O calor de ontem mantém-se. Cheguei a pensar vir de táxi de Gatwick até aqui, mas era viagem para duas horas, ficava muito caro e gosto de comboios, do movimento das estações e de ver as pessoas em viagem.
Quando saí do comboio, tinha a minha filha à minha espera. Mulher adulta, corajosa, serena, que emigrou aos 24 anos para Londres. Sem conhecer ninguém, apenas a senhora portuguesa que lhe tinha alugado o quarto, mas onde esteve pouco tempo, sobretudo porque era muito longe da Universidade que iria frequentar.
A meio da tarde, fomos buscar a Clarinha à escola. Dei comigo a esconder-me atrás de uma árvore da rua para a surpreender e logo abraçar. Da escola primária pública que ela frequenta, iam saindo meninos e meninas, acompanhados, na maior parte, pelas mães, muito jovens apenas com as mãos e o rosto a descoberto. As crianças, de vários tons de pele, iam dizendo, sorridentes, bye uns aos outros e eu ia pensando para quando o final das desigualdades sociais e de tanta discriminação, sobretudo em idade adulta. Ou será que o tempo irá dando lugar à esperança de ser possível banir o que só prejudica e entristece a humanidade?
Boa tarde
ResponderEliminarUma boa pergunta. Mas não me parece .
JR
Pois, infelizmente vemos que não está fácil e movimentos vão ganhando força para que tudo se mantenha na mesma e até piorem as discriminações. Mas quem vê tantas crianças a conviver normalmente tende a acreditar. Vamos ver.
EliminarMaravilhosos estes reencontros, Maria Dolores! Revi-me. Porque também o meu filho aos 17 anos foi estudar para o Reino Unido. Sem conhecer ninguém, nem sequer a pessoa que lhe alugou o quarto perto da Universidade. Concluiu o curso em 2019. Já não vive no Reino Unido mas num outro país europeu. Tem actualmente 24 anos.
ResponderEliminarEstou em sintonia consigo! Obrigada pela partilha. Também gosto muito de Londres.
Um abraço.
Eu é que lhe agradeço. Té.
EliminarO seu filho foi bem mais cedo, então. E não lhe deve ter faltado coragem nem estímulo, o que é muito bom.
Sim, gosto muito de Londres. Se calhar, também pelos laços afetivos, porque estas coisas nunca andam desligadas.
Outro abraço
A inclusão começa em cada um de nós!
ResponderEliminarÉ verdade e as crianças captam bem o que ouvem e o que se passa à sua volta.
EliminarObrigada.
As crianças têm os sentimentos puros. É a sociedade com as suas regras absurdas que os vai matando enquanto crescem.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Concordo consigo, querida Elvira. O que é natural durante a fase inicial da vida vai-se modificando muitas vezes e nós, os adultos, temos grande responsabilidade nessas alterações.
ResponderEliminarUm grande abraço e muita saúde