse-o com a sua bem penteada candura, mas que não esconde a raiz da crítica feroz.

Instado sobre esta afirmação, lá veio a justificação do costume: as palavras foram ditas enquanto membro do seu partido e não como presidente da assembleia da república. Como se a política fosse um palco em que se veste e logo se despe uma camisola.

Todos agimos de forma diferente consoante os momentos e os contextos em que estamos ou que vivemos. Porém, quem se expõe publicamente por livre vontade, como é o caso dos políticos que exercem cargos que requerem  isenção terão, na minha modesta opinião, de saber gerir o que dizem e que terá eco em todo o país, não ficando apenas num grupo restrito  de amigos em conversa descontraída à mesa do café.

Isto de se dizer tudo até ao insulto e tudo se justificar depois para ficar bem na fotografia não é nada bom exemplo, sobretudo para os jovens. Por isso, estes desligam da política e procuram outras redes.

Enquanto anónima cidadã e sabendo que alguma imparcialidade também vive em mim, como em toda a gente, é isto que penso enquanto observadora de coisas esquisitas que se passam e que ‘vemos, ouvimos e lemos’. 

Venham alegrias! Venham também confrontos, mas menos agressivos; precisamos deles enquanto… Pessoas.


P.S. Ontem, vários deputados choraram pela morte de Miguel Macedo, figura muito apreciada no PSD. Apesar da tristeza do momento, apreciei ver aqueles homens grandes (mas nem sempre grandes homens) com a voz embargada e a chorar, dando um sinal de humanidade. Será que é também um sinal de que em vez da fúria de tantos debates haverá mais educação? Enquanto eleitora e sobretudo enquanto pessoa gostava que sim.


segunda-feira, 10 de março de 2025

'Tenho a perceção … tenho mesmo!’

 

Quem já não ouviu o que digo em título? Basta estar atento às notícias. O sr primeiro ministro e o líder parlamentar do seu partido repetem e repetem estas afirmações sobre os mais variados assuntos.

Quanto a mim, anónima cidadã, ‘tenho a perceção… tenho mesmo’ de que a vida está a  piorar para os homens, para as mulheres, para os jovens, para as crianças…

Felizmente há celebrações, como o recente  Dia da Mulher, mas não escondem um problema que se está a generalizar, como a erva daninha do meu quintal: O que acontece de mal é sempre culpa dos outros e o melhor é destacar o que corre bem, porque para o resto não há tempo nem paciência!

O sr primeiro ministro é acusado de recebimentos mal explicados, mas nem fala disso sequer nos seus discursos em que promete novos projetos e aproveita para culpar os outros. Para ele, a oposição e os jornalistas são os maus da fita que não o deixam governar. 

A omissão e o passa-culpas estão num crescendo, não só em Portugal, o que faz muito mal, sobretudo aos jovens que precisavam de exemplos que os ajudassem a formar-se e não apenas a olhar para o poder e para o dinheiro num salve-se quem puder.

‘Tenho a perceção’, como muita gente, de que a tempestade atual não é só meteorológica. ‘Tenho mesmo’. 

                 Boa semana, com boas perceções!