Um dia, a minha filha disse-me que conhecia uma pequena casa de chá em Hampstead. E dela fez uma breve descrição: alguns quadros pequenos e suaves na parede, chávenas fininhas para o chá,, fatias de bolo delicioso e, sobretudo, um ambiente acolhedor dado por umas senhoras, que disse serem velhinhas, que traziam fatias de bolo, num pequeno tabuleiro, para informarem os clientes sobre as especialidades da casa. Tudo com muita simpatia e delicadeza.
Pois, uma tarde, fomos lá. Fizemos o percurso a pé, passando por muitas árvores, por moradias com jardins muito verdes com flores viçosas à mistura...
E chegámos à Louis Hungarian Patisserie, que era o nome da confeitaria.
Quando entrámos, uma voz sonora e jovem deu-nos as boas-vindas. Somos duas. Podem sentar-se onde quiserem. Chá de camomila. Tomou nota. Os bolos são escolhidos na montra - disse assertiva e rápida.
Uma inglesa, ao nosso lado, levantou-se e ia entrando na porta errada para ir à casa de banho. A jovem quase gritou: Excuse me. It's upstairs. A senhora, que tinha ar de quem já tinha tomado muito chá ao longo da vida, mudou o rumo e subiu as escadas, depois de ter dito Sorry.
Terminámos rapidamente o nosso chá com bolinho de fruta, pagámos e saímos.
Tudo sem a magia desejada, porque, de facto, as pessoas fazem o ambiente.
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