'Elas não te abandonarão.
Passará o tempo, apagar-se-á o desejo
- essa flecha de sombra -
e os rostos sensuais, inteligentes, belíssimos
ocultar-se-ão em ti, no fundo do espelho.
Cairão os anos. Cansar-te-ão os livros.
Decairás ainda mais
e perderás até a poesia.
O ruído frio da cidade nos vidros
acabará por ser a tua única música,
e as cartas de amor que tiveres guardado
serão a tua última literatura'.
Joan Margarit (1938/2021) - Espanha
No sábado passado, no programa 'Fala com ela', pelas 13 h,
na antena 1, com Inês Maria Menezes,
ouvi este poema de que gostei muito e que quero partilhar.
O programa é muito bom e é muito bom ouvir pessoas com tantas coisas boas para dizer.
É como se escrevessem uma carta de amor. À vida.
Escrevi (muitas) e recebi (algumas mas menos) cartas de amor. Confesso que não tenho nenhuma guardada. Tenho pena mas com o tempo, mudança de casa, extraviaram-se.
ResponderEliminarHoje já não existem (ou são muito raras) as cartas de amor. É mais videos-chamadas, SMS, e congéneres. Gostei muito do poema. Intenso e profundo.
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Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Pois, é o que costuma a acontecer. Também comigo.
EliminarÀs vezes, penso nelas e talvez gostasse de as ver. Não de as reler, acho eu, porque pertenceram a um tempo e por lá ficaram, dando, naturalmente, lugar a outras coisas.
Abraço e bom fim de tarde.
Um poema simplesmente belo! Obrigada pela partilha! :) 🌹
ResponderEliminar-
Perdida num sonho entre a multidão...
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Beijos e uma excelente tarde.
Também gostei muito. Quando o ouvi, fui logo procurá-lo na net.
ResponderEliminarFeliz fim de tarde, Cidália. Beijinho.
Gosto da voz de Inês Meneses e das palavras que escreve para depois dizer. Julgo ser escrita de refinado paladar. Em geral, os programas são bons, deixa falar e convida gente com pontos de vista.
ResponderEliminarQuanto às tão poucas cartas de amor, devia tê-las guardado. Mas não as tenho. Mas guardei as dos amigos e alguns escreveram bastante. Lê-las muita vez, lembravam que, houve um tempo em que alguém pensou em mim com amor. É bonito isto. Mas há alguma coisa que me deixaram, não me abandona o terem existido.
Boa noite
Essas, Bea, se calhar são as mais perenes.
ResponderEliminarTenho uma pessoa na família que guarda as cartas que o marido, então namorado, lhe escrevia, já lá vão uns cinquenta anos. Estão atadas com uma fita de veludo desse tempo!
Também guardo postais e mensagens de alguns alunos, colegas e amigos. Estão numa caixa simples, mas valiosa para mim.
Uma tarde com bons e felizes momentos, Bea.
Sou um bocadinho como essa pessoa de família, guardei as cartas de namoro. Até já as reli, mas não são apelativas. Estão junto às minhas. O que me surpreendeu na leitura das minhas foi ter pensado sempre o mesmo em relação a certos estados de alma e situações. A diferença está na data. Não me pareceu bom indício. Um dia ainda as coloco numa caixa.
ResponderEliminarMesmo hoje guardo as poucas cartas que as amigas me escrevem e sou uma chata a pedir-lhes dedicatórias nos livros que me oferecem. Gosto de abrir o livro e lhes olhar a escrita.
Boa tarde, Maria.
Isso é bom sinal, é porque há coerência.
ResponderEliminarTambém gosto de ter as dedicatórias, às vezes bem mais do que as dos escritores que perguntam o nome e repetem o que já escreveram antes e vão escrever a seguir.
Que a tarde, Bea, esteja a escrever-se bem.