No corredor do hospital, com os quartos de portas
abertas, porque o tempo é pouco e a urgência é muita, ouvem-se muitas vozes: há
quem passeie no corredor falando, alto, ao telefone; os técnicos trocam
informações sobre os serviços necessários no quarto A ou B; passam com
carrinhos dos cuidados de enfermagem…
Dentro dos quartos, ouve-se tossir, chamar,
conversar, o som da televisão…
Um dia destes, ouvia-se uma doente que, de forma
estridente, dizia palavrões.
Uma auxiliar, enquanto fazia o seu trabalho, disse:
Aqui, vemos e ouvimos de tudo: chorar, rir, não ouviu agora um palavrão?
Perguntei-lhe:
Qual?
Daqueles muito compridos, respondeu ela.
E, à conta do palavrão, por um bocadinho, houve
sorrisos.
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