Sabia que estavas lá
Mas bem mais próximo do que há uns anos
Em que os comboios se enchiam de jovens para mergulhar em ti
No calor da idade e do verão
Agora aproximas-te cada vez mais
Quando tantas pessoas se afastam umas das outras
Talvez porque se sentem também afastadas
E não ousam aproximar-se
Com medo de mais um desencantado afastamento
Hoje procurei-te
E sabia que estavas lá
Com todas as pedras para que não avances mais
Havendo certeza de impossíveis recuos.
É muito difícil dizer amo-te
Mas abeirando-me de ti
Quero pedir-te
Que não te aproximes mais
Porque o amor não é invasão
Eu sei que estragámos
E continuamos a estragar muito do que te engordou
Fazendo-te penar
Peço-te desculpa pela parte que me toca
Mas não impeças ninguém de te vir visitar
No lugar em que tu moras
Sem extravasares marés de culpabilidades
Ao fundo desta cidade pequena e ‘rural’
Perdemos muita coisa ao longo da vida
Mas a liberdade de te olhar onde moras será um ganho
Que nos ensinará a proteger-te e a dizer mais facilmente
‘Amo-te, Mar!’
Que lindo!
ResponderEliminarTu darias outra profundidade mais bela ao texto.
EliminarSentei- me no sofá e foi o que me saiu e foi bom enquanto foi ondulando.
Um beijinho e bom 1o de Maio.
Gostei de a ler Maria Dolores (muito) e até aposto as fichas todas na cidade de Espinho cuja presidenta ouvi há poucos dias falar com a sageza que as altas instâncias da nação não têm.
ResponderEliminarUm bom dia.
Sim, Espinho é a ‘cidade com mar ao fundo ‘ aonde gosto de ir quando posso. Não conheço a presidente, mas confio no juízo que faz dela, Joaquim. Ainda bem que assim é, porque precisamos cada vez mais de bons exemplos na política.
EliminarUma noite feliz e bem descansada.