quarta-feira, 25 de março de 2020

Em abril, esperanças mil!

Gostei sempre de poder estar mais tempo em casa. Ter tempo para estender roupa ao sol, tirar ervas dos vasos ou dos canteiros, ir ao quintal, ver as camélias floridas...

Fazer isto, sem pensar no passar das horas e nas saídas urgentes para coisas às vezes urgentes mas nem sempre, embora nos parecessem sempre urgentes.

E poder ler mais páginas seguidas de um livro. E escrever algumas histórias que ponho em pastas à espera que alguma luz as ilumine. E arrumar livros e papeladas que se vão amontoando à espera de dias de mais organização.

Agora, estou o mais possível em casa e, felizmente, posso fazer algumas destas coisas, mas não é a mesma coisa, apesar de achar cada vez mais que temos de nos adaptar sempre a novas situações.

Muitos de nós podem e devem fazê-lo. Por nós e pelos outros.
Ainda que os dias, que habitualmente chegam ao fim tão depressa, agora demorem a passar.

Quantos dias faltam até meados de abril, o mês das águas mil? É a questão recorrente.
Pode continuar o provérbio, mas, como tanta coisa mudou nas últimas semanas, quero pensar noutra possibilidade:
Em abril, esperanças mil!



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