Oiço por vezes pessoas a falar da sua terra com segura convicção e sentimento amoroso de pertença. Apesar de cada vez mais o mundo se alargar legitimamente para todos, louvo-lhes a atitude.
Existem, porém, lugares cujos habitantes falam da sua terra natal com um tímido e inseguro sorriso, como julgo acontecer muitas vezes na minha, traduzindo alguma indiferença ou desconfiança já muito antigas.
A forma como as autarquias são geridas tem bastante importância para a construção da história de cada um e da satisfação pela terra onde se vive. Com muita ou pouca instrução, as pessoas querem ver ações que contribuam para a sua qualidade de vida, tendo resultados práticos desse necessário e natural investimento.
Há uns anos, quando Valentim Loureiro era presidente da autarquia, eu, como tanta gente, sentia algum constrangimento e até vergonha quando dizia que era de Gondomar, porque logo vinha à baila o nome do polémico autarca, sentindo um rótulo pelas confusões e trapalhadas de um grupo que nos governava e que se governava a si e aos seus - embora houvesse casos exemplares de dedicação à causa pública em diferentes pelouros.
Quantas anedotas e histórias iam sendo contadas nos meios de comunicação social a propósito de ofertas de eletrodomésticos e de outras manobras populistas para aliciarem ao voto nesse candidato que tantas vezes apregoava pôr Gondomar no mapa. Conseguiu-o também pelas agitadas e ruidosas barafundas das quais o país se ria, ridicularizando.
Felizmente esse tempo já é passado e, apesar da esfera em que circulo ser bastante restrita e de consumir sobretudo alguns bens culturais, vejo que há mais normalidade e que obras importantes vão surgindo e facilitando a ligação das pessoas à natureza e a espaços verdes e de lazer, o que é fundamental para o bem-estar nos dias de hoje.
Talvez um orgulho calmo
e consciente de sermos desta terra tenha de continuar a ser cultivado. O atraso de
Gondomar, em muitos setores e durante muitos anos, contribuiu para isso. Daí a
razão de muitas pessoas, ao verem surgir uma Biblioteca Municipal, um Pavilhão
Multiusos, etc, também votarem massivamente, durante os vários mandatos, em Valentim Loureiro, mesmo
discordando das manigâncias que eram públicas. Felizmente da última vez que se candidatou, os votos que caíram nas urnas foram muito poucos com o seu nome.
Parafraseando a canção de Cláudia Pascoal: sou Maria, sou mulher e sou de Gondomar.
Oxalá possa continuar a dizê-lo com crescente
confiança e segurança, embora esta última palavra não sirva muito bem para me caracterizar.
.A Maria Dolores Garrido é superior a tudo o que possa pensar. Nunca tenha vergonha de dizer de onde é. A nossa terra é e deve ser sempre sagrada em nosso coração.
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Deixando saudações cordiais
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Poema: “” És a tineira dos meus passos ””…
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Eu fui de Gondomar dos 6 aos 12 anos morei aí.
ResponderEliminarGostei do texto. Obrigada. Cada um tem de se orgulhar da sua Terra Natal!!
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Quando as palavras são gumes...
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Beijos, e uma excelente semana.
Hoje a história mudou. São tantos os escândalos atuais de quem nos governa, que começamos a ter vergonha de dizer que somos de Portugal.
ResponderEliminarAbraço e saúde
E o que hão de dizer os oeirenses Maria Dolores, vergonha a dobrar? Quando há obra feita, tudo se perdoa...
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