Querido diário,
Agora é que vejo como já não te visitava há tanto tempo. E gosto tanto de escrever nestas páginas, mas parece que o tempo é sempre pouco para tanta coisa que há para fazer. E este ano tenho tanta coisa para estudar. E Os Maias que nunca mais acabam. Para entrar mesmo lá dentro é preciso tempo e se leio aos bocadinhos, perco o fio à meada. Um dia destes, fechei-me no quarto à chave porque pensei cá pra mim: "a setora diz que é uma obra maravilhosa e só a ama quem a conhece" e eu quero ver se ela tem razão ou não.
Não sabia era que ia dar tanta confusão, porque a minha irmã mais velha veio a casa, não me viu, chamou por mim e, como eu estava fechada no quarto, ela imaginou logo coisas, tipo baleia azul ou assim.
Ela passou-se quando eu lhe disse que não podia abrir a porta porque queria acabar o capítulo. Como sempre, não me levou a sério e disse que ia arrombar a porta. Eu deixei de responder a pensar que ela me deixava em paz, mas nada disso, começou aos murros e ia pifando o fecho da porta. Fogo, que nervos.
Não tive outra solução e abri a porta, furiosa.
Acabou por me pedir desculpa e lá veio a lição de moral: "se às vezes não andasses na lua, não tinha havido esta cena".
Eu nem disse mais nada para não me chatear e acabei por fechar o livro mais uma vez e fui comer bolachas.
Eu acho que sou um bocadinho como o Salvador. É verdade. Não tremas a rir-te de gozo, querido diário. Eu acho que ele diz coisas mesmo fixes que não são copiadas nem para lhe baterem palmas e deve ser por isso que tanta gente gosta dele. Gostei mesmo quando ele disse que era feliz quando fazia as coisas à vontade. Eu disse logo: "estou contigo, Salvador".
E fico com vontade de ser boa pessoa quando estou a ouvir a canção que ganhou o festival, mas não acho bem que esqueçam a irmã dele, a autora da música e da letra. Parece que é tudo Salvador, Salvador, Salvador. Pareço eu e as minhas irmãs. Elas é que merecem todos os elogios e eu fico na sombra (esta comparação não teve jeito nenhum, mas eu sei que me compreendes, querido diário).
Até breve, querido diário
Um abracinho
Mariana
Ora, ainda bem, Mariana, que voltaste!
ResponderEliminarJá tinha saudades tuas!
tens toda a razão, o Salvador é muito fixe e parece uma rapaz com bom coração, coisa que não se encontra muito por aí, a não ser o teu amiguinho Gi, não é?
sabes que sou tua fã incondicional, por isso, sempre que puder, respondo ao teu diário.
bjs
tia Ci
Que bom, tia Ci, assim até fico com mais vontade de escrever.
ResponderEliminarAbracinho
Mariana