quinta-feira, 6 de maio de 2021

Os ecrãs na minha cozinha

 

Hoje levantei-me cedo mas não tão cedo como me costumo levantar. Ao acordar, pensei no que tinha para fazer e descansei porque os afazeres não eram tantos como nos últimos dias. E assim pude tomar o pequeno almoço devagar, embora o do costume: café com leite (muito mais café do que leite), pão escuro com manteiga e (a minha) compota, desta vez de abóbora, maçã e amêndoa.

Liguei o rádio porque sou fã das crónicas diárias de Francisco Sena Santos, pelas 8.40, na antena 1. Falava das eleições de hoje no Reino Unido e do desejo de independência da Escócia. E senti vontade (deve ser o meu lado mau a manifestar-se) de que esse desejo fosse concretizado: assim o fazes, aqui o tens.

Em cima da mesa, o meu fiel (nem sempre, porque às vezes não me responde nem me fala!) computador para me abrir a um dos prazeres da manhã: ver os blogues amigos, não sem antes parar aqui um bocadinho. 

Ao lume, já pus feijão a cozer para fazer sopa e congelar o resto. Na televisão, que tenho sem som, mostra-se bola: verde, quase a saltar vitória; da azul, a tentar marcar; da vermelha (por estes sítios não se diz encarnado) para tentar voar mais alto.

E tanta coisa tão mais grave a acontecer no mundo. E eu aqui na minha cozinha, no meu pequeno mundo, embora me permita ir conhecendo o que se passa no grande mundo. Quase sempre o que se passa de mal, embora seja preciso sabê-lo também. E, curioso, levanto os olhos do pequenino ecrã e vejo na TVI uma conversa com um homem que, aos 62 anos, resolveu viajar através da Gap Year Portugal, uma ONG. E falava desse gosto com verdadeiro gosto. Quanto aos gastos não sei, porque só ouvi uma parte.

E outro ecrã ainda mais pequenino iluminou-se. Chegava uma mensagem do meu irmão, em semana de trabalho mais reduzida devido à pandemia. Pelo whatsapp, mandava este vídeo que partilho agora. Oxalá gostem, como eu gostei, apesar de a canção ser antiga. A tradução é de português do Brasil. E um bom dia, com ou sem ecrãs. Na cozinha ou em qualquer outro sítio. 

Será que é mesmo verdade que se estivermos bem, quem está próximo de nós também pode estar?

 

 

14 comentários:

  1. Sinceramente que não me admiro que a Escócia queira ou fale em ser independente. Há muito que se fala de que a Madeira - ilha portuguesa - quer ou pensa em ser independente. Será fácil de concretizar? Penso que não. São ilhas pequeninas que, duvido, se conseguissem "sustentar" no plano interno e externo/político, como Países independentes. Mas é apenas a minha opinião que vale o que vale.

    Deliciei-me a ver e ouvir a música do video. Fabulosa.
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    Abraço poético
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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    1. Que bom, Ricardo, ter gostado.
      No caso da Madeira, diz quem sabe (eu tenho apenas impressões) que não é viável; no caso da Escócia, as estruturas são bem mais sustentáveis. O Reino Unido saiu da União Europeia, agora pode ficar mais só. Mas quem pode pode!
      Um abraço e bom fim de tarde.

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  2. Muito bom. Gostei de ler!! :))
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    O pouso da ousadia...
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    Beijos
    Uma excelente tarde!

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  3. Acho que sim, que é mesmo verdade!
    Foi um desenho muito simples mas rico, este que fizeste da tua manhã, como se estivéssemos a conversar em frente de um café! E ouvir Starry Starry Night e a homenagem a Vincent van Gogh nunca cansa...

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  4. Que bom seria esse cafezinho. Sim, Van Gogh nunca (me) cansa.
    Um bom fim de tarde, Justine, também com bonitas cores.

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  5. Boa tarde Maria, acho que o caso da Escócia será viável.

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    1. Bom dia, Luiz, sim e parece ser a vontade continuada das populações. Se assim for, por que não?

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  6. Uma canção de que gosto bastante e que aprendi neste mundo dos blogues. Acho-a tão bonita. Também é verdade que o maior encanto me vem das obras de Van Gogh. Estarrecem-me a pincelada e a cor. Gosto de Van Gogh como gosto de praia, como se viessem comigo desde sempre, embora quer um quer outra me tenham chegado tarde. Há assim sintonias. É como se Vincent tenha um pincel mágico e o mundo pintado surja vivo, sinta, pulse, sofra. Visão tão excelsa para nós como impossível de aguentar para o pintor, e a obra é demonstrativa.
    Um pequeno almoço semelhante ao meu de sexta feira, dia em que me permito a manteiga que não devo comer e o café que me acelera.
    Boa noite, Maria.

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    1. Olá, Bea
      Bela comparação. Também gosto muito de Van Gogh e de praia, apesar de nunca passar lá muito tempo. Tal como acontece com a obra do pintor, às vezes basta-me ver e ficar próxima algum tempo para saborear as cores e as maresias.
      Pois, quando ponho a manteiga na mesa, digo-me 'que não havia necessidade', mas logo me desculpo 'é só de vez em quando'.
      Um dia com cores felizes, Bea.

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  7. Uma crónica bem detalhada dessa manhã plena de ecrãns.
    Também recebo vídeos interessantes de familiares e amigos através do WhatsApp, mas, de manhã ao pequeno almoço, quero-me longe de pequenos ecrãns. O único que a que permito ter vida é ao do pequeno aparelho de TV que tenho na cozinha. Invariavelmente sintonizado na RTP, só pela manhã e à noite para ver o concurso com o fantástico Vasco Palmeirim. Depois, só a meio da manhã dou uma vista olhos pelos cantinhos da blogosfera, uma vezes comento, outras não e volto ao silêncio e à minha vida real sempre cheia de mil e um pequenos afazeres.

    Gostei de ver o video, assim gosto da obra de van Gogh.
    Obrigada pela partilha.

    Uma boa noite e um beijinho, Mª Dolores.

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  8. Olá, Janita, bom dia!
    Quando chego à cozinha logo de manhã(quando posso, é claro) ligo o rádio porque as notícias são mais detalhadas, ponho a televisão sem som, vou ligando o computador (está velhote e demora mais um bocadinho) e tenho o telefone (não vá as minhas filhas chamarem por mim!!!!). Depois, quase sempre desligo tudo nos meus afazeres.
    Apesar de as imagens e a música do vídeo serem muito conhecidas, sabe bem voltar a elas.
    Um beijinho e um dia muito bom, Janita.

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  9. Uma cozinha com vida...
    Há anos que não ouvia o Don McLean.
    Gostei da sua crónica, muito agradável de ler.
    Bom fim de semana, amiga Maria Dolores.
    Beijo.

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  10. Bom dia, Jaime. É curioso que há minutos 'falei' consigo no seu blogue.
    Sim, às vezes com alguma desarrumação, mas qb, porque gosto de saber das coisas e que estejam organizadas.
    Abraço e bom fim de semana.

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